
Braço de seguros do Banco do Brasil e uma das queridinhas de Luiz Barsi, a BB Seguridade apresentou um lucro líquido de R$ 2 bilhões no primeiro trimestre do ano. Apesar do desempenho aparentemente estável, as ações BBSE3 despencam nesta terça-feira (06), em queda de cerca de 6%.
Números do balanço
Em termos ajustados, a companhia teve lucro líquido de R$ 1,99 bilhão entre janeiro e março, expansão de 8,3% sobre o resultado de um ano antes. A BB Seguridade afirmou que o crescimento no resultado ajustado ocorreu, entre outros fatores, por queda de sinistralidade na Brasilseg e pelos resultados financeiros da BB Corretora e da Brasilprev, em meio ao ciclo de alta dos juros.
Como um todo, o resultado financeiro atingiu R$ 319,9 milhões, líquido de impostos, no primeiro trimestre 38% superior ao reportado no mesmo período de 2024. Segundo a empresa, a alta da taxa de juros ajudou no desempenho, incluindo redução de resultado negativo de marcação a mercado.
A empresa afirmou que o resultado operacional não decorrente de juros cresceu 4,2% no período, ficando dentro do intervalo de expansão de 3% a 8% previsto para o ano.
Mas os prêmios emitidos pela Brasilseg recuaram 5,9%, ficando bem longe da expectativa de crescimento de 2% a 7% em 2025. Segundo a empresa, a Brasilseg foi impactada por “desempenho abaixo do previsto nos produtos vinculados ao crédito, em especial os seguros agrícola e prestamista”.
O desempenho de reservas de previdência da Brasilprev (+8,7%) também ficou aquém das estimativas para o ano, de expansão entre 12% e 16%. Neste caso, a BBSeguridade afirmou que o “desvio” ante a previsão já era esperado, “em razão do próprio comportamento da taxa de retorno projetada durante o ano, que prevê uma aceleração ao longo dos próximos meses”.
Por que as ações BBSE3 caem?
Apesar do lucro de R$ 2 bilhões, os resultados foram considerados fracos por diversos bancos de investimentos — o motivo principal apontado parece ser a performance abaixo do esperado dos braços comerciais da BrasilSeg e da BrasilPrev.
A queda dos prêmios levam a empresa a ficar abaixo de suas próprias projeções para o ano de 2025.
“No geral, um trimestre fraco de ponta a ponta. Apesar do início suave do ano, a BBSE manteve a projeção para 2025inalterada. Neste momento, não vemos muito risco de queda para nossa estimativa de lucro de R$ 9,0 bilhões para o ano, mas o crescimento mais fraco da receita pode ter um impacto mais negativo nos números de 2026”, apontam os analistas do JP Morgan.
Para o Itaú BBA, as operações da BB Corretora foram as únicas que vieram em linha com o esperado — com um crescimento de 7% no lucro e as receitas vindas do setor de seguros avançando 10%. No entanto, as preocupações seguem a mesma linha do JP Morgan: o risco está em um maior impacto nos números de 2026. O banco brasileiro reiterou a sua “visão cautelosa” para os papéis.
“Embora o dividend yield de cerca de 10% siga como um colchão que ajuda a proteger o papel de quedas mais acentuadas, o potencial de valorização agora parece mais limitado, e preferimos Caixa Seguridade como nossa principal recomendação no setor de seguros para o restante de 2025”, completam os analistas do BTG Pactual.