O Ibovespa iniciou o pregão desta sexta-feira (7) em queda, após a criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos ter acelerado muito mais do que o esperado em maio, indicando que o Federal Reserve pode esperar até setembro, no mínimo, para iniciar os cortes na taxa de juros.
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Por volta das 10h30, o Ibovespa registrava uma queda de 0,96%, aos 121.788,2 pontos. O dólar à vista subia 0,83%, a R$ 5,2928 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,45%, a R$ 5,294 na venda.
“(O relatório) surpreendeu muito. Com o verão chegando nos EUA, contratações voltam a subir, mas de qualquer forma, não era esperado”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.
O relatório de emprego do Departamento de Trabalho dos EUA mostrou que 272 mil vagas foram criadas fora do setor agrícola em maio, muito acima dos 185 mil esperados por economistas consultados pela Reuters, com as estimativas variando de 120 mil a 258 mil.
Um mercado de trabalho forte tem sido uma justificativa comum entre as autoridades do Fed para se manterem cautelosas em relação à trajetória da inflação de volta à sua meta de 2%, o que também tem adiado o início de um possível ciclo de afrouxamento monetário pelo banco central dos EUA.
Ao longo do último mês, dados de emprego do setor privado e de vagas abertas, seguidos de um relatório de emprego mais fraco em abril, vinham mostrando um arrefecimento do mercado de trabalho norte-americano, ampliando as expectativas do mercado por um corte de juros no Fed em breve.
O relatório desta sexta-feira reverte essas apostas, fomentando um cenário de juros mais altos por mais tempo nos EUA, uma vez que as autoridades do Fed devem reforçar sua postura agressiva na batalha contra a alta dos preços.
“O Fed está focado em inflação. Deve deixar claro que esse será o foco para trazer juros para baixo”, afirmou Moutinho, acrescentando que ainda vê chance de um corte antes das eleições nos EUA, que acontecem no início de novembro.
No cenário doméstico, os investidores estarão atentos a comentários de membros do Banco Central, com palestras do presidente Roberto Campos Neto; do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo; e do diretor de Assuntos Internacionais, Paulo Picchetti.
Na quinta-feira, Campos Neto e Galípolo, em eventos separados, demonstraram uma preocupação comum com as expectativas do mercado para a inflação ao fim deste ano e dos próximos, como evidenciado na mais recente pesquisa Focus.
(Com Reuters)