Após três dias de alta, o dólar à vista fechou a sexta-feira (4) em baixa ante o real, com as cotações sendo conduzidas pelo exterior, onde dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos elevaram as apostas de que o Federal Reserve pode não subir mais os juros em 2023.
O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8748 na venda, com baixa de 0,51%. Apesar do movimento desta sexta-feira (4), a moeda norte-americana fechou a semana com alta de 3,03%.
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Na B3, às 17:14 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,03%, a R$ 4,8930.
Pela manhã, a moeda norte-americana à vista chegou a subir ante o real, dando continuidade ao movimento da véspera. Na máxima da sessão, às 9h01, o dólar à vista foi cotado a R$ 4,9206 (+0,43%).
A divulgação de novos dados de emprego nos EUA às 9h30 mudou o cenário. O Departamento do Trabalho informou que a economia dos EUA gerou 187 mil postos de trabalho em julho, abaixo dos 200 mil postos projetados por economistas ouvidos na pesquisa Reuters. O setor privado gerou 172 mil vagas, ante 179 mil esperadas, enquanto o setor público abriu 15 mil novos postos.
Apesar de os dados mostrarem ganhos salariais fortes, o resultado reforçou as dúvidas sobre a necessidade de mais uma elevação de juros pelo Federal Reserve este ano.
Em reação, o dólar à vista migrou para o terreno negativo, em sintonia com a perda de força da moeda norte-americana ante divisas fortes e moedas de emergentes no exterior.
No Brasil, o movimento de baixa da divisa foi intensificado pelo fato de, na véspera, o dólar ter subido quase 2%, influenciado pela decisão de política monetária do Banco Central na quarta-feira (2), que cortou a taxa básica Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Na mínima do dia, às 12h07, o dólar foi cotado a R$ 4,8455 (-1,11%).
“O movimento no câmbio é exacerbado por conta da forte desvalorização que o real teve ao longo da semana. Então, isso abriu espaço para uma realização de lucros hoje (sexta-feira), com forte valorização do real”, comentou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.
No exterior, no fim da tarde, o dólar seguia em queda ante divisas fortes e em relação a moedas de emergentes ou exportadores de commodities.
Às 17:14 (de Brasília), o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,42%, a 102,020.
Para José Faria Júnior, diretor da consultoria Wagner Investimentos, o índice do dólar vai cair de fato “quando o mercado entender que o Fed parou mesmo de subir juros”. Neste caso, segundo ele, o dólar vai experimentar novas mínimas ante o real.
“Mas obviamente estamos em um processo de corte de juros no Brasil, em que a Selic estará, a princípio, em 11,75% no fim do ano. E o Fed ainda pode subir mais seus juros. Logo, pode surgir algum incômodo para o dólar cair mais”, avaliou.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de setembro.