O Ibovespa começa essa semana mais curta, devido ao feriado de Corpus Christi, na próxima quinta-feira (8), em alta com os mercados repercutindo o anúncio de cortes adicionais na produção de petróleo pela Arábia Saudita, o maior exportador mundial. Além disso, os investidores brasileiros estão de olho nas projeções do Boletim Focus e esperam um corte na taxa Selic em setembro deste ano
Por volta das 10h20, nesta segunda-feira (5), o Ibovespa subia 0,31%, aos 112.564,01 pontos. Enquanto isso, o dólar tinha queda de 0,12%, negociado a R$ 4,94.
Analistas consultados pelo Banco Central elevaram com força a perspectiva para a economia brasileira neste ano depois de dados mais fortes que o esperado do primeiro trimestre e passaram a ver um primeiro corte na taxa de juros mais acentuado em setembro.
De acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo BC, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 subiu a 1,68%, de 1,26% na semana anterior.
A melhora se dá depois que o IBGE divulgou na semana passada que o PIB expandiu 1,9% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, acima da expectativa, graças ao impulso do setor agrícola.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que segue a perspectiva de que a taxa básica de juros Selic será mantida no atual patamar de 13,75% na reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom) e também na de agosto.
Os investidores seguem vendo que o primeiro corte de juros será realizado em setembro, mas passaram a ver um movimento mais forte. Agora, a estimativa é de que a Selic será reduzida em 0,5 ponto percentual nessa reunião, contra 0,25 ponto estimado antes.
Esse movimento seria seguido por mais um corte de 0,25 ponto e outro de 0,50 ponto, respectivamente, nas duas últimas reuniões do ano. Antes, os especialistas consultados viam dois cortes de 0,5 ponto em novembro e dezembro.
Na agenda econômica, os investidores estão aguardando os dados oficiais do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de maio, que serão divulgados na quarta-feira (7). O Itaú prevê uma desaceleração para 0,31%, em comparação com 0,61% em abril, impulsionada pelos preços da gasolina e dos alimentos. Com isso, a taxa anual ficaria em 4%.
Mercado internacional
A Arábia Saudita fará cortes profundos na produção de petróleo a partir de julho como parte de um acordo mais amplo de limitação da produção da Opep+, no momento em que o grupo enfrenta uma queda dos preços do petróleo e um iminente excesso de oferta.
O ministro da Energia saudita, príncipe Abdulaziz, disse que o corte de 1 milhão de barris por dia (bpd) por Riad pode ser estendido além de julho, caso seja necessário.
Leia Também:
A Opep+, que agrupa a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia, chegou a um acordo sobre a política de produção após sete horas de negociações e decidiu reduzir as metas gerais de produção em mais 1,4 milhão de barris por dia a partir de 2024.
Por sua vez, os preços ao produtor da zona do euro caíram pelo sétimo mês consecutivo em abril, quase inteiramente devido à queda nos preços da energia. Os preços nos portões das fábricas nos 20 países que usam o euro caíram 3,2% em abril em relação a março e avançaram 1,0% na comparação anual.
Economistas consultados pela Reuters esperavam uma queda mensal de 3,1% e um aumento de 1,4% na comparação anual.
Confira o comportamento dos principais índices internacionais:
Europa:
- DAX (Frankfurt): 0,11%
- FTSE100 (Londres): 0,47%
- CAC 40 (Paris): -0,22%
Ásia:
- Nikkei (Tóquio): 2,20%
- Xangai (China): 0,07%
- Kospi (Coreia): 0,54%
(Com Reuters)