Empregos nos EUA: número de vagas abertas é o menor desde a pandemia
O Bureau of Labor Statistics (BLS) divulgou há pouco o relatório Jobs Openings and Labor Turnover Survey (JOLTS) de julho. É um indicador semelhante ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) brasileiro. O resultado veio bem abaixo do esperado. Julho se encerrou com 8,827 milhões de vagas abertas na economia americana. O resultado ficou abaixo da estimativa, que era de 9,465 milhões de vagas. Em junho havia 9,582 milhões de vagas abertas.
Foi a primeira vez desde antes da pandemia que a pesquisa revela menos de 9 milhões de vagas. Isso indica uma desaceleração significativa do mercado de trabalho americano. Caso os próximos números mostrem novos decréscimos, isso pode indicar uma reversão de tendência.
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Nos últimos dois anos, o JOLTS e outros indicadores vinham mostrando que o mercado de trabalho americano está mais aquecido do que nunca. Antes da pandemia, em 2019, a média de vagas abertas era de 7,5 milhões. Nos primeiros meses de 2020, com as medidas de restrição, esse número recuou para cerca de 5 milhões. E em 2022, com a retomada das atividades, chegou ao máximo de 12 milhões.
“Grande Renúncia”
O número foi inflado pelo que se chamou de “Grande Renúncia”, ou “Great Resignation”. Durante a pandemia houve um aumento nos pedidos de demissão. Os motivos foram diversos: desde decisões pessoais como mudar de vida até a percepção de que já era possível se aposentar. Com isso, o número de vagas superou 10 milhões até o primeiro trimestre deste ano, quando o endurecimento da política monetária por parte do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, reduziu a atividade das empresas e fez o número de vagas em aberto cair.
O JOLTS é um levantamento mensal elaborado pelo Bureau of Labor Statistics (BLS) americano. O BLS consulta 21 mil empresas não-agrícolas – indústrias, varejo e outros serviços – e coleta dados de empregadores para medir vagas de emprego, novas contratações, o número de funcionários que pediram demissão ou foram demitidos e outras formas de rotatividade de mão de obra, como aposentadorias e morte de trabalhadores. O BLS começou a coletar dados para o JOLTS em 1999 e a publicar os resultados da pesquisa em 2002.
