O Ibovespa abriu em forte queda hoje (15), seguindo o desempenho negativo dos mercados internacionais. Após os leilões iniciais, o índice de ações recuava 1,65%, a 101.235 pontos.
A aversão a risco das bolsas se intensificou nesta quarta-feira, com o aumento da pressão sobre o setor financeiro após o colapso do banco de startups SVB nos Estados Unidos. O destaque do dia são as ações do Credit Suisse, que caiam mais de 20% nesta manhã.
Com os eventos recentes do SVB, os bancos dos USA vivem um momento de contágio e tiveram queda de US$ 110,9 bilhões de valor de mercado no pregão de segunda-feira (13). Conforme dados da plataforma TradeMap, no dia 10 de março o valor de mercado de 292 bancos listados nos USA era de US$ 1,65 trilhão contra US$ 1,54 trilhão na segunda.
O mercado hoje se volta para o Credit Suisse, que enfrenta uma crise de perda de clientes e liquidez há alguns meses. O maior investidor do banco suíço, o Saudi National Bank, afirmou que não poderá mais fornecer assistência financeira ao banco, conforme informações da Reuters.
Às 09h45 (horário de Brasília), as ações do Credit Suisse negociadas no pré-mercado de Nova York registravam queda de 29,08%, a US$ 1,78.
No mesmo horário, os futuros dos principais índices caíam mais de 1%. O Dow Jones perdia 1,76%, o S&P 500 recuava 1,71% e o Nasdaq tinha queda de 1,25%.
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Investidores monitoram a crise dos bancos em meio as expectativas em relação ao próximo encontro do Federal Reserve para definir as taxas de juros. O mercado se divide entre apostas em uma manutenção dos juros como está, entre 4,5% e 4,75%, e um aumento de 0,25 ponto percentual.
A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na véspera reforça a tese de manutenção dos juros. Isso porque, o CPI de fevereiro foi de 0,4%, abaixo dos valores de janeiro e em linha com o esperado pelo consenso.
O dólar à vista apresenta alta nesta manhã, com avanço de 0,71% às 10h (horário de Brasília), negociado a R$ 5,2945.
Por aqui, a agenda de indicadores está esvaziada e os movimentos do governo federal seguem os mesmos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou o novo arcabouço fiscal para o vice-presidente Geraldo Alckmin e a repercussão é de aprovação do texto. O presidente Lula pediu uma reunião ainda nesta semana para verificar a proposta.
A expectativa é que o documento seja apresentado ao público antes da próxima reunião do comitê de política monetária do Banco Central, nos dias 21 e 22 de março. Se o texto agradar ao mercado e aos membros do BC, as apostas para o começo do corte dos juros ainda no primeiro semestre deste ano se intensificam.
A temporada de balanços também segue, com divulgações de Mitre (MTRE3), Taesa (TAEE3) e Yduqs (YDUQ3) após o fechamento do Ibovespa.