Uma medida importante dos salários britânicos aumentou no ritmo mais rápido já registrado, mas dados oficiais também mostraram sinais de que a pressão inflacionária no mercado de trabalho está esfriando, oferecendo uma perspectiva de alívio para o Banco da Inglaterra.
A libra subia, mas os rendimentos dos títulos do governo britânico de dois anos, que são sensíveis à especulação sobre as taxas de juros, caíam acentuadamente, sugerindo que os investidores estão atenuando suas apostas sobre até onde o banco central britânico irá com sua série de aumentos de juros.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
“Houve alguns sinais preliminares de que o mercado de trabalho pode estar mudando… Mas isso deve ser equilibrado com o crescimento salarial ainda persistentemente forte”, disse Ellie Henderson, economista do banco Investec.
“O banco central provavelmente vai querer ver uma redução nos números de crescimento salarial antes de pensar em declarar o fim da luta contra a inflação.”
O aumento de 7,3% nos salários básicos nos três meses até maio em comparação com o mesmo período do ano anterior igualou o crescimento recorde de abril –que foi revisado nesta terça-feira ante 7,2% iniciais– e do segundo trimestre de 2021, de acordo com dados que remontam a 2001.
Economistas consultados pela Reuters previam um aumento de 7,1% e disseram que o salto mais forte do que o esperado deixa o Banco da Inglaterra a caminho de elevar as taxas de juros pela 14ª vez consecutiva em 3 de agosto, provavelmente em mais meio ponto percentual.
A taxa de desemprego britânica subiu inesperadamente para 4,0%, de 3,8% nos três meses até abril, e o número de pessoas desempregadas aumentou no ritmo mais rápido desde o final de 2020. As vagas de emprego disponíveis estenderam sua série de quedas para o nível mais baixo desde meados de 2021.
Samuel Tombs, da Pantheon Macroeconomics, disse que o Comitê de Política Monetária do banco central pode ver sinais suficientes de uma desaceleração nos dados para permitir que interrompa sua série de aumentos de juros em breve, embora provavelmente não em agosto.