
A semana da Super Quarta não começou muito bem para os ativos brasileiros, diante do recuo de mais de 1% do Ibovespa. Até quarta-feira (7), o foco dos investidores é nas decisões a serem anunciadas pelo Federal Reserve (FED) e pelo Banco Central (BC) quanto à taxa de juros de Estados Unidos e Brasil, respectivamente.
No final do dia, a moeda americana à vista fechou em alta de 0,61%, aos R$ 5,6905. Já o principal índice brasileiro somou 133.491,23 e registrou queda de 1,22%. Em Wall Street, a situação não foi muito diferente, com o S&P recuando em 0,64% e pondo fim a uma sequência de nove sessões em alta.
Novos capítulos das tarifas
Na manhã desta segunda, o mercado ponderou tanto as novas notícias sobre a guerra tarifária desencadeada pelo presidente americano, Donald Trump, quanto novos dados econômicos dos Estados Unidos. No domingo (4), o presidente americano anunciou que filmes produzidos fora dos EUA serão taxados em 100%. Ele alegou que a indústria cinematográfica americana está sofrendo uma “morte muito rápida” devido a incentivos que outros países oferecem para atrair cineastas. Além disso, afirmou que deseja um acordo justo com a China, seu principal alvo na guerra tarifária, mas não se aprofundou no assunto.
Também durante o período inicial do dia, o Instituto de Gestão de Fornecimento comunicou que o Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor de serviços dos EUA aumentou de 50,8 em março para 51,6 em abril. Economistas consultados pela Reuters previam queda para 50,2. Na leitura PMI, 50 ou mais indica crescimento no setor. Atualmente, a prestação de serviços corresponde a mais de dois terços da economia americana.
Semana de expectativas
Ao longo desta segunda, o avanço do dólar ante o real também encontrou suporte na forte baixa do petróleo no exterior — produto importante da pauta exportadora brasileira — e no recuo do Ibovespa. à tarde, os títulos americanos estipulava cerca de 98% de chances do Fed manter a taxa de juros entre 4,25% e 4,50%. Já os Depósitos Interfinanceiros (DIs) indicavam 73% de chances de alta de 50 pontos-base da Selic, hoje em 14,25% ao ano.
No dia, também ocorreu a divulgação do boletim Focus do BC. A mediana das projeções do mercado para o dólar até o final do ano passaram de R$ 5,90 para R$ 5,86.
Destaques
– PETROBRAS PN caiu 3,73% e PETROBRAS ON perdeu 2,81%, entre as principais pressões negativas sobre o Ibovespa, após a petroleira informar que reduzirá a partir de terça-feira (6) seu preço médio de venda de diesel para as distribuidoras em 4,7%, para R$ 3,27 por litro, menor patamar nominal desde agosto de 2023.
O movimento também foi endossado pela queda nos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent fechou em baixa de 1,73%, a US$ 60,23 (R$ 342,71). No setor, PRIO ON caiu 2,64%, PETRORECÔNCAVO ON cedeu 4,16% e BRAVA ENERGIA ON declinou 4,28%. A Brava informou nesta segunda que vai iniciar a perfuração de mais dois poços no campo de Atlanta, na Bacia de Santos, até o final do ano.
– COGNA ON disparou 8,81% e YDUQS ON subiu 2,13%, tendo como pano de fundo a notícia do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, de que os presidentes dos conselhos de administração de ambas as empresas teriam se reunido para voltar a discutir uma potencial fusão entre as gigantes educacionais.
– ITAÚ UNIBANCO <PN ITUB4.SA> caiu 1,78%, também exercendo forte pressão sobre o índice da bolsa paulista, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT cedeu 0,55%, BANCO DO BRASIL ON fechou com variação positiva de 0,76% e BRADESCO PN desvalorizou-se 0,92%.
– VALE ON subiu 0,3%, em mais uma sessão sem a referência dos preços futuros do minério de ferro, uma vez que os mercados financeiros da China seguem fechados por feriado. As negociações serão retomadas na terça-feira.
– DIRECIONAL ON e SMARTFIT ON subiram 0,44% e 0,71%, respectivamente, em pregão de estreia no Ibovespa, que passou a adotar nova composição quadrimestral da carteira teórica nesta segunda.
– GPA ON recuou 2,31%, na terceira sessão consecutiva de queda, onde acumulou desvalorização de 17%. O grupo realizou nesta segunda assembleia geral extraordinária para eleger nove novos membros do conselho de administração com mandato unificado de dois anos, que incluiu os investidores Ronaldo Iabrudi, Rafael Ferri, Sebastián Dario Los — indicado por Nelson Tanure — e André Luiz Coelho Diniz, presidente da rede de supermercados Coelho Diniz, conforme ata da reunião.