O futebol está em alta, não apenas no coração da torcida, mas também no bolso dos investidores. Um levantamento da Forbes mostra que as 20 equipes com o maior valor de mercado têm uma capitalização de US$ 2,89 bilhões (R$ 14,3 bilhões), ante US$ 2,53 bilhões (R$ 12,52 bilhões) de um ano atrás — uma alta de 14,2%.
Essa alta não decorreu de um avanço na receita, que aumentou apenas 2,5%, para uma média de US$ 496 milhões por equipe. A justificativa é que os compradores estão pagando mais pelas equipes. O valor de um time é avaliado por um múltiplo. Uma divisão simples entre o quanto alguém paga pelo time, dividido pelo faturamento. Na média, o múltiplo empresarial das 20 equipes mais valiosas deste ano é de 5,9, em comparação com 4,8 há um ano.
O inglês Manchester United, em segundo lugar na nossa lista, poderá ser vendido por cerca de US$ 6 bilhões, 7,7 vezes a receita. Banqueiros afirmaram à Forbes que o Paris Saint-Germain (PSG) provavelmente vai levantar em breve dinheiro com a venda de uma participação minoritária que avaliará a equipe em mais de US$ 4 bilhões, cerca de 5,7 vezes a receita. E o americano LAFC (Los Angeles Football Club) estava levantando dinheiro com uma avaliação de cerca de US$ 930 milhões no início deste ano, oito vezes a receita.
Por que essas avaliações tão altas? Apesar do rival local Manchester City ganhar quase tudo em campo nos últimos anos, o Manchester United faz gols e dinheiro. Obteve US$ 108 milhões em Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2021 e 2022. Mas, em muitos casos, os investidores estão comprando as marcas mais do que os lucros.
Os resultados seguem na retranca. O francês PSG teve um prejuízo operacional de US$ 219 milhões durante 2021-22, e o lucro operacional do LAFC foi de apenas US$ 8 milhões em 2022. As 30 equipes da lista deste ano tiveram um lucro operacional médio de US$ 23 milhões, com uma receita média de US$ 386 milhões.
As maiores marcas em campo
Duas equipes valem pelo menos US$ 6 bilhões. O Real Madrid ocupa o primeiro lugar, com uma avaliação de US$ 6,07 bilhões, um aumento de 19% em relação ao ano passado. O clube espanhol disputou cinco das últimas nove finais da Champions League, a Liga dos Campeões da Europa, e venceu todas elas. O Real Madrid também recebeu quase US$ 400 milhões da Sixth Street e da Legends como parte de um acordo de 20 anos para aumentar a receita no Estádio Santiago Bernabéu, que está passando por uma grande reforma e deve ser concluída em 2024.
O valor do Manchester United subiu 30% em relação ao ano passado, chegando a US$ 6 bilhões. A disputa pela equipe inglesa supostamente está entre o bilionário Sir Jim Ratcliffe e o Sheikh Jassim, do Catar. Os atuais proprietários do clube, a família Glazer, pagaram US$ 1,5 bilhão pelo clube em 2005 e poderão obter um aumento de quatro vezes no valor se um acordo for fechado.
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Desde que a Forbes começou a publicar as avaliações anuais de clubes de futebol em 2004 (não fizemos a lista em 2020 devido à Covid), o Real Madrid e o Manchester United são as únicas duas equipes que figuraram entre as cinco primeiras em todas as ocasiões. Nesse período, o Real Madrid ficou em primeiro lugar sete vezes, e o Manchester United, 11 vezes. O Barcelona liderou nossa lista em 2021.
O maior ganhador da lista deste ano é o Newcastle United, agora avaliado em US$ 794 milhões, um aumento de 51% em relação ao ano passado. A compra do clube pelo fundo soberano da Arábia Saudita em outubro de 2021, por US$ 378 milhões, injetou US$ 208 milhões no balanço financeiro da equipe, e nesta temporada a equipe se classificou para a Liga dos Campeões pela primeira vez em 20 anos.
(tradução: Poliana Santos)