A quantidade de mulheres à frente de startups em busca de investimentos por meio do equity crowdfunding quadruplicou em 2022 na comparação com 2021. Segundo a plataforma de captação de investimentos Efund, 13,7% das startups que buscaram recursos em 2022 eram lideradas por mulheres, ante apenas 3% em 2021. No ano passado a Efund acompanhou 190 entrevistas, ante 400 em 2021.
De acordo com Igor Romeiro, CEO da Efund, as pesquisas de mercado mostram o crescimento do número de mulheres à frente de startups. “Porém, a proporção ainda é muito baixa”, diz. Para o executivo, as mulheres são capazes de ganhar mais por dólar investido, mas esbarram nas dificuldades criadas por um mercado que ainda não está preparado para recebê-las e apoiá-las.
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Romeiro cita como exemplo um estudo feito pelo fundo de capital de risco First Round Capital, segundo o qual as startups fundadas por mulheres apresentam performance 63% superior. Outro trabalho do Boston Consulting Group demonstra que a cada dólar que uma mulher fundadora ou cofundadora levanta, gera em média 2,5 vezes mais receita do que um fundador do gênero masculino.
“Abrir o próprio negócio é a forma encontrada por algumas para colocar em prática suas ideias e, claro, ganhar dinheiro liderando um projeto que, na maioria das vezes, não seria aceito em grandes empresas”, diz Romeiro. Para ele, isso explica por que a participação delas na economia vem aumentando.
Indicadores
Os números mostram que o empreendedorismo está cada vez mais feminino. O Gender Gap Report 2022 (Relatório de Diferença de Gênero), apresentado durante o Fórum Econômico Mundial, analisou 146 países e concluiu que o número de empreendimentos administrados por mulheres cresceu 41% ante uma alta de 22% nos geridos por homens.
Pesquisa sobre empreendedorismo realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor em parceria com o Sebrae, indica que há 30 milhões de mulheres empreendedoras em um universo de 52 milhões de empreendedores, ou seja, elas representam mais da metade dos pequenos negócios no país.
O maior número de novas empreendedoras está na faixa etária de 22 a 35 anos e os negócios estão voltados, principalmente, para serviços nos ramos da alimentação, beleza, estética e moda. “Mas elas também investem em outros segmentos, inclusive os mais tecnológicos. Em breve rodadas de captação em empresas femininas será algo bem comum”, afirma Romeiro.