O Ibovespa fechou com um declínio modesto de 0,31% nesta segunda-feira (20). Esse movimento ocorreu após uma sessão sem tendência única e com o volume financeiro abaixo da média do ano, enquanto agentes financeiros calibravam suas apostas sobre a política monetária nos Estados Unidos e no Brasil.
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O Ibovespa cedeu 0,31%, a 127.750,26 pontos, tendo marcado 127.478,97 pontos na mínima e 128.730,25 pontos na máxima da sessão, de acordo com dados preliminares. O volume financeiro somava R$ 17 bilhões antes dos ajustes finais, de uma média diária de R$ 24,1 bilhões no ano.
Para Jaqueline Kist, especialista em mercado de capitais e sócia da Matriz Capital, os dados econômicos americanos trazem um pouco de otimismo à perspectiva de um ou dois cortes de juros nas Fed Funds Rates ainda esse ano.
No cenário corporativo, a Braskem (BRKM5) esteve entre as maiores altas, após ganho de causa bilionária pela Justiça de São Paulo para pagamento de indenização de R$ 5,5 bilhões pela Novonor, antiga Odebrecht. A capacidade financeira da empresa para pagamento é a dúvida do mercado.
O maior volume negociado no dia ficou com a Vale (VALE3). Em dia de alta no minério de ferro e após semana de desempenho positivo na economia e nos ativos chineses, a mineradora tentava ganhar o fluxo de oportunidade frente à nova precificação da bolsa doméstica.
A Petrobras (PETR4/PETR3) avançou levemente neste pregão, apesar da queda do petróleo Brent, que puxou para baixo as ações das juniors RRRP3 (terceira maior queda do dia, após o anúncio da continuidade da incorporação à Enauta) e PRIO3, que tiveram uma queda de mais de 1%.
Na ponta negativa, a IRB Brasil (IRBR3) sofreu com a especulação e a atualização das estimativas quanto aos prejuízos e às consequências das enchentes no Rio Grande do Sul. A empresa, em sua capacidade de seguradora, afirma que ainda não é possível estimar o impacto financeiro.
“Vemos altas nas expectativas de inflação e da Selic refletidas tanto no Boletim Focus quanto, em maior grau, na curva DI futura que, na comparação com as taxas reais oferecidas pelas NTN-Bs, já nos mostra uma projeção de inflação implícita beirando os 6% ao ano a partir de 2027. Já se fala, inclusive, no fim do ciclo de cortes da Selic nesse ano no país”, afirma Jaqueline.
O dólar à vista fechou a segunda-feira perto da estabilidade ante o real, influenciado por fatores como as oscilações da moeda norte-americana no exterior, a realização de parte dos lucros recentes dos investidores no Brasil e a percepção de que a taxa básica Selic seguirá em dois dígitos.
O dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,1048 na venda, em leve alta de 0,03%. Em maio, a divisa acumula baixa de 1,69%.
Às 17h12, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,04%, a R$ 5,1100 na venda.