A reunião do Conselho Monetário Nacional terminou hoje (16) sem que o colegiado tenha aprovado medidas relativas à meta de inflação.
Diante de fortes críticas recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos níveis da taxa de juros e das metas de inflação, o mercado financeiro especulava que o governo poderia eventualmente elevar a meta de inflação em uma tentativa de criar espaço para a redução mais acelerada da taxa de juros.
A expectativa de que essa decisão viesse na primeira reunião do CMN do ano — que vinha pressionando o câmbio e, em menor intensidade, as ações — já havia perdido força esta semana depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que o tema estivesse na pauta da reunião do colegiado, a quem cabe fixar as metas anualmente, em decisão que normalmente acontece em junho.
A meta de inflação de 2023 é de 3,25%. Para os dois anos seguintes, o alvo a ser perseguido pelo BC é uma inflação de 3%. Em todos os casos há uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. A meta de 2026 será fixada este ano.
O CMN é atualmente composto pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Depois de dias de conflito com o BC, a ordem no governo é baixar a temperatura e deixar o assunto fora do Palácio do Planalto, uma posição que Lula vem sendo convencido a abraçar e que já adota desde a viagem aos EUA na semana passada, apontaram fontes ouvidas pela Reuters.
Em entrevista à CNN Brasil hoje (16), Lula disse não querer brigar com o presidente do BC, mas ressaltou que Campos Neto precisa saber que “neste país a gente tem que governar para as pessoas que mais necessitam”.