O Ibovespa opera em queda de 0,33% na abertura do pregão desta sexta-feira (22), a 127.764 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. O mercado segue se ajustando às decisões dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos. Se por aqui o teor da decisão foi mais austero, por lá o cenário foi mais positivo. Ao mesmo tempo, os balanços financeiros continuam movimentando os ânimos no Brasil.
O dólar avançava 0,31% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 4,9946.
A confiança dos consumidores brasileiros aumentou em março pela primeira vez neste ano, mostraram dados da Fundação Getúlio Vargas divulgados nesta sexta-feira.
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O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV teve no mês alta de 1,6 ponto, chegando a 91,3 pontos, após duas quedas seguidas.
“A alta da confiança dos consumidores foi motivada pela melhora de todos os quesitos que compõem o indicador, com exceção ao de intenção de compra de bens duráveis que recuou fortemente no mês. Esse é o primeiro resultado positivo do ano, elevando o indicador de um nível pessimista para moderadamente pessimista, acima dos 90 pontos”, ressaltou em nota Anna Carolina Gouveia, economista do FGV Ibre.
O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 2,1 pontos, para 80,7 pontos, segunda alta consecutiva, enquanto o Índice de Expectativas (IE) avançou 1,2 ponto, para 99,1 pontos.
“Apesar da melhora no mês, a dificuldade em alcançar níveis mais satisfatórios da confiança tem estado atrelado às limitações financeiras das famílias, como sugere a manutenção do indicador de situação financeira atual em níveis historicamente baixos”, completou Gouveia.
No cenário corporativo, o Magazine Luiza (MGLU3) anunciou nesta sexta-feira que seu conselho de administração aprovou homologação de aumento de capital total no valor de R$ 1,5 bilhão, segundo fato relevante.
O aumento de capital resultou da subscrição de 641.025.641 ações, 100% da oferta, ao preço de emissão de R$ 1,95. A ação da empresa encerrou na véspera a R$ 1,99.
A companhia elétrica Cemig teve lucro líquido de R$ 1,88 bilhão no quarto trimestre, um aumento de 34,1% em relação ao verificado em igual período do ano anterior, puxado por bons desempenhos da distribuidora de energia e da área de comercialização.
Com isso, a estatal mineira disse ter alcançado resultado histórico no consolidado de 2023, com um lucro líquido ajustado de R$ 5,36 bilhões, 15% maior que o do ano anterior.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, os três principais índices de ações de Wall Street registraram recordes de fechamento pelo segundo dia consecutivo na quinta-feira (21), depois que o Federal Reserve tranquilizou investidores quanto às perspectivas de cortes na taxa de juros este ano, enquanto os papéis de chips avançaram após a previsão otimista da Micron Technology.
Na Ásia, as ações chinesas fecharam em baixa nesta sexta-feira e o iuan caiu para o nível mais baixo em quatro meses, pressionando os mercados na Ásia e interrompendo o rali do mercado acionário depois que um corte inesperado de juros pelo banco central da Suíça fez com que os investidores apostassem em quem irá afrouxar a política monetária em seguida.
O iuan atingiu 7,24 por dólar, seu valor mais baixo desde 17 de novembro de 2023.
Investidores estrangeiros venderam 3,1 bilhões de iuanes (US$ 428,9 milhões) de ações chinesas em uma base líquida por meio do Stock Connect, marcando a segunda sessão consecutiva de saídas.
O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse que o banco central acabará reduzindo as compras de títulos e permitirá que as forças do mercado definam as variações das taxas de juros de longo prazo, sinalizando sua determinação em avançar de forma constante em direção à normalização da política monetária ultrafrouxa.
O banco central japonês encerrou oito anos de taxas de juros negativas e outros resquícios de sua política monetária pouco ortodoxa na terça-feira, fazendo uma mudança histórica em relação a décadas de estímulos monetários maciços que tinham como objetivo reanimar a economia e acabar com a deflação.
O núcleo da inflação do Japão acelerou em fevereiro, mas um índice que mede a tendência mais ampla dos preços desacelerou de forma acentuada, mostraram os dados, destacando a incerteza sobre quando o banco central voltará a elevar os juros.
Embora o aumento dos salários e dos custos de importação decorrentes de novas quedas do iene possam sustentar o crescimento dos preços, alguns analistas esperam que a inflação desacelere abaixo da meta de 2% do Banco do Japão neste ano, à medida que a demanda doméstica continua moderada.
O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 2,16%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 0,26%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,95%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 0,18%.
Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse nesta sexta-feira aos líderes da União Europeia reunidos em Bruxelas que a taxa de inflação da zona do euro deve continuar caindo, enquanto o crescimento econômico começará a aumentar durante o ano.
Ela acrescentou que a resiliência econômica da zona do euro precisa de maior produtividade, o que, por sua vez, exigiria maior investimento. A união do mercado de capitais é fundamental para promover o investimento, disse ela.
O BCE pode estar em posição de cortar as taxas de juros antes do recesso de verão, possivelmente em junho, já que a inflação está voltando para a meta de 2%, disse o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, nesta sexta-feira.
Os comentários colocaram Nagel em uma longa lista de autoridades que aparentemente defendem um corte em junho e sugerem que o BCE será o segundo grande banco central depois do suíço a começar a desfazer a série recorde de aumentos nos juros.
A confiança das empresas alemãs melhorou em março e superou as expectativas, segundo uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira, embora provavelmente não o suficiente para evitar que a maior economia da Europa caia em outra recessão.
O instituto Ifo disse que seu índice de clima empresarial ficou em 87,8, em comparação com uma leitura de 86,0 prevista pelos analistas em uma pesquisa da Reuters.
O Stoxx 600 perdia 0,08%; na Alemanha, o DAX avançava 0,12%; o CAC 40 em queda de 0,35% na França; na Itália, o FTSE MIB recua 0,01%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 0,50% no Reino Unido.
(Com Reuters)