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Etarismo: 50% das Mulheres com Menos de 30 Anos Sofrem Preconceito no Mercado de Trabalho
Profissionais jovens são mais ambiciosas, mas enfrentam barreiras que impedem sua ascensão profissional
Lindsay Kohler
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Quando pensamos em etarismo no ambiente de trabalho, geralmente estamos falando sobre a maturidade da carreira. Mas o preconceito em relação à idade, especialmente para as mulheres, acontece nos dois extremos. Quase 50% das profissionais com menos de 30 anos afirmam que a idade já impactou negativamente sua carreira, enquanto apenas 35% dos homens dizem o mesmo, de acordo com a 10ª edição do relatório Women in the Workplace, da consultoria McKinsey & Company e da Lean In, comunidade global dedicada a promover o avanço e a inclusão para mulheres no trabalho.
Entre profissionais mais velhos, as taxas são similares entre mulheres (38%) e homens (37%). E os níveis de etarismo se equiparam quando eles atingem 60 anos, então a disparidade é mais acentuada entre os profissionais mais jovens.
Os dados sobre o “degrau quebrado” sustentam isso. O termo descreve a barreira que impede que as mulheres avancem para posições de liderança. “Isso não é apenas algo que elas sentem; é algo que os dados mostram”, diz Alexis Krivkovich, sócia sênior na McKinsey. “Brincamos na nossa equipe que é um pouco como o fenômeno do abacate: ‘Não está pronta, não está pronta, não está pronta, ficou madura, tarde demais.'”
Rachel Thomas, CEO e cofundadora da Lean In, analisa os números ao longo dos anos. “Isso [degrau quebrado] ocorre principalmente porque tendemos a promover homens com base no potencial, enquanto promovemos mulheres com base no que elas já realizaram“, diz. O relatório mostra que, para cada 100 homens promovidos ao nível de gerência, apenas 81 mulheres alcançam o mesmo.
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Mulheres com menos de 30 anos (22%) têm quase o dobro da probabilidade de receber comentários indesejados sobre sua idade em relação aos homens da mesma faixa etária (12%)
Mulheres jovens se destacam
Quando se trata de perspectivas de carreira, a disparidade também chama a atenção. Entre as mulheres com menos de 30 anos, 42% acreditam que seu gênero dificultará seu avanço profissional, enquanto 21% das profissionais acima de 40 anos concordam. Apenas 11% dos homens mais jovens e 23% dos mais velhos afirmam o mesmo.
Apesar disso, as mulheres mais jovens se destacam em ambição: 8 em cada 10 estão em busca de uma promoção. “Elas são as profissionais do futuro. Estão mais comprometidas com a diversidade e representam grande parte da mudança que precisamos ver no ambiente de trabalho”, diz a cofundadora da Lean In.
Maturidade na vida e na carreira
Os desafios enfrentados por mulheres maduras no mercado de trabalho são bem diferentes. O climatério, a fase de transição da fase reprodutiva da mulher para a não-reprodutiva, tem início por volta dos 40 anos e se estende em média até os 65 anos. E coincide com o momento em que muitas mulheres estão assumindo – e até recusando – cargos de liderança enquanto vivem diversos sintomas, de cansaço à depressão – muitas vezes sem entender de onde eles vêm.
Sem informação suficiente para entender as mudanças pelas quais seus corpos estão passando, muitas mulheres se sentem constrangidas ao ter ondas de calor e brainfogs no trabalho, com receio de que isso possa prejudicar suas carreiras.
Combatendo o etarismo em todos os níveis
O número de posições de liderança ocupadas por mulheres cresceu nos últimos anos, mas ainda é preciso dedicar tempo e atenção para a paridade de gênero em todos os níveis das empresas. “Progresso não é paridade”, afirma Alexis Krivkovich, da McKinsey. “Precisamos continuar avançando.”
Melhorar esse cenário envolve destacar as experiências de mulheres mais jovens no trabalho, interromper microagressões no momento em que acontecem e defender as profissionais em cada etapa do ciclo corporativo. “Falar abertamente sobre os desafios, porque você aprende a não absorver as experiências negativas. É preciso reverter a narrativa”, diz Rachel Thomas.
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*Lindsay Kohler é colaboradora da Forbes US. Ela tem mais de 15 anos de experiência em consultoria de engajamento de funcionários nas maiores empresas dos EUA e um mestrado em Ciências Comportamentais pela London School of Economics. Atualmente, é a cientista comportamental líder na consultoria britânica scarlettabbott e coautora do relatório anual World Changers.