O Ibovespa subia nos primeiros negócios desta quinta-feira, embora ainda persistem preocupações com o cenário fiscal no país, enquanto no exterior o penúltimo pregão da semana era marcado por alta do minério de ferro, mas queda do petróleo.
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Às 10h30, o índice avançava 0,17%, a 120.089,57 pontos. O contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais curto, em 14 de agosto, tinha variação positiva de 0,13%. O dólar rondava a estabilidade frente ao real, mantendo-se perto dos R$ 5,40 após os fortes ganhos na véspera em razão de preocupações do mercado com o cenário fiscal brasileiro. O dólar à vista caía 0,05%, a R$ 5,4008 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,14%, a R$ 5,419 na venda.
“O governo fracassou em todas as suas tentativas até agora de apresentar um plano crível para a execução do arcabouço fiscal”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. “Até que nós tenhamos um vetor claro e confiável de que as coisas vão caminhar de volta para um ajuste, vamos continuar tendo essa pressão”.
Na quarta-feira, o Ibovespa caiu mais de 1,40% por conta de preocupação dos investidores com a área fiscal, fomentada por uma derrota do governo no início da semana em sua tentativa de compensar a desoneração da folha de pagamentos e uma maior percepção de fraqueza do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dentro do Executivo.
Na terça-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), havia anunciado a decisão de devolver ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva trechos da Medida Provisória do PIS-Cofins que restringiram a compensação de créditos do tributo.
A decisão de Pacheco foi vista como uma derrota para o governo e, em especial, para Haddad, que buscava com a MP cobrir perdas de arrecadação com a manutenção da desoneração da folha. A expectativa era de que a MP fosse gerar aumento de 29 bilhões na arrecadação em 2024.
O mal-estar em torno da situação fiscal brasileira foi reforçado por declarações do presidente Lula no dia seguinte durante evento com investidores no Rio de Janeiro, onde disse que o aumento da arrecadação e a queda na taxa de juros permitirão uma redução do déficit nas contas sem impactar os investimentos.
Dados econômicos
As vendas varejistas brasileiras cresceram pelo quarto mês seguido em abril e renovaram o maior patamar da série histórica, mas iniciaram o segundo trimestre com um desempenho abaixo do esperado. O varejo registrou em abril aumento de 0,9% das vendas sobre o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda que as vendas tenham crescido em todos os meses deste ano, o resultado de abril ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 1,3%.
Nos EUA, o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego atingiu uma máxima em 10 meses na semana passada, indicando afrouxamento das condições do mercado de trabalho.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 13 mil na semana encerrada em 8 de junho, para 242 mil em dado com ajuste sazonal, o nível mais alto desde agosto passado, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam 225 mil pedidos na última semana.
Na quarta, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que seu índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou inalterado em maio, após ter subido 0,3% em abril. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta mensal de 0,1%. Os números foram bem recebidos pelo mercado, que elevou as apostas de que o Fed fará um corte de juros já em setembro.
(Com Reuters)