A economia brasileira encolheu no quarto trimestre, em linha com o esperado, e fechou 2022 em desaceleração frente ao ano anterior, com a força do setor de serviços sendo compensada por uma retração da agropecuária e desempenho mais modesto da indústria.
O resultado acontece em meio aos impactos da política monetária restritiva, que encarece o crédito e deve continuar pesando sobre a economia este ano, bem como a desaceleração global e as incertezas sobre os planos fiscais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 2,9% em 2022, depois de ter avançado 5% em 2021, informou hoje (2) o IBGE.
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No quarto trimestre, a economia sofreu queda de 0,2% sobre os três meses anteriores. Foi a primeira retração do ano, após o PIB ter crescido 0,3% no período julho-setembro, em dado revisado de uma expansão de 0,4% informada antes. O desempenho da atividade econômica veio em linha com expectativa de economistas apontada em pesquisa de Reuters.
Em relação ao quarto trimestre de 2021, o PIB apresentou alta de 1,9%, abaixo de expectativa de avanço de 2,2% nessa base de comparação.
O destaque no ano passado foi o setor de serviços, que acumulou alta de 4,2%, enquanto a indústria cresceu 1,6% e o setor agropecuário teve queda de 1,7%.
Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 4,3% e a formação bruta de capital fixo, uma medida dos investimentos, teve alta de 0,9%. O consumo do governo aumentou 1,5% e as exportações contribuíram com salto de 5,5%.
Os mercados calculam que a economia brasileira crescerá este ano 0,84%, indo a 1,50% em 2024, de acordo com mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC.