O número de filmes de maior bilheteria estrelados por mulheres negras cresceu ligeiramente no ano passado, segundo um estudo anual divulgado na quinta-feira (16) pela Annenberg Inclusion Initiative da USC. Por outro lado, o número de filmes estrelados por pessoas negras diminuiu.
Dos 100 filmes norte-americanos mais lucrativos lançados em 2022, 44% apresentaram atrizes identificadas como mulheres em papéis principais ou co-protagonistas, em comparação com 41% em 2021 – cerca de 50% da população dos EUA é composta por mulheres.
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Essa é uma melhoria em relação a 2007, quando apenas 20% dos 100 filmes mais vendidos tinham mulheres em papéis principais ou co-protagonistas.
Desses mesmos 100 filmes, 29% apresentavam um ator de um grupo racial ou étnico sub-representado em um papel principal ou co-protagonista, abaixo dos 32% em 2021, mas acima dos 13% em 2007, e notavelmente abaixo dos 40,7% da população dos EUA que esses grupos compõem.
O maior crescimento se deu entre mulheres negras: 16 dos 100 melhores filmes em 2022 apresentavam uma mulher negra em um papel principal, contra 11 em 2021. Dois filmes também apresentavam atores não-binários em papéis principais ou co-protagonistas.
Mulheres com mais de 45 anos estrelaram 10 dos principais filmes do ano passado, em comparação com 35 filmes que apresentavam homens dessa faixa etária em papéis principais.
31%: é a média dentre os 100 melhores filmes lançados anualmente desde 2007 – 1.600 no total – que tinham uma mulher ou uma menina como protagonistas.
“Não havia filmes de sucesso para indicar”
Pessoas negras foram historicamente excluídas de papéis principais em filmes, bem como da cadeira de direção. Em 2015, a hashtag #OscarsSoWhite (Oscar muito branco) se tornou viral, quando a Academia – cujos membros votantes eram predominantemente brancos – indicou 20 atores brancos para suas honras. A criadora do movimento, April Reign, escreveu para a Variety, em 2020, que ela frequentemente recebia críticas do tipo: “Bem, simplesmente não havia filmes diversos o suficiente para indicar.”
Enquanto as pessoas negras continuam sub-representadas, houve algum progresso que fez com que sua exclusão de prêmios mostre um problema perceptível. “Quando temos essa riqueza de talentos na frente e atrás das câmeras, e eles ainda não são reconhecidos pelo que é considerado o auge da indústria, precisamos examinar mais de perto” a Academia e a indústria, escreveu Reign. Em 2018, Natalie Portman ganhou as manchetes quando chamou os “indicados exclusivamente masculinos” ao apresentar o Globo de Ouro de Melhor Diretor. O Oscar não indicou nenhuma mulher na categoria de Melhor Direção este ano.
“O ritmo da mudança na indústria certamente não é vertiginoso”, disse o estudo de Annenberg. “A defesa e o ativismo que podem ter impulsionado a mudança em meados da década de 2010 podem ter tido um impacto de curto prazo, mas é necessário mais para alcançar com melhorias duradouras.”
“Wakanda Forever” e “A Mulher Rei”
Alguns dos filmes de 2022 liderados por mulheres negras incluíram “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”, “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, “Não! Não Olhe!”, “Pânico 6”, “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” e “A Mulher Rei”. Essas atuações foram premiadas no Globo de Ouro do mês passado, onde as vencedoras incluíram Michelle Yeoh (Melhor Atriz em Filme, Musical ou Comédia) e Angela Bassett (Melhor Atriz Coadjuvante em Qualquer Filme), ambas também indicadas ao Oscar.
(Texto original publicado pela Forbes USA. Traduzido por Monique Lima).