
O Ibovespa fechou em alta de 1% nesta sexta-feira, assegurando um desempenho positivo no acumulado da semana, após a Casa Branca afirmar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está otimista quanto a um acordo com a China.
A declaração ocorreu após Pequim aumentar novamente as tarifas para produtos norte-americanos, desta vez para 125%, mas indicar que essa seria a última vez que se equipararia aos EUA, se Trump elevar ainda mais suas taxas para itens chineses.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,05%, a 127.682,4 pontos, tendo marcado 128.385,96 pontos na máxima e 126.078,39 pontos na mínima do dia. Na semana, acumulou uma variação positiva de 0,34%.
O volume financeiro nesta sexta-feira somou R$ 22,5 bilhões. O dólar à vista fechou em baixa de 0,49%, a R$5,8698. Na semana, a moeda acumulou alta de 0,54%
Na visão do gestor de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital, agradou a sinalização de autoridades chinesas de que esse será o último aumento de tarifas, assim como a sinalização de Trump na disposição de negociar com a China.
Ele também citou declarações da presidente do Federal Reserve de Boston, Susan Collins, de que o banco central norte-americano terá uma posição mais acomodatícia, caso a volatilidade nos mercados continue.
“Isso trouxe um alívio e permitiu uma recuperação nos mercados. Mas ainda há dúvidas sobre o desfecho desses movimentos (China-EUA), bem como das negociações dos EUA com os outros países. A volatilidade tende a continuar elevada.”
Ao Financial Times, Collins disse que o Fed “tem ferramentas para lidar com as preocupações sobre o funcionamento do mercado ou a liquidez, caso elas surjam”. “Estaríamos absolutamente preparados para fazer isso conforme necessário”, afirmou.
Em Wall Street, o S&P 500 trocou de sinal algumas vezes antes de fechar em alta de 1,8%, com agentes financeiros também repercutindo o começo da temporada de balanços, que nesta sessão incluiu os resultados de JPMorgan e Morgan Stanley.
No Brasil, a pauta mostrou que o IPCA desacelerou em março, com uma alta de 0,56%, de 1,31% em fevereiro. Em 12 meses, porém, passou de 5,06% para 5,48%, ainda mais distante da meta de inflação perseguida pelo Banco Central.
Na visão da equipe do Bank of America, a desaceleração mensal não significa muita coisa, pois fevereiro foi poluído pelo bônus de Itaipu e pela sazonalidade da volta às aulas, conforme relatório enviado a clientes.
“A inflação anual continua aumentando, em termos de índice geral, núcleo e serviços essenciais, e permanece em níveis elevados”, ressalta o documento assinado por David Beker, Natacha Perez e Gustavo Mendes.
Em paralelo, o IBC-Br, calculado pelo BC e considerado um sinalizador do PIB, cresceu 0,4% em fevereiro, em dado dessazonalizado, acima das expectativas no mercado (+0,15%), mas abaixo da alta de 0,9% em janeiro.
Destaques
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PETROBRAS PN subiu 1,99%, conforme os preços do petróleo firmaram-se no azul, com o barril de Brent fechando em alta de mais de 2% e apoiando a recuperação do setor na B3. BRAVA ON ganhou 5,24%, PRIO ON avançou 4,38% e PETRORECONCAVO ON valorizou-se 1,05%.
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VALE ON avançou 1,67%, endossada ainda pela alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com alta de 0,71%, a 708 iuanes (US$ 96,70) a tonelada, registrando uma perda semanal de 4,8%.
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ITAÚ UNIBANCO PN fechou em alta de 0,51%, com os bancos também seguindo o movimento mais positivo na bolsa. BRADESCO PN subiu 1,37%, BANCO DO BRASIL ON avançou 0,87% e SANTANDER BRASIL UNIT encerrou com acréscimo 1,02%.
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SLC AGRÍCOLA ON avançou 6,01%, tendo no radar relatório de analistas do Citi afirmando que esperam que as ações da companhia tenham um bom desempenho nos próximos dias, entre outras razões, devido às incertezas sobre tarifas de importação, que podem beneficiar o agronegócio brasileiro.
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IRB(RE) ON perdeu 6,65%, tendo como pano de fundo corte no preço-alvo por analistas do JPMorgan, de R$ 49 para R$ 48, enquanto a classificação “underweight” foi mantida. Eles deixaram as previsões para os lucros de 2025 e 2026 quase inalteradas, em R$ 548 milhões e R$ 639 milhões, respectivamente.
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SUZANO ON caiu 1,15% e KLABIN UNIT cedeu 0,66%, em meio ao declínio do dólar ante o real, enquanto o BTG Pactual relatou queda semanal nos preços de celulose na China. O Safra também espera uma temporada de resultados fraca de forma geral para o setor, na base trimestral.
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CYRELA ON subiu 0,77%, revertendo as perdas, que chegaram a 3% na mínima, após reportar na véspera prévia operacional do primeiro trimestre. DIRECIONAL ON, que também divulgou dados operacionais, cedeu 0,74%.