O dia foi volátil para o Ibovespa. Refletindo o desempenho dos ativos globais, o principal índice da B3 virou para a queda minutos antes do encerramento do pregão, mas fechou praticamente estável (-0,01%), aos 103.736 pontos. A orientação do Federal Reserve de manter o aperto prolongado da política monetária sufocou os mercados, à medida que as expectativas de que o ciclo de altas dos juros acabaria em breve foram quebradas.
Ontem (14), o banco central dos Estados Unidos aumentou sua taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, como esperado, além de projetar que os juros subirão pelo menos mais 0,75 p.p. até o final de 2023. O Fed também previu aumento no desemprego e uma quase estagnação do crescimento econômico.
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O Dow Jones encerrou o dia em forte queda de 2,40%, aos 33.151 pontos, o S&P 500 caiu 2,58%, aos 3.891 pontos, e o Nasdaq cedeu 3,31%, aos 10.799 pontos.
Já hoje, o Banco Central Europeu reduziu o ritmo de altas das taxas de juros, mas enfatizou que haverá à frente aperto monetário significativo. O BCE ainda apresentou planos para drenar dinheiro do sistema financeiro como parte de sua luta contra a inflação desenfreada.
Por lá, a inflação disparou desde que as economias reabriram após a pandemia de Covid-19, impulsionada por gargalos no fornecimento e depois pelo aumento dos custos de energia após a invasão russa da Ucrânia.
Diferentemente da zona do euro, o Banco da Inglaterra aumentou hoje a taxa básica de juros para 3,5%, ante 3,0%, nona alta consecutiva. O BoE tenta acelerar o retorno da inflação à meta depois que o crescimento dos preços atingiu uma máxima de 41 anos em outubro.
O Comitê de Política Monetária do banco central britânico votou por 6 a 3 a favor da alta, e disse que “mais aumentos na taxa de juros” podem ser necessários para enfrentar o que teme que possam ser pressões inflacionárias internas persistentes dos preços e salários.
Por aqui, predominam as discussões no campo político. Hoje, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avaliou que não há consenso para levar temas controversos como o projeto que altera a Lei das Estatais diretamente ao plenário da Casa, razão pela qual ele pode ser encaminhado para uma análise prévia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Segundo Pacheco, há pouco tempo até o recesso parlamentar, que tem início na próxima quinta-feira, e muito trabalho a cumprir. O senador acrescentou que as prioridades no Congresso — a aprovação da PEC da Transição e do Orçamento de 2023, já prevendo o espaço fiscal a ser autorizado pela PEC — serão aprovadas ainda antes da pausa do fim do ano.
No mercado acionário, as maiores quedas do dia foram da Gol (GOLL4), com recuo de 6,49%, a R$ 6,48, da CVC (CVCB3), que caiu 5,71%, a R$ 3,96, e da Braskem (BRKM5), com desvalorização de 4,57%, a R$ 23,99.
O dólar teve alta modesta frente ao real, com valorização de 0,25%, a R$ 5,3147. (Com Reuters)