O Ibovespa opera em alta de 0,50% na abertura do pregão desta terça-feira (11), a 121.360 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. Os mercados acompanham de perto a repercussão da divulgação do IPCA no Brasil, enquanto aguardam por novas diretrizes do Federal Reserve sobre os juros.
O dólar avançava 0,05% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 5,3592.
A alta dos preços no Brasil foi mais intensa do que o esperado em maio, com os custos de alimentação intensificados pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul e a inflação de serviços pesando mais no bolso dos consumidores e mantendo o sinal de alerta.
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Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,46%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. No mês anterior a alta havia sido de 0,38%.
A leitura ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de um avanço de 0,42% no mês e levou o IPCA a acumular em 12 meses alta de 3,93%, contra projeção de 3,89%.
O centro da meta para a inflação, medida pelo IPCA, este ano é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
O resultado de maio foi pressionado pelos preços dos alimentos e bebidas, que subiram 0,62% na comparação mensal, embora a alta tenha desacelerado ante a taxa de 0,70% de abril.
A maior influência veio de tubérculos, raízes e legumes, que subiram 6,33%, com destaque para batata-inglesa, que exerceu o maior impacto individual sobre o índice geral com aumento de 20,61% devido à redução da oferta.
“De modo geral, foi um resultado quantitativamente e qualitativamente ruim, que reforçará a postura de cautela do banco central. De positivo, o resultado trouxe apenas a estabilidade na variação dos núcleos em 12 meses e do indicador de difusão, sendo assim, esperamos que o Copom mantenha a taxa de juros nos atuais 10,5% pelas próximas reuniões e uma inflação oscilando ao redor de 4%, que é nossa estimativa para 2024”, avalia André Valério, economista sênior do Inter.
A companhia de meios de pagamento Cielo afirmou nesta terça-feira que seu indicador de vendas no varejo no país em maio ficou estável na comparação com o mesmo período de 2023 em termos deflacionados, pressionado por quedas nos setores de serviços e bens duráveis e semiduráveis.
Enquanto isso, o setor de bens não duráveis teve alta de 2,5% nas vendas de maio sobre um ano antes, segundo o indicador ICVA da companhia. Serviços teve queda de 5,1% nas vendas, enquanto bens duráveis e semiduráveis sofreram baixa de 1,7%.
No cenário corporativo, a Americanas anunciou nesta terça-feira resultados preliminares não auditados do primeiro trimestre deste ano, contabilizando receita líquida de R$ 3,76 bilhões ante R$ 3,63 bilhões divulgados anteriormente para o mesmo período de 2023.
A companhia responsável por um dos maiores pedidos de recuperação judicial da história do país afirmou que teve um resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) “ajustado” positivo de R$ 284 milhões nos três primeiros meses deste ano.
A Marisa Lojas aprovou um aumento de capital privado de até R$ 750 milhões como parte de uma reestruturação financeira mais ampla que vem implementando, informou a companhia no final de segunda-feira.
A Marisa vai emitir cerca de 535,7 milhões de ações ao preço de R$ 1,40 cada, o que representa um desconto de 14,6% em relação ao preço de fechamento de segunda-feira.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, os investidores aguardam pela decisão de política monetária do Federal Reserve, que será divulgada na quarta-feira (12).
Na Ásia, as ações da China encerraram em baixa nesta terça-feira, o primeiro dia de negociação após o feriado, com os dois índices principais caindo para seus níveis mais baixos em quase dois meses.
Enquanto isso, as ações de Hong Kong fecharam na mínima de mais de uma semana, pressionadas por dados surpreendentemente robustos sobre o emprego nos Estados Unidos, que provocaram uma redução drástica das apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve este ano.
Os investidores agora aguardam os dados de maio sobre crédito da China nesta semana para avaliar a saúde da economia em geral.
Uma pesquisa da Reuters sugeriu que os novos empréstimos em iuanes da China provavelmente se recuperaram em maio em relação a abril, já que o banco central disse aos bancos que acelerassem os empréstimos bancários para sustentar a economia.
O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 1,04%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 0,04%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,76%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 0,25%.
Na Europa, as pressões inflacionárias em toda a zona do euro continuam fortes o suficiente para que o Banco Central Europeu mantenha as taxas de juros altas para restringir o crescimento econômico, disse o economista-chefe do BCE, Philip Lane, nesta terça-feira.
“O alto nível de incerteza e as pressões ainda elevadas dos preços, que são evidentes nos indicadores de inflação doméstica, inflação de serviços e crescimento salarial, significam que precisaremos manter uma postura monetária restritiva”, disse Lane em um discurso em Dublin.
Por lá, a fusão das unidades suíças do UBS e do Credit Suisse poderá ser concluída já em 1º de julho, disse uma executiva sênior do UBS nesta terça-feira.
O UBS, que adquiriu o antigo rival Credit Suisse no ano passado após o colapso do banco, já havia indicado que as unidades seriam combinadas durante o terceiro trimestre.
Sabine Keller-Busse, presidente do UBS Suíça, disse em entrevista ao jornal “Neue Zuercher Zeitung” que o plano estava a progredir “muito bem”. “A fusão poderia ser feita até 1º de julho”, afirmou.
O Stoxx 600 perdia 0,82%; na Alemanha, o DAX recuava 0,72%; o CAC 40 em queda de 1,18% na França; na Itália, o FTSE MIB perde 1,75%; enquanto o FTSE 100 tem desvalorização de 1,04% no Reino Unido.
(Com Reuters)