Na noite de quarta-feira (11), a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa referencial Selic em 1,00 ponto percentual não teve o efeito esperado no câmbio. Ao invés de uma valorização do real, o dia encerrou com o dólar em alta de 0,9% a R$ 6,01.
Com a política monetária mais restritiva, a bolsa brasileira despencou nesta quinta-feira (12), aumentando o desafio do pregão de se manter positivo em dezembro. O Ibovespa fechou em queda de 2,74% a 126.042 pontos.
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As apostas do mercado para o avanço da Selic foram consolidadas mesmo antes da reunião, a maioria das opções de Copom negociadas na B3 indicava essa possibilidade. O que surpreendeu mesmo os profissionais do mercado foi a volta do “forward guidance”. Em português, uma indicação do que o Comitê deve fazer nas próximas reuniões.
E ficou claro: se o cenário não mudar, o Copom já “contratou” mais duas altas de juros de 1,00 ponto percentual nas reuniões agendadas para janeiro e março de 2025. Os analistas avaliam que o endurecimento da política monetária por parte do Banco Central (BC) era necessário para ancorar as expectativas. Mesmo assim, isso não impediu a moeda norte-americana de continuar subindo e nem blindou o Ibovespa da desvalorização nesta quinta-feira (12).
Essa postura do Copom reforça a dificuldade da política monetária em ancorar as expectativas de inflação. Segundo Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais, isso realça os desafios enfrentados pelo Banco Central, e o momento de crédito caro no país, reduz a confiança do empresário por novos investimentos. “O Brasil assim como os EUA vai buscar o seu pouso suave, controlar a inflação sem gerar o efeito colateral da recessão econômica”, afirmou.
Em Wall Street, o Nasdaq fechou o dia em queda de 0,66%, não dando sequência ao rali pós-eleições que tomou conta das bolsas em Nova York.