Nos últimos dois anos, o mercado de criptomoedas frequentou os noticiários pelas razões erradas. As duas maiores empresas da indústria, a Binance e a FTX tiveram problemas com a lei.
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A Binance, fundada por Changpeng Zhao, entrou em conflito com as autoridades dos EUA e se declarou culpada de violar as leis contra lavagem de dinheiro, bem como de transmissão não licenciada de dinheiro e violações de sanções. A corretora teve de pagar US$ 4,3 bilhões em restituição e o próprio Zhao admitiu uma única acusação de não implementar um programa eficaz de combate à lavagem de dinheiro na Binance, pela qual foi multado em US$ 50 milhões e condenado a quatro meses de prisão.
Já Sam Bankman-Fried, ex-CEO da exchange FTX, enfrentou acusações de fraude, lavagem de dinheiro e violações de financiamento de campanha, resultando em uma sentença de 25 anos de prisão.
O cenário dos criptoativos está caminhando para ser mais transparente e mais seguro para o investidor. Mesmo assim, é preciso tomar alguns cuidados. A Forbes americana listou algumas precauções:
1- Não se deixe enganar por sites sofisticados.
O negócio de troca de criptomoedas tem poucas barreiras à entrada. Não requer muito mais do que criar um site de aparência impressionante, perfil em redes sociais e garantir algumas carteiras digitais. Ativos e atividades de negociação podem ser facilmente falsificados. Em 2022, publicamos um projeto de pesquisa mostrando que metade de toda a atividade de negociação de bitcoin provavelmente era fabricada. Os riscos são ainda maiores para investidores que negociam tokens de segunda e terceira categoria, que são uma especialidade das exchanges de ativos digitais de qualidade inferior.
2- Verifique, não confie
Antes de depositar seu capital em uma exchange, é uma boa ideia investigá-la com provedores de dados respeitáveis como Arkham e Defillama sobre os ativos que a exchange mantém sob custódia. Se eles relatarem menos de US$ 100 milhões (R$ 511,01 milhões) em ativos reais (bitcoin, ether), evite. Além disso, seja muito cauteloso com quaisquer dados de negociação relatados pela exchange (ou seja, auto-relatados), que muitas vezes são inflacionados.
3- Confira as licenças
Licenças específicas para criptomoedas não são garantia de segurança e solvência. Mas, mais provavelmente do que não, ter licenças mostra que uma empresa está comprometida com a transparência e o cumprimento das regras. Você também pode verificar uma licença relatada no site de uma exchange com a autoridade emissora. É importante fazer isso porque houve múltiplas reivindicações falsas.
4- Não aceite taxas altas
Os usuários pagaram quase 2% em comissões ou taxas em 2023 para negociar na Coinbase em comparação com taxas quase zero para negociar criptomoedas na Robinhood, LMAX Digital e várias exchanges japonesas. Seja investindo em fundos de índice de ações ou realizando hiper-negociações de criptomoedas, as taxas reduzem os retornos. Consideramos a acessibilidade com um peso de 10% em nossas classificações.
5- O mercado é mais concentrado do que parece
Pode haver mais de 600 empresas oferecendo negociação de criptomoedas, mas a Coinbase atualmente detém a custódia de 44% de todo o bitcoin e ether mantidos nas exchanges. Embora seja uma empresa respeitável com um longo histórico de auditoria pela Deloitte, concentrar a maioria de seus ativos em um único provedor de serviços nunca é prudente. Considere diversificar os investimentos.
6- Esqueça as “memecoins”
Enquanto reguladores em alguns mercados – como Hong Kong, Japão e Coreia do Sul, por exemplo – limitam quais tokens podem ser listados em suas exchanges, outras jurisdições têm poucas ou nenhuma barreira. As exchanges listam praticamente qualquer coisa com demanda dos clientes, desde que acreditem que um ativo seja tecnicamente seguro e não seja um valor mobiliário, independentemente de o token ter utilidade. Comprar tokens de piada não é investir, é especular ou jogar, e a única coisa que dá valor a esses tokens é a existência de um tolo maior do que você disposto a pagar um preço mais alto.