A Tupperware, produtora de recipientes plásticos reutilizáveis, entrou oficialmente com o pedido de recuperação judicial. O processo é conhecido como “Chapter 11” dentro da lei de falência dos Estados Unidos. O pedido ocorreu após alguns dias de rumores sobre a potencial falência e anos de tentativa de reestruturação de dívidas com os credores. A decisão foi comunicada ao mercado na noite desta terça-feira (17).
Leia também
Ele permite que as empresas que se encontram em dificuldades financeiras tenham uma maior flexibilidade para reorganizar as suas operações, com a supervisão do Tribunal e são uma etapa anterior ao pedido de falência definitivo.
A Tupperware foi criada em 1942, por Earl Tupper, mas os primeiros produtos e a Tupperware Brands Corporation só foram a público em 1946.
Os problemas da companhia não são novidade e a empresa já havia comunicado os investidores de que poderia optar pela falência em 2023. A Tupperware vem tentando controlar e negociar os seus mais de US$ 700 milhões (R$ 3,8 bilhões) em dívidas. Ela chegou a conseguir um acordo no início desde ano para débitos vencidos, mas não cumpriu os termos estabelecidos e voltou a encarar a pressão dos credores.
Apesar de ter visto um pico de vendas durante a pandemia — quando o isolamento social obrigou muitas pessoas a começarem a cozinha em casa —, o movimento não se sustentou. Com dificuldade para atrair um público mais jovem e superar a concorrência de produtos mais baratos, a companhia começou a patinar.
As negociações das ações da Tupperware, na NYSE, estão suspensas desde a última segunda-feira (16), quando os papéis caíram 50% com a possibilidade de falência.
O que acontecerá com a Tupperware?
De acordo com a nota publicada pela empresa, a companhia tentará manter as suas operações durante todo o processo de recuperação judicial, tanto para consumidores quanto para as revendedoras dos produtos Tupperware. Além disso, também pedirá ao Tribunal que um processo de venda dos ativos da empresa seja facilitado — uma tentativa de proteger a marca Tupperware, com mais de 80 anos de história.
No ano passado, a companhia já havia trocado a sua diretoria e contratado consultores para auxiliar no processo de reorganização de débitos e ganhar eficiência operacional. Os resultados, no entanto, não apareceram.
Segundo o comunicado, não haverá mudanças no trabalho dos consultores da marca, que vendem os produtos por meio de catálogos ou pronta entrega.
Ao longo do processo de recuperação judicial, a empresa poderá entregar documentos financeiros sobre as suas operações durante o processo, incluindo o pagamento contínuo de salários e benefícios dos funcionários, bem como a compensação de fornecedores e prestadores de serviços.
O que diz a empresa?
Em nota, Laurie Ann Golgman, presidente e CEO da Tupperware, apelou para o lado sentimental da marca. “Quer você seja um membro dedicado da nossa equipe, venda, cozinhe com ou simplesmente ame nossos produtos Tupperware, você faz parte da nossa família”.
“Nos últimos anos, a posição financeira da empresa foi gravemente impactada pelo desafiador ambiente macroeconômico. Como resultado, exploramos diversas opções estratégicas e determinamos que este é o melhor caminho a seguir”, esclarece a executiva.
- Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Segundo ela, o processo de recuperação judicial é pensado para dar flexibilidade enquanto a empresa busca alternativas estratégicas. Ainda segundo o documento, a ideia é que a Tupperware passe a ser uma empresa digital. Isso implica o uso da tecnologia para oferecer e desenvolver os seus produtos e serviços.