As commodities, incluindo petróleo, gás natural, metais e produtos agrícolas, juntaram-se à liquidação global (sell-off) do mercado de ações nesta segunda-feira (5). Os temores de uma recessão nos Estados Unidos aumentaram as preocupações com a demanda pelas principais matérias-primas.
Os insumos já haviam sofrido um golpe nas últimas semanas, pressionados pela lentidão da economia da China, principal mercado comprador. O barril do petróleo caiu cerca de 5% na semana passada. O cobre atingiu uma baixa de quatro meses na Bolsa de Metais de Londres, enquanto o milho está próximo de seu menor valor desde 2020.
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“As commodities sofreram pressão de venda ao longo do último mês, o que basicamente significa que a queda que atualmente atinge as ações já ocorreu até certo ponto”, disse o analista do Saxo Bank, Ole Hansen.
O petróleo bruto caía cerca de 1% nesta segunda-feira (05) em negociações voláteis, menos do que as perdas nos principais índices de ações. Os temores de recessão nos EUA foram mitigados pelo suporte de preços das crescentes tensões no Oriente Médio.
“A geopolítica, por exemplo, a ansiedade em relação à interrupção do fornecimento no Oriente Médio e a crescente crença de que a Opep [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] não irá reverter os cortes voluntários (de produção), fornecem um suporte relativo para o petróleo em comparação com as ações”, disse o analista da PVM Tamas Varga à Reuters.
Já os preços do cobre caíram mais de 3%, atingindo mínimas de quatro meses e meio, com a piora das perspectivas de demanda na China e nos Estados Unidos, as duas maiores economias do mundo, desencadeando uma liquidação do metal usado em energia e construção.
O ouro, por sua vez, caiu cerca de 2%.
“Em uma base comparativa, o ouro se sai melhor do que outros metais quando as pessoas estão preocupadas com a recessão. Mas ele também sofrerá pressão porque as pessoas o vendem para atender às suas margens em outros mercados”, disse Tom Price, analista da Liberum.
Os contratos europeus de gás, energia e carbono também caíram.
O gás de referência europeu para o mês seguinte afundou cerca de 4% em relação à sessão anterior, sob pressão de vendas motivadas por pânico, em linha com o amplo “sell-off”, bem como outros fatores, de acordo com um trader.
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Nos mercados agrícolas, produtos como trigo, milho, soja e açúcar recuperaram algumas perdas do início da sessão. Com exceção do trigo, que caiu cerca de 1%, os outros produtos negociam em níveis um pouco mais altos no dia.