A música latino-americana atingiu uma receita recorde nos Estados Unidos em 2022, de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,45 bilhões), informou a RIAA (Associação Americana da Indústria de Gravação, na sigla em inglês). Em relatório semestral divulgado no dia 12, a associação informou que foi o segundo ano consecutivo de crescimento de dois dígitos do gênero musical, com aumento anual de 24% no ano passado.
Não só. Segundo a RIAA, a música latina foi o gênero musical que mais cresceu, tendo elevado sua participação no mercado de 5,9% para 6,9% em um ano.
“Essa expansão sustentada mostra uma abertura para novos artistas, músicas e formas de ouvir”, comentou Rafael Fernandez Jr., vice-presidente sênior de políticas públicas estaduais e relações industriais da RIAA.
O relatório afirma que grandes gravadoras e artistas latinos estão mais próximos dos fãs e superaram barreiras linguísticas. Entretanto, os mais de 60 milhões de latinos morando nos Estados Unidos, com representação de quase 20% da população total do país, também são significantes para esses números.
O streaming representou a maior alta de arrecadação: aumento de 25%, para US$ 1,06 bilhão (R$ 5,24 bilhões) – perfazendo notáveis 97% de toda a receita anual. Vinil e CD, que representam pouco mais de 1% do mercado, somaram US$ 9,1 milhões e US$ 3,1 milhões, respectivamente, com destaque para os CDs, que arrecadaram 60% mais no ano passado do que em 2021.
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Alguns artistas contribuíram fortemente para esses números. Por três anos consecutivos, o cantor latino Bad Bunny foi o artista mais tocado no Spotify global, com 18,5 bilhões de plays no total. Seu álbum “Un Verano Sin Ti” foi o segundo totalmente em espanhol a alcançar o primeiro lugar na parada Billboard 200 de 66 anos – o primeiro foi o álbum de 2020 de Bad Bunny, “El Último Tour del Mundo”.
Outras estrelas como Ozuna e J. Balvin acumulam visualizações de bilhões no YouTube. A colombiana Karol G foi recentemente coroada com a artista global mais vista do canal Vevo.
Os anúncios de música latina em serviços como YouTube, Vevo e Spotify gratuito foram os que mais tiveram fluxo sob demanda, segundo o relatório da RIAA. Aumentaram em 24% no ano passado em relação à 2021, para US$ 230 milhões (R$ 1,14 bilhão). Esta categoria respondeu por 21% das receitas totais, contra 11% na indústria em geral.