O Ibovespa opera em queda de 0,17% na abertura do pregão desta terça-feira (26), a 126.711 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. O dia será marcado pela repercussão do mercado em relação a divulgação do IPCA-15 de março e pela ata do Copom, que dá novas dicas sobre a trajetória dos juros no país.
O dólar avançava 0,13% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 4,9794.
Alguns componentes do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliam que pode ser necessária uma redução no ritmo de cortes dos juros básicos caso as incertezas se mantenham elevadas à frente, mostrou a ata da última reunião do colegiado.
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“Alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir”, informou o BC no documento.
No documento divulgado nesta terça-feira, o Copom reiterou que sua diretoria antevê redução de 0,50 ponto percentual na Selic apenas “na próxima reunião”, não mais “nas próximas reuniões”, como vinha afirmando em reuniões anteriores.
Na última quarta-feira, o Copom anunciou a sexta redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, e encurtou sua indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas.
Por aqui, o avanço do IPCA-15 voltou a desacelerar em março com a perda de força do impacto sazonal da educação, mas ainda ficou acima do esperado sob o peso dos preços de alimentação e bebidas.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou a subir 0,36% em março, de uma alta de 0,78% em fevereiro, em um resultado que ficou ligeiramente acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,32%.
Os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram ainda que a taxa acumulada em 12 meses passou a uma alta de 4,14%, de 4,49% em fevereiro e expectativa de 4,10%.
A meta para a inflação em 2024 é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
Ao mesmo tempo, economistas consultados pelo Banco Central reduziram nesta terça-feira suas projeções para a inflação ao final deste ano e do próximo, ao mesmo tempo que elevaram o prognóstico para o crescimento econômico em 2024.
A pesquisa semanal Focus, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostra agora expectativa de que o IPCA suba 3,75% neste ano, contra projeção anterior de inflação de 3,79%. Para 2025, a conta caiu a 3,51%, ante inflação de 3,52% estimada antes.
O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
A confiança da indústria do Brasil recuou em março, em sinal de acomodação após um período de melhora da demanda e normalização dos estoques, conforme o cenário macroeconômico favorável ainda não impacta o setor significativamente.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou nesta terça-feira que seu Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,9 ponto em março, para 96,5 pontos.
Segundo a FGV, até houve uma perspectiva mais positiva relacionada a contratações neste mês, mas as expectativas seguem de cautela no que diz respeito à produção.
Em março, o Índice Situação Atual (ISA) caiu 1,4 ponto, para 96,6 pontos, interrompendo sequência de seis altas consecutivas. Já o Índice de Expectativas (IE) recuou 0,4 ponto, para 96,4 pontos.
No cenário corporativo, a Casas Bahia teve uma elevação no prejuízo líquido do quarto trimestre, com impacto da linha financeira e de reestruturação anunciada no ano passado, mas registrou sua primeira geração de caixa anual após três anos, conforme balanço divulgado na noite de segunda-feira.
A Casas Bahia apurou prejuízo líquido contábil de R$ 1 bilhão no quarto trimestre do ano passado, contra perda anterior de R$ 163 milhões no mesmo período em 2022. No terceiro trimestre, o prejuízo líquido foi de R$ 836 milhões.
O Mercado Livre anunciou nesta terça-feira que planeja investir 23 bilhões de reais no Brasil em 2024, um aumento de 21,1% na comparação com 2023.
O montante representa uma aceleração no ritmo de investimentos anuais da empresa no país, seu principal mercado, após um crescimento de 11,5% nos aportes em 2023.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, o índice de preços PCE, indicador favorito do Federal Reserve para a inflação, será publicado na sexta-feira, quando os mercados brasileiros e em vários países desenvolvidos estarão fechados.
Na Ásia, as ações da China fecharam em alta nesta terça-feira, com compras por capital estrangeiro pelo segundo dia consecutivo, enquanto o foco também recaia sobre medidas de apoio para o setor imobiliário do país, que enfrenta dificuldades.
Os órgãos reguladores chineses estão pressionando os bancos a acelerarem as aprovações de novos empréstimos para incorporadoras imobiliárias privadas carentes de dinheiro, disseram pessoas com conhecimento do assunto na segunda-feira.
A volatilidade do mercado imobiliário da China tem impacto limitado sobre o sistema financeiro do país, e alguns “sinais positivos” surgiram no mercado, disse o presidente do banco central na segunda-feira.
O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 0,88%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 0,50%. Já na China continental, o índice Shanghai ganhou 0,17%; e no Japão, o índice Nikkei recuou 0,04%.
Na Europa, o sentimento do consumidor alemão deve permanecer em seu caminho de lenta recuperação em abril, ajudado por menos famílias que veem a necessidade de economizar, mesmo com a incerteza sobre o desenvolvimento econômico da Alemanha, mostrou uma pesquisa nesta terça-feira.
O índice de sentimento do consumidor, publicado em conjunto pelo instituto GfK e pelo Instituto de Decisões de Mercado de Nuremberg (NIM), subiu ligeiramente para abril, a -27,4, de um patamar revisado de -28,8 para março, superando a previsão de analistas consultados pela Reuters de -27,8.
Uma queda de cinco pontos na propensão a economizar, para 12,4, ajudou a impulsionar o sentimento geral, mostraram os dados, mas o subindicador ainda é relativamente alto: no mesmo período do ano passado, foi de 1,3.
O Stoxx 600 ganhava 0,16%; na Alemanha, o DAX avançava 0,64%; o CAC 40 em alta de 0,26% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 0,19%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 0,08% no Reino Unido.
(Com Reuters)