Paris Hilton entrou em cena em 2003, depois da estreia do reality show “The Simple Life”, pioneiro de seu gênero, em que ela e Nicole Richie tentam se adaptar a uma “vida simples”. Depois de cinco anos de sucesso, ela precisava descobrir quais seriam seus próximos passos. Seu próprio metaverso, o Paris World, é um dos investimentos.
Estávamos em 2007 e não havia influenciadores digitais. Ela tinha que descobrir tudo sozinha. “Eu era influencer antes de existir esse nome. Eu sou a criadora de tudo isso.”
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“As pessoas diziam que eu era famosa apenas por ser famosa, mas agora isso é literalmente um novo gênero de celebridade. Acho incrível ser capaz de construir sua fama apenas sendo você mesmo”, diz.
Ela construiu um grande império: 45 lojas de marca e 19 linhas de produtos diferentes que geraram mais de US$ 4 bilhões (R$ 18,9 bilhões) em receita.
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Paris Hilton é o tipo de pessoa que tem seu próprio perfume ou sua própria boneca. Mas a história fica mais interessante porque ela não parou por aí e continuou na vanguarda das novas tecnologias. “Eu sou uma grande nerd disfarçada. Posso não parecer por fora, mas por dentro sou. Sempre fui obcecada por tecnologia, futuro, videogames, arte, criptomoedas.”
Paris Hilton no universo cripto
Hilton entrou no mundo cripto em 2016, depois de almoçar com o fundador da ethereum. Ela começou a comprar a moeda, além de bitcoin e, embora não revele quanto dinheiro investiu, teria ganhado uma quantia substancial de dinheiro se tivesse mantido o estoque.
Em 2016, um bitcoin valia cerca de US$ 1 mil (R$ 4,7 mil), enquanto o ethereum valia cerca de US$ 10 (R$ 47,20). Hoje, o bitcoin está sendo negociado a US$ 32 mil (R$ 151 mil), e o ethereum a US$ 1,9 mil (R$ 8,9 mil).
Durante a pandemia, ela começou a passar muito tempo no aplicativo Clubhouse. Ela ficava por horas se conectando com algumas das pessoas mais brilhantes no universo dos NFTs. “Eu conheci todos os líderes no espaço e me tornei amiga de pessoas incríveis. Eles ajudam uns aos outros. É muito diferente de Hollywood.”
Eu entrevistei algumas das maiores personalidades de NFT do mundo há alguns meses e todos eles mencionaram Paris Hilton. Achei estranho porque, aparentemente, ela não tem absolutamente nada em comum com esse espaço de tecnologia dominado por homens.
Mas todos com quem conversei tinham ótimas coisas a dizer sobre ela: como ela apoia novos artistas (especialmente mulheres), é inteligente e traz um novo público para o mundo NFT. “Eu queria usar minha voz e minha plataforma para elevar essas artistas. Eu fiz muitos projetos, como o The Seven Foundation, uma exposição de arte feminina chamada Empowered By Paris e isso foi incrível.”
Não são só seus parceiros do mundo tecnológico que lhe dão essa credibilidade. Hilton foi recentemente nomeada a 7ª pessoa mais influente em NFTs pela revista “Money”. “Em 2019, fui abordada pela Cryptograph porque eles queriam arrecadar dinheiro para os incêndios na Austrália. Então, peguei um iPad, desenhei meu gato e o chamei de Crypto Kitten, e vendemos para a caridade”, diz. “Eu fiquei tipo, ‘Uau. Isso é incrível! Uma obra de arte digital pode levantar todos esses fundos.’ E isso foi antes da moda dos NFTs.”
NFTs e metaverso
Paris Hilton tem um conselho para pessoas que querem entrar no mundo das NFTs: “Recomendo que comecem indo ao Origin Protocall. Eles são uma plataforma sensacional que sempre tem artistas incríveis com as paradas mais loucas. E é muito importante, ao comprar NFTs, fazer uma pesquisa para investir em projetos em que você acredita.”
Hilton também está de olho no metaverso. “Eu estive pensando sobre o metaverso e planejando isso por um longo tempo; antes mesmo de haver uma palavra para isso. Em 2018, quando eu estava filmando meu documentário, ‘American Meme’, criei todo esse lugar onde as pessoas podiam vir me ver sendo DJ e serem seus próprios avatares. Eu estava me mapeando e construindo esse mundo inteiro, mas a tecnologia ainda não estava lá.”
Agora está. Ela lançou o seu metaverso, Paris World, dentro da plataforma de jogos Roblox. “Eu posso fazer coisas incríveis, mas nem todo mundo pode ir ao Neon Carnival ou à New York Fashion Week. Então, eu trago tudo o que estou fazendo, na vida real, para o metaverso.”
O Neon Carnival no Paris World recebeu 400 mil pessoas, e, segundo ela, o evento real teve em torno de 10 mil pessoas. “Espero que um dia, quando eu tiver uma filha, ela só queira ir a festas no metaverso: segura e em casa”, diz. “Eu amo que eu era a ‘rainha dos clubes’ e agora sou ‘rainha do metaverso.’”
Ela também lançou recentemente sua própria empresa de mídia: a 11:11 Media. “É uma empresa de mídia integrada e moderna. Fazemos tudo, desde digital, televisão, áudio, produtos, licenciamento, NFTs, metaverso”, diz.
“Depois de estar na indústria nas últimas duas décadas, aprendendo tudo e entendendo a economia criativa, eu só queria que as pessoas tivessem um lugar onde pudessem lançar seus próprios negócios, produtos e conteúdos.”
E pessoas comuns realmente têm a chance de trabalhar com ela na 11:11 Media. Empregos em empresas semelhantes não são anunciados, geralmente são dados a membros da indústria. Mas Hilton está administrando sua empresa de forma diferente.
Ela fez uma parceria com a plataforma de emprego ZipRecruiter para ajudar a atender às crescentes necessidades do 11:11 de trazer talentos para a equipe e lançar uma ampla rede. Para iniciar a parceria, eles lançaram um sorteio ontem (31), cujo ganhador leva um programa de mentoria com Paris Hilton e membros de sua empresa.
Trabalho social
Além de tudo o que está acontecendo em sua vida empresarial, Hilton está trabalhando com reformas escolares em todos os estados americanos e esteve recentemente em Washington para discutir novas leis.
“Estou envolvida em tantas coisas agora, mas o que mais me apaixona é esse trabalho de advocacia. Eu já mudei leis em sete estados porque quando era adolescente, eu fui para uma escola chamada Provo Canyon School, e para outras como ela, onde aconteciam abusos emocionais, físicos, verbais e psicológicos. E isso ainda está acontecendo hoje. Agora estamos levando isso para o nível federal, para que em todos os 50 estados isso seja ilegal”.