Fabiana Moraes teve como uma das experiências mais marcantes da sua vida competir nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. E apesar de não participar mais de competições, a atuação no meio esportivo ainda faz parte do seu dia a dia, já que desde 2019 ela está à frente da BrazilNation – empresa que fundou para aproximar os atletas da economia do setor por meio da venda de artigos esportivos, realização de eventos e prestação de serviços médicos e de personal training.
Isso é resultado da mulher multifacetada que é Fabiana – atleta olímpica, empresária e formada em marketing – e dos desafios que enfrentou ao longo da carreira. No final deste ano, por exemplo, ela vai promover, pela BrazilNation, uma corrida para celebrar a parceria com o Botafogo, que concedeu o Estádio Olímpico Nilton Santos – mais conhecido como Engenhão – para o evento.
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Para Fabiana, as experiências no esporte e nos negócios se entrelaçam. “O atleta é um empreendedor por natureza”, diz ela, que viveu na pele a falta de recursos financeiros para treinar e conseguir se sustentar com o atletismo. Durante a pandemia, foi morar nos Estados Unidos, na casa do seu treinador, para conseguir manter a rotina de treinos. Ainda no início da carreira, vendia seus próprios materiais e uniformes aos fãs para se manter. “Com 16 anos, nos Jogos Panamericanos no Canadá, eu vendi US$ 2 mil em quatro horas só de uniformes e usei esse dinheiro para montar a minha casa, quando tinha acabado de vir sozinha para São Paulo, e financiar o meu treinamento.”
Pensando em diversificar sua carreira, Fabiana buscou uma formação naquilo que a interessava: negociar, inovar e criar. Desde pequena, estava acostumada a conciliar o treinamento com os estudos, e emprestou essa disciplina e o foco no longo prazo para continuar como um destaque no esporte e ser uma das melhores alunas da sua turma.
Uma economia que traz retorno para o atleta
Enquanto atleta, percebia a falta de conexão entre os mercados da moda e do esporte, e sentia falta de roupas que conseguissem aliar estilo a conforto nos movimentos. “Naquela época, com 14 anos, eu já me questionava por que a Nike e a Puma não faziam conjuntinhos estilosos”, lembra. E foi aí que Fabiana enxergou uma oportunidade de inovar e conectar os esportistas aos torcedores. “A BrazilNation veio da minha percepção de que o atleta precisa ter independência financeira”, diz ela, que hoje tem como principal serviço a revenda de produtos licenciados, como uniformes e artigos com o tema de torcida brasileira, pela rede de atletas envolvidos com a BrazilNation.
A companhia ainda conecta atletas formados em educação física com o público. A ideia é aproximar sua marca das pessoas, e, consequentemente, criar uma relação entre o público e os atletas brasileiros – uma das estratégias de marketing de Fabiana, que intitula a companhia como “a marca oficial dos atletas olímpicos”.
Não importa se está no papel de empresária, marketóloga ou atleta, Fabiana leva para a vida os ensinamentos do que viveu no esporte: não se prender ao imediatismo e não atropelar o planejamento de projetos. “Para mim, entrar nas Olimpíadas não foi algo que só aconteceu, eu projetei e trabalhei por isso por muito tempo.”