Natalie Portman disse que nunca sonhou em ser dona de um time esportivo profissional, mas isso mudou quando a atriz vencedora do Oscar notou a forma como um de seus filhos via as jogadoras de futebol com a mesma “admiração e fanatismo” dos jogadores masculinos.
A atriz israelense-americana é cofundadora do time Angel City da NWSL (Liga Nacional de Futebol Feminino) dos EUA e está na Austrália para a Copa do Mundo Feminina junto com muitos dos coproprietários e funcionários do clube.
“Eu pensei que isso é uma mudança cultural. É isso. Se nossos meninos admiram as mulheres assim, é assim que tudo muda”, disse Portman no Angel City Equity Summit nesta sexta-feira na Ópera de Sydney.
“Isso é o que me deixou realmente empolgada. E foram realmente as jogadoras sendo ícones e heroínas… Acho que a liderança delas, dentro e fora do campo na Copa do Mundo (em 2019) realmente foi a inspiração para mim e ver, é claro, meu filho reagindo dessa maneira.”
A cúpula contou com alguns dos maiores nomes do futebol feminino, incluindo as ex-estrelas norte-americanas Julie Foudy e Mia Hamm e a secretária-geral da FIFA, Fatma Samoura.
Portman, 42, montou um grupo de proprietários no Angel City que inclui alguns dos melhores atletas do mundo e estrelas de Hollywood. A equipe terminou em oitavo na temporada inaugural de 2022, mas teve uma média de 19.105 torcedores.
Uma das primeiras pessoas a quem a atriz procurou ajuda foi a co-fundadora Kara Nortman, uma capitalista de risco de tecnologia que ela conheceu durante o movimento “Time’s Up” contra o assédio sexual em Hollywood.
“Foi o fato de que era Natalie Portman, você sabe, rainha de Star Wars, primeira mulher do Thor, e eu pensei, bem, se Natalie pensa que é possível, talvez seja possível”, disse Nortman.
Parte do mandato do Angel City é colocar 1% da venda de ingressos de volta nos bolsos de suas jogadoras. As atletas, por sua vez, ajudam a impulsionar as vendas em suas plataformas de mídia social. O clube já vendeu quase 16 mil ingressos para a temporada.
Além disso, 10% do dinheiro do patrocínio do time vai para as parcerias da comunidade local.
Portman disse que também se inspirou depois de ler sobre o teatro como forma de combater a injustiça em Harare, no Zimbábue.
“Quando os grupos não têm muitos recursos para tentar superar a injustiça, eles criam teatro”, disse ela. “E eu fiquei tipo, eu conheço teatro, e qual é a coisa mais teatral que podemos fazer para buscar a equidade de gênero do que ter esse grande grupo incrível de mulheres influentes juntas, fazendo um espetáculo com esses atores incríveis na vanguarda?”