A atividade de serviços do Brasil registrou crescimento em maio pelo terceiro mês seguido diante da força da demanda, embora a um ritmo um pouco mais lento, mas com fortes ganhos na atividade empresarial, novas encomendas e emprego, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta segunda-feira (5).
O PMI do setor de serviços brasileiro compilado pela S&P Global ficou em 54,1 em maio depois de ter registrado em abril o pico em nove meses de 54,5, no terceiro mês seguido acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
“Os dados do PMI de serviços do Brasil mostram um setor próspero, em que surgiram novas oportunidades de negócios, o crescimento da produção continuou forte e a criação de empregos foi sustentada”, avaliou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.
As empresas relataram que a demanda continuou a melhorar em maio, levando a aumentos tanto na atividade quanto nas novas encomendas. Alguns entrevistados também disseram que conseguiram novos clientes durante o mês, ampliando portanto a entrada de novos negócios, ainda que com desaceleração após máxima de seis meses em abril.
O total de novos negócios foi sustentado por um novo aumento nos novos pedidos de exportação, o primeiro em seis meses.
Esse cenário, somado a esforços de reestruturação, levou a um terceiro aumento mensal consecutivo no emprego.
Os fornecedores de serviços também se mostraram amplamente confiantes de que a recente melhora na demanda continuará ao longo dos próximos 12 meses, sustentando o crescimento da atividade. Assim, a confiança futura atingiu pico de sete meses, com mais de 58% dos entrevistados mostrando otimismo.
O ponto negativo do levantamento foi a inflação, já que os custos de insumos continuaram a aumentar rapidamente, embora tenham desacelerado pelo terceiro mês seguido, e as empresas elevaram seus preços de venda a um ritmo mais forte do que em abril.
Segundo a S&P Global, aproximadamente 18% das empresas elevaram seus preços cobrados, contra apenas 4% que os baixaram.
“As pressões salariais, custos de insumos e gastos operacionais levaram as empresas a repassá-los aos consumidores, contribuindo para tendências inflacionárias historicamente elevadas e fazendo com que seja mais difícil para as autoridades encontrarem o equilíbrio correto entre estabilidade de preço e crescimento econômico sustentado”, disse De Lima.
O desempenho setor de serviços ajudou o PMI Composto a subir no ritmo mais forte desde outubro, a 52,3 em maio, de 51,8 em abril, marcando o terceiro mês de expansão da atividade empresarial no setor privado. Isso apesar da sétima contração seguida na indústria brasileira.