A mira do governo sobre os “super-ricos”, em meio à taxação na indústria de fundos, não afetou a preferência dos mais endinheirados pela renda fixa. Ao contrário.
Levantamento mensal da fintech Smartbrain divulgado nesta quarta-feira (17) mostra que as pessoas físicas com grande patrimônio aumentaram a participação em títulos e fundos, em meio à pausa nas quedas da taxa Selic.
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Em junho, a renda fixa voltou a dominar os portfólios dos investidores de renda elevada, com a alocação representando 43,55%. Em maio, o percentual era de 40,63%.
Segundo o levantamento da Smartbrain, o segmento de varejo de alta renda refere-se ao perfil entre R$ 300 mil e R$ 3 milhões. Já o de ultra high tem acima de R$ 50 milhões. Desse total na renda fixa, 38,63% são de alta renda e 3,32%, ultra high.
Completam a alocação em renda fixa os segmentos varejo (30,39%), que representa renda entre R$ 50 mil e R$ 300 mil, e private (27,66%), com renda entre R$ 3 milhões e R$ 50 milhões.
O foco do portfólio dos super-ricos nessa classe de ativos está concentrado em fundos pós-fixados e os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) atrelados ao CDI. As letras financeiras de crédito e os certificados de recebíveis em operações dos setores imobiliário e do agronegócio – conhecidos pelas siglas LCIs, LCAs, CRIs e CRAs – também agradam.
Na mira do governo
Vale lembrar que desde o fim do ano passado o governo federal empenhou uma artilharia pesada contra os super-ricos no Brasil. Tudo começou com a taxação dos investimentos no exterior, chamados de fundos offshore, que foi seguida pelos “onshore”, como eram chamados os fundos exclusivos pela equipe econômica.
Na sequência, o Ministério da Fazenda publicou novas resoluções que fecharam o cerco sobre os planos de previdência privada Depois, foi a vez da “sopa de letrinhas” formada por LCIs, LCAs, CRIs, CRAs e LIGs.
Na ocasião, as medidas foram vistas pelo mercado financeiro como parte dos esforços para melhorar a situação fiscal do país.
Cautela entre os ricos
Ainda conforme o levantamento da Smartbrain, os fundos multimercados aparecem em segundo lugar entre os preferidos. No entanto, o percentual de alocação caiu de 36,43% em maio para 32,46% em junho. Porém, as ações e fundos de ações tiveram ligeira alta, indo de 9,74% para 9,97% no período.
Já a participação em fundos imobiliários (FIIs) ficou estável em 2,05% do portfólio dos super-ricos, assim como os produtos de previdência, que oscilaram de 6,67% para 6,62% entre o mês passado e o anterior.
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O levantamento da Smartbrain consolida as posições em mais de 250 mil carteiras de investimento e acompanha cerca de R$ 270 bilhões em patrimônio, sendo que 70% dos clientes têm entre R$ 300 mil e R$ 50 milhões investidos.