A proporção de pessoas que afirmam se sentir confortáveis com uma mulher na liderança está em queda nas economias mais avançadas do mundo, segundo um relatório anual publicado neste mês.
O Índice de Reykjavík, que mede a percepção de mulheres e homens como líderes em 23 setores econômicos, caiu para o menor nível desde o início da medição, em 2018, nos países do G7: Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.
Leia também
Anualmente, o índice gera uma pontuação geral de até 100, que reflete o quão igualitárias são as percepções de gênero na liderança. Uma pontuação de 100 indicaria que mulheres e homens são vistos como igualmente adequados para liderar.
Neste ano, a pontuação do G7 foi de 68 — o nível mais baixo desde o lançamento do índice e uma queda em relação ao pico de 73 registrado entre 2019 e 2021. No ano passado, a pontuação foi de 70.
Michelle Harrison, CEO da Verian, consultoria de políticas públicas responsável pelo Índice de Reykjavík, destacou outras tendências além do número por si só. “A percepção sobre a adequação das mulheres para cargos de liderança aumentou nos setores bancário, financeiro e de ciências naturais. Também houve um aumento na percepção das líderes em áreas tradicionalmente consideradas femininas, como educação, saúde e cuidados infantis.”
Harrison também mencionou uma “masculinização adicional” de setores tradicionalmente dominados por homens, como defesa, polícia, indústria automobilística e engenharia. “O resultado é uma estagnação no avanço da percepção das mulheres como líderes. Vivemos em uma era marcada pela falta de progresso e, em alguns casos, por atitudes cada vez mais regressivas em relação à liderança feminina.”
Nos Estados Unidos, a pontuação geral acompanhou a média do G7, mas caiu 8 pontos desde 2018. Apenas 47% dos entrevistados no país disseram estar “muito confortáveis” com uma líder política mulher, e 53% com uma mulher como CEO de uma grande empresa.
O Índice de Reykjavík também revelou que, nos EUA, os jovens entre 18 e 34 anos têm mais preconceitos em relação à igualdade de gênero na liderança do que profissionais mais velhos e experientes.
*Josie Cox é colaboradora da Forbes USA. Ela é jornalista e cobre negócios, economia e futuro do trabalho. Já trabalhou em veículos internacionais como Reuters, The Wall Street Journal e The Independent.