Stockton Rush, o CEO da OceanGate que morreu no submersível Titan, disse em uma entrevista há dois anos que havia “quebrado algumas regras” no projeto do submarino, justificando que as quebrou “com lógica e boa engenharia por trás”.
“Gostaria de ser lembrado como um inovador. Acho que foi o General [Douglas] MacArthur quem disse: ‘Você é lembrado pelas regras que quebra.’ E eu quebrei algumas regras para fazer isso. Acredito que as quebrei com lógica e boa engenharia ao meu lado”, disse Rush na ocasião. “É escolher as regras que você quebra, aquelas que agregarão valor aos outros e à sociedade, e isso, para mim, é inovação.”
Veja 6 perguntas sobre o submarino do Titanic a serem respondidas:
-
Forbes USA/Ocean Gate/Handout/Anadolu Agency via Getty Images #1. O que eram os barulhos de batidas?
Stefan Williams, professor de robótica marinha da Universidade de Sydney, disse à Insider que “é possível que os barulhos tenham sido criados por vida marinha, como baleias”. Os sons também poderiam ter vindo do naufrágio do Titanic, de acordo com Chris Parry, ex-almirante da Marinha Real Britânica, que sugeriu que os sons – registrados em intervalos de 30 minutos – poderiam ser causados por outras coisas sob o mar: “Há muito ruído mecânico no oceano”.
-
Us Coast Guard/Handout/Anadolu Agency via Getty Images #2. Por que tanta demora para usar veículos operados remotamente na busca?
Apenas dois navios estavam envolvidos na busca antes de quarta-feira, e nenhum deles era equipado com veículo submarino operado remotamente (ROV) que pudessem alcançar as profundezas do naufrágio do Titanic, a 3.800 metros. A França despachou o navio de pesquisa Atalante, que estava equipado com um ROV capaz de atingir profundidades de até 4.000 metros, de acordo com a CNN, mas ele chegou tarde na quarta-feira. A Marinha dos Estados Unidos – que despachou um navio de salvamento, segundo a CBC – opera um ROV que pode chegar a 6.000 metros de profundidade, mas ele não foi usado nas operações de busca. O ROV que identificou os destroços do Titan era de uma empresa privada de Massachusetts.
-
Divulgação #3. O que causou a implosão?
Williams especulou que o submersível implodiria em uma “falha catastrófica” se o Titan tivesse “qualquer defeito” em seu casco, o que cederia à “intensa pressão atmosférica” das profundezas do mar.
-
Divulgação #4. Por que demorou tanto para sabermos sobre a Marinha ter detectado o som de uma implosão?
A Marinha dos Estados Unidos detectou “uma anomalia consistente com uma implosão ou explosão” no domingo, na área em que as comunicações com o Titan foram perdidas, disseram autoridades ao Wall Street Journal. Mas não é possível dizer “definitivamente” se o som veio do Titan.
-
Anúncio publicitário -
Fatih Aktas/Anadolu Agency via Getty Images #5. Os corpos serão recuperados?
O contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira, afirmou durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira que ele “não tem uma resposta” para as expectativas de recuperação dos corpos das vítimas a bordo do Titan, acrescentando que existe um “ambiente incrivelmente implacável no fundo do mar” que torna “incrivelmente complexo” operar embarcações.
-
Ocean Gate / Handout/Anadolu Agency via Getty Images #6. Por que a OceanGate demorou quase oito horas para soar o alarme?
A OceanGate Expeditions, que perdeu a comunicação com o Titan após uma hora e meia, não explicou por que levou tanto tempo para notificar os oficiais da Guarda Costeira, embora Sean Leet, que é coproprietário do navio de apoio ao submersível, tenha afirmado que “todos os protocolos foram seguidos”.
#1. O que eram os barulhos de batidas?
Stefan Williams, professor de robótica marinha da Universidade de Sydney, disse à Insider que “é possível que os barulhos tenham sido criados por vida marinha, como baleias”. Os sons também poderiam ter vindo do naufrágio do Titanic, de acordo com Chris Parry, ex-almirante da Marinha Real Britânica, que sugeriu que os sons – registrados em intervalos de 30 minutos – poderiam ser causados por outras coisas sob o mar: “Há muito ruído mecânico no oceano”.
Rush, que liderou a OceanGate com a missão de tornar a exploração em águas profundas acessível a turistas, construiu a embarcação com fibra de carbono e titânio, o que vai contra os padrões da indústria. A afirmação foi feita em uma entrevista de 2021 com Alan Estrada, um vlogger que acompanhou Rush em uma viagem aos destroços do Titanic a bordo do submarino.
O submarino era “experimental” e não havia sido aprovado por “nenhum órgão regulador”, segundo o repórter da CBS David Pogue, que viajou no Titan até o fundo do mar no ano passado e também se perdeu por algumas horas.
Leia também:
- Submarino do Titanic: funcionário alertou sobre problemas em 2018 e foi demitido
- James Cameron está “chocado com semelhança” entre tragédias do Titan e Titanic
- Hamish Harding: o que sabemos sobre o super-rico a bordo do submarino desaparecido
O submersível havia feito anteriormente duas viagens bem-sucedidas ao Titanic, embora cientistas da Sociedade de Tecnologia Marinha tenham levantado preocupações e escrito uma carta para a OceanGate em 2018. Nela, eles criticavam a empresa por não cumprir os padrões da indústria para segurança de embarcações e insistiam que ela enviasse um protótipo para revisão, de acordo com uma carta obtida pelo New York Times.
Fim trágico
Um robô não tripulado de águas profundas de um navio canadense encontrou os destroços do submersível na manhã de quinta-feira (22) a cerca de 488 metros da proa do Titanic, 4 km abaixo da superfície, disse o contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA, John Mauger, em uma coletiva de imprensa.
“O campo de detritos é consistente com uma implosão catastrófica do veículo”, disse Mauger.
As cinco pessoas a bordo incluíam o bilionário e explorador britânico Hamish Harding, de 58 anos; o magnata dos negócios nascido no Paquistão Shahzada Dawood, 48, e seu filho Suleman, de 19, ambos cidadãos britânicos; o oceanógrafo francês e especialista em Titanic Paul-Henri Nargeolet, 77, que visitou os destroços dezenas de vezes; e o norte-americano Stockton Rush, fundador e executivo-chefe da OceanGate, que pilotava o submersível.