O Credit Suisse disse no balanço de 2022 que identificou “fraquezas materiais” nos controles internos de divulgação de resultados financeiros e que ainda não conteve a saída de clientes de sua base.
“Em 31 de dezembro de 2022, o controle interno do grupo sobre os relatórios financeiros não era eficaz e, pelos mesmos motivos, a administração reavaliou e chegou à mesma conclusão em relação a 31 de dezembro de 2021”, afirmou o banco suíço em comunicado divulgado hoje (14).
O auditor PricewaterhouseCoopers incluiu no resultado anual do Credit Suisse uma “opinião adversa sobre a eficácia do controle interno do grupo sobre relatórios financeiros”.
A PwC disse que as demonstrações financeiras “apresentam de forma justa, em todos os aspectos relevantes”, a posição financeira do banco entre 2020 e 2022.
A fragilidade nos controles foi divulgada em um momento em que o Credit Suisse busca se recuperar de uma série de escândalos que minaram a confiança de investidores e clientes. As saídas de clientes no quarto trimestre aumentaram para mais de 110 bilhões de francos suíços (US$ 120 bilhões).
Nesta terça-feira, o banco disse que “as saídas (tinham) se estabilizado em níveis muito mais baixos, mas ainda não tinham se revertido”.
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As ações do banco caíam 3,15% às 8h30 (horário de Brasília), perto de um novo piso histórico. Na véspera, os papéis desabaram mais de 14%.
O custo do seguro contra uma inadimplência da dívida do Credit Suisse subiu para um recorde, segundo a S&P Global Market Intelligence. Bancos de todo o mundo foram afetados por uma onda de vendas motivada pelo fechamento de bancos norte-americanos na semana passada, entre eles o SVB, que forçou intervenção de reguladores para garantia dos depósitos.
O regulador suíço FINMA disse na véspera que está tentando identificar quaisquer riscos potenciais de contágio para os bancos e seguradoras do país após as falências dos bancos dos EUA.
Programado para ser divulgado na semana passada, o relatório anual foi adiado após um pedido da Securities and Exchange Commission (SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA), que levantou questões sobre as demonstrações financeiras anteriores do banco.
O Credit Suisse disse que a SEC havia contatado a instituição sobre revisões anteriores das demonstrações consolidadas de fluxo de caixa para 2019 e 2020.
O banco suíço afirmou hoje que está trabalhando em um “plano de correção” e implementará “controles robustos para garantir que todos os itens não monetários sejam classificados adequadamente na demonstração consolidada dos fluxos de caixa”.