Relembre frases de Lygia Fagundes Telles, uma das maiores expoentes da literatura popular brasileira

Autora de “Ciranda de Pedra” e outros romances marcou gerações de leitores com seus pensamentos

Martina Colafemina

Selecionamos frases de Lygia Fagundes Telles, que faleceu ontem aos 98 anos

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A literatura brasileira perdeu uma de suas maiores autoras ontem, aos 98 anos. Lygia Fagundes Telles foi a terceira mulher a ingressar na ABL (Academia Brasileira de Letras), em 1985. Obras como “Ciranda de Pedra”, “Verão no Aquário”, “Antes do baile verde”, “As meninas” e “Seminário dos ratos” marcaram leitores de várias décadas e permanecem vivas em pensamentos que repercutem até hoje.

O texto de Lygia Fagundes Telles foi voz ativa no contexto histórico da ditadura. Em “As meninas”, Lygia descreve a tortura nos momentos finais do enredo e uma das personagens é envolvida com a luta armada. O texto foi um dos que lhe rendeu um dos 4 Prêmio Jabuti de sua carreira. O primeiro foi conquistado em 1966. Os outros vieram em 1974, 1996 e 2001.

Selecionamos algumas das frases mais marcantes extraídas das obras de Fagundes Telles.

 

“A beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da noite, está no crepúsculo, nesse meio tom, nessa incerteza” 

“Quero ficar só. Gosto muito das pessoas, mas às vezes tenho essa necessidade voraz de me libertar de todos” 

“Não há gente completamente boa nem gente completamente má, está tudo misturado e a separação é impossível. O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. Às vezes a gente melhora. Mas passa”

“Não peça coerência ao mistério nem peça lógica ao absurdo”

“Já que é preciso aceitar a vida, que seja então corajosamente”

“Se é difícil carregar a solidão, mais difícil ainda é carregar uma companhia”

“A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas da vida”

“Sarcasmo é veneno”

“Costurar as feridas e amar o inimigo que odiar faz mal ao fígado, isso sem falar no perigo da úlcera, lumbago, pé frio. Amar no geral e no particular e quem sabe nos lances desse xadrez-chinez imprevisível. Ousar o risco. Sem chorar, aprendi bem cedo os versos exemplares. Não chores que a vida é luta renhida”

“Mas hoje minha face lúcida acordou antes da outra e está me vigiando com seu olho gelado. ‘Vamos – diz ela – nada de convulsões, sei que você é da família dos possessos, mas não escreva como uma possessa, fale em voz baixa, sem exageros, calmamente’”