Pré-mercado: diretor do Copom americano desanima investidores

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Cenários

A terça-feira (16) foi um dia de ajustes e correções no otimismo do mercado.Após o feriado americano do Dia de Martin Luther King na segunda-feira (15), que manteve Wall Street sem funcionar, as atividades foram retomadas na terça com um cenário bem menos otimista. O motivo foram as declarações de Christopher Waller, um dos diretores do Federal Open Market Committee (Fomc), o Copom americano.

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Em uma apresentação no Brookings Institution em Washington, Waller comentou o cenário para a inflação americana. Ele disse que o Fed poder reduzir os juros neste ano se a inflação seguir dando sinais de desaceleração. “Estou cada vez mais confiante de que estamos muito perto de alcançar um nível sustentável de 2% para a inflação medida pelo PCE”, disse Waller, referindo-se ao índice de inflação Personal Consumption Expenditure. “Desde que a inflação não volte a subir ou continue elevada, acredito que o FOMC será capaz de reduzir” os juros.

Até aí, Waller confirmou as projeções do mercado. No entanto, ele trouxe um componente adicional de incerteza. Afirmou que a autoridade monetária precisa ser “metódica e cautelosa” no corte das taxas.E Waller também disse que, ao contrário do mercado, o Fed não tem pressa. “A atividade econômica e o mercado de trabalho estão saudáveis, e não há motivos para cortar [os juros] tão depressa como fizemos no passado. A projeção de Waller é de que poderá haver três cortes de 0,25 ponto percentual neste ano, reduzindo os Fed Funds (a Selic americana) da taxa atual de 5,25% a 5,50% para 4,50% a 4,75%, um patamar ainda considerado elevado. Boa parte das estimativas do mercado era de juros ao redor de 4% no fim de 2024.

Perspectivas

Boa parte da alta global dos preços das ações nos últimos meses deveu-se à expectativa dos investidores de um corte acelerado. As declarações de Wallet contrariaram esses prognósticos e provocaram um movimento de correção de preços na terça-feira. Para esta quarta-feira espera-se um pronunciamento de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE) em Davos, na Suíça.

Mais cedo, Klaas Knot, presidente do banco central holandês, disse à CNBC que o BCE analisou as condições financeiras globais e que “quanto mais flexibilização o mercado já tiver feito por nós, menor será a probabilidade de cortarmos as taxas de juros”. Um alerta para excessos de otimismo que pode causar mais correções nesta quarta-feira.