Empresárias da região pacífico-asiática conquistaram destaque e assumiram posições de liderança em setores repletos de desafios e historicamente dominados pelos homens. À medida que as incertezas econômicas continuam a afetar empresas em todo o mundo, essas mulheres assumiram a responsabilidade de liderar companhias, fundos e gestoras de investimentos e negócios familiares.
A lista Forbes Asia’s Power Businesswomen deste ano reúne 20 líderes que estabeleceram um precedente ao se tornarem as primeiras mulheres a ocupar esses cargos em suas empresas.
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Algumas estão à frente de setores em crescimento, como o mercado de veículos elétricos e a produção de hardware de servidores, atendendo à crescente demanda global. Outras comandam grandes incorporadoras, orientando suas equipes em tempos de adversidades e desafios do mercado.
As participantes deste ano representam uma nova geração de empresárias com estratégias ousadas, prontas para enfrentar quaisquer dificuldades de frente. Elas foram escolhidas por suas conquistas e sucesso comprovado no mundo dos negócios.
Veja, abaixo, algumas das executivas e empreendedoras que figuram na lista deste ano das mulheres mais poderosas da Ásia.
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Lam Yik/Bloomberg Bonnie Chan
CEO, Hong Kong Exchanges and Clearing | 54 anos • Hong Kong
Bonnie Chan é a primeira CEO mulher da HKEX (Hong Kong Exchanges and Clearing), operadora da bolsa de valores de Hong Kong, onde ajuda a revitalizar uma bolsa que estava estagnada.
No primeiro trimestre deste ano, os IPOs em Hong Kong levantaram US$ 610 milhões, o menor nível desde 2009. Agora, sob o comando da graduada da Harvard Law School e ex-executiva do Morgan Stanley, o cenário está melhorando. No segundo trimestre, 18 empresas abriram capital, em comparação com 12 no trimestre anterior, arrecadando 79% a mais em fundos. Em setembro, a fabricante chinesa de eletrodomésticos Midea levantou US$ 4 bilhões, o maior IPO em Hong Kong em quase quatro anos e o segundo maior do mundo este ano, após o IPO de US$ 5,1 bilhões da gigante de logística Lineage, em Nova York, em julho. “Acredito que o IPO de hoje marca o início de outros grandes negócios que virão”, disse Chan em uma postagem no LinkedIn. Ela também defendeu uma nova regra chamada Capítulo 18C, que permite que empresas especializadas em tecnologia listem suas ações com um nível de lucro menor, o que facilita o acesso a financiamento. A primeira foi a QuantumPharm, uma empresa de descoberta de medicamentos com IA, também conhecida como XtalPi, que levantou US$ 127 milhões em junho.
Chan foi chefe de transações de IPOs na HKEX de 2007 a 2010 e retornou à bolsa em 2020 como chefe de listagens. Tornou-se co-diretora de operações em fevereiro de 2023 e assumiu o cargo de CEO em março deste ano.
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Divulgação/Kakao Shina Chung
CEO, Kakao | 49 anos • Coreia do Sul
Em março, Shina Chung assumiu o comando da Kakao, gigante de tecnologia por trás do popular aplicativo de mensagens instantâneas da Coreia do Sul, tornando-se a primeira mulher a liderar a empresa. Ela assumiu o cargo após uma década à frente do braço de investimentos de risco do grupo. Chung estava se adaptando à tarefa de buscar novos caminhos de crescimento quando o bilionário fundador e presidente da Kakao, Kim Beom-su, foi preso em julho, acusado de manipulação de preços de ações em conexão com a aquisição do grupo da gigante do K-Pop SM Entertainment no ano anterior. Chung, que era diretora externa na época do acordo, não foi acusada no caso. A Kakao não respondeu a um pedido de comentário.
Após a nomeação de Shina Chung, o lucro líquido da empresa no segundo trimestre subiu 59% em comparação com o ano anterior, para 87 bilhões de wons sul-coreanos, com uma receita de 2 trilhões de wons, um aumento de 4%, impulsionado pelos serviços de transporte por aplicativo e finanças digitais da empresa. A ex-consultora de gestão planeja vender ativos não essenciais para ajudar a simplificar os negócios da gigante de internet, ao mesmo tempo em que lidera uma iniciativa de IA para reforçar ainda mais os ganhos. Isso inclui uma mudança do desenvolvimento intensivo de modelos de IA para focar em ofertas prontas para o mercado, como um novo app interativo para o consumidor final.
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Yoshio Tsunoda/AFLO/Newscom Mitsuko Tottori
CEO, Japan Airlines | 59 anos • Japão
Mitsuko Tottori começou a carreira como comissária de bordo da Japan Airlines e se tornou a primeira mulher a liderar a companhia aérea nacional do Japão. Quando assumiu como presidente em abril, ela também foi a primeira CEO que não havia sido piloto, engenheira de manutenção, executiva de finanças ou funcionária do governo — e uma das poucas que não se formou na renomada Universidade de Tóquio.
A companhia viu o tráfego de passageiros voltar a níveis próximos aos pré-pandêmicos e o lucro líquido aumentou 178% no ano encerrado em março, atingindo ¥ 95,5 bilhões (US$ 624 milhões). “Embora estivesse preocupada em assumir uma responsabilidade tão grande, confiei na minha experiência e decidi aceitar o cargo”, disse Tottori quando foi nomeada CEO. “Minha carreira esteve nos dois aspectos mais fundamentais de uma companhia aérea: segurança e atendimento ao cliente.”
Logo após se formar em 1985 com especialização em inglês, Tottori começou a voar para uma pequena companhia aérea adquirida pela Japan Airlines em 2004. Ela foi promovida a diretora sênior de comissários de bordo em 2015, depois vice-presidente de segurança de cabine em 2019, vice-presidente sênior de experiência do cliente em 2023, membro do conselho e diretora de atendimento ao cliente no final daquele ano.
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Divulgação/BYD Stella Li
Vice-presidente Executiva, BYD | 55 anos • China
Stella Li desempenha um papel crucial nas ambições globais da BYD, gigante chinesa de veículos elétricos, onde supervisiona as operações nas Américas e na Europa. Sua missão é ajudar a BYD a alcançar a meta de gerar quase metade de suas vendas fora da China, um salto em comparação aos 30% dos 301 bilhões de yuans (US$ 43 bilhões) em receita gerados no primeiro semestre de 2024. Até agora, ela inaugurou a primeira fábrica da BYD nos EUA, localizada em Lancaster, na Califórnia. Lançada em 2013, essa fábrica é agora uma das maiores produtoras de ônibus elétricos a bateria na América do Norte, segundo a empresa.
O próximo passo é a primeira fábrica da BYD para o mercado europeu, que está sendo construída na Hungria. No México, a empresa planeja uma grande instalação que deverá gerar cerca de 10 mil empregos. “Somos uma empresa do setor privado, de capital aberto, e temos padrões muito elevados de transparência e integridade”, disse Li em um evento da Forbes China em 2019. “É assim que se constrói uma cultura global e uma empresa global. Não importa o que aconteça, esse tipo de empresa pode sobreviver.”
Li começou na BYD como gerente de marketing em meados dos anos 1990 e atuou como CEO da BYD Electronics antes de ser promovida à posição atual.
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Shunichi Oda/Forbes Asia Miwako Date
Presidente e CEO, Mori Trust | 53 anos • Japão
Miwako Date está preparando a Mori Trust Holdings, com sede em Tóquio, para o futuro ao expandir o seu portfólio de hotéis de luxo. Sua estratégia é desenvolver esse setor até atingir o mesmo nível dos dois pilares principais da empresa: locação de escritórios e venda de propriedades. Ao fazer isso, ela acredita que esse terceiro pilar proporcionará uma receita e um lucro mais sustentáveis para a empresa.
Ao mesmo tempo, ela não está negligenciando o núcleo do negócio e adicionará 35.200 metros quadrados de novos escritórios e 800 apartamentos de alto padrão, com conclusão prevista para 2030.
Date, de 53 anos, ingressou na incorporadora fundada por seu pai em 1998. Após a saída de seus dois irmãos mais velhos da empresa, ela se tornou presidente e CEO em 2016 – algo raro em um país com poucas mulheres ocupando cargos de liderança nas grandes corporações.
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Divulgação/Godrej Enterprises Group Nyrika Holkar
Diretora executiva, Godrej Enterprises Group | 42 anos • Índia
Nyrika Holkar é vista como a provável sucessora de seu tio Jamshyd Godrej, de 75 anos, para liderar o GEG (Godrej Enterprises Group), que tem uma receita de 161 bilhões de rúpias (US$ 1,9 bilhão) e atua em setores que vão da indústria aeroespacial e eletrodomésticos até imóveis e cadeados de segurança. Bisneta de Pirojsha Godrej, cofundador do grupo fundado há 127 anos, Holkar já desempenha um papel importante na liderança das operações das áreas de branding, jurídico e fusões e aquisições do grupo. Ela também lidera a integração de dados de vendas, serviços e marketing dos negócios de consumo em uma única plataforma.
Em abril, Holkar liderou as negociações que resultaram em um acordo para dividir os ativos empresariais entre dois grupos da família Godrej. Holkar é advogada e começou a carreira na firma de advocacia AZB & Partners em 2009, onde se especializou em fusões e aquisições. Em 2015, juntou-se à Godrej & Boyce Manufacturing, a principal empresa não listada do GEG, como vice-presidente sênior de assuntos corporativos, e tornou-se diretora executiva em 2017.
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Divulgação/Telstra Vicky Brady
CEO e managing director, Telstra | 53 anos • Austrália
Em dois anos à frente da Telstra, Vicki Brady reposicionou a maior operadora de telecomunicações da Austrália, em termos de participação de mercado, em seu negócio principal de conectar pessoas, enquanto impulsionava suas ambições em IA. Sob sua liderança, a Telstra anunciou que investirá até US$ 1 bilhão nos próximos cinco anos, e parte desse montante será destinada à expansão de sua rede nacional de fibra, que a gigante de tecnologia Microsoft concordou em usar para estender sua infraestrutura de IA na Austrália.
Brady também está trabalhando para melhorar os lucros e o atendimento ao cliente, além de digitalizar as operações. Até o próximo ano, planeja transferir 90% dos aplicativos da Telstra para a nuvem pública e usar IA para aprimorar todos os principais processos de negócios.
Brady ingressou na Telstra em 2016 como diretora-geral do grupo, ascendendo ao cargo de diretora financeira em 2019. Anteriormente, ela trabalhou na concorrente Optus e sua controladora, Singapore Telecommunications, e na KPMG.
Bonnie Chan
CEO, Hong Kong Exchanges and Clearing | 54 anos • Hong Kong
Bonnie Chan é a primeira CEO mulher da HKEX (Hong Kong Exchanges and Clearing), operadora da bolsa de valores de Hong Kong, onde ajuda a revitalizar uma bolsa que estava estagnada.
No primeiro trimestre deste ano, os IPOs em Hong Kong levantaram US$ 610 milhões, o menor nível desde 2009. Agora, sob o comando da graduada da Harvard Law School e ex-executiva do Morgan Stanley, o cenário está melhorando. No segundo trimestre, 18 empresas abriram capital, em comparação com 12 no trimestre anterior, arrecadando 79% a mais em fundos. Em setembro, a fabricante chinesa de eletrodomésticos Midea levantou US$ 4 bilhões, o maior IPO em Hong Kong em quase quatro anos e o segundo maior do mundo este ano, após o IPO de US$ 5,1 bilhões da gigante de logística Lineage, em Nova York, em julho. “Acredito que o IPO de hoje marca o início de outros grandes negócios que virão”, disse Chan em uma postagem no LinkedIn. Ela também defendeu uma nova regra chamada Capítulo 18C, que permite que empresas especializadas em tecnologia listem suas ações com um nível de lucro menor, o que facilita o acesso a financiamento. A primeira foi a QuantumPharm, uma empresa de descoberta de medicamentos com IA, também conhecida como XtalPi, que levantou US$ 127 milhões em junho.
Chan foi chefe de transações de IPOs na HKEX de 2007 a 2010 e retornou à bolsa em 2020 como chefe de listagens. Tornou-se co-diretora de operações em fevereiro de 2023 e assumiu o cargo de CEO em março deste ano.
Confira a lista completa aqui.
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*Pesquisa e reportagem: Jonathan Burgos, Gloria Haraito, John Kang, Naazneen Karmali, Zinnia Lee, Anuradha Raghunathan, Ian Sayson, James Simms, Cat Thomas, Catherine Wang, Yue Wang, Jennifer Wells e Ardian Wibisono.