Criado por Henry Chesbrough, um pesquisador da Harvard Business School, o termo “inovação aberta” é capaz de promover uma mudança de mindset nos empreendedores. Afinal, muitos deles preferem, na maior parte das vezes, guardar a sete chaves suas ideias, utilizando apenas recursos internos. Já o conceito de Chesbrough apresenta uma forma mais colaborativa e diversa de se pensar. Com o envolvimento de vários agentes externos, como clientes, fornecedores, institutos de pesquisa, startups e parceiros comerciais, a inovação aberta permite gerar valor por meio do compartilhamento de conhecimento.
É exatamente esse valor que a Liga Ventures pretende oferecer por meio de suas ações e eventos. “A gente conecta startups com grandes empresas para gerar negócios através de programas de aceleração ou outras formas de conexão”, explica Guilherme Massa, sócio e cofundador da Liga Ventures. Para ele, o grande objetivo é fazer com que as duas vertentes se unam para construir e praticar a inovação aberta no sentido mais puro da palavra.
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Até agora, os resultados têm sido promissores. Após cinco anos de atuação no mercado, a empresa já acelerou cerca de 250 startups para mais de 40 empresas diferentes, gerando mais de 450 projetos de inovação entre os dois lados. Companhias como Porto Seguro, Unilever, Suvinil, Embraer, GOL e Mercedes são alguns das que já contaram com os serviços da aceleradora. Massa conta que a apresentação dos projetos das startups para o mercado é essencial, mas como trabalham com muitas empresas, o calendário ficava inviável. Assim nasceu o Liga Open Innovation Summit.
Mesmo em meio à pandemia, o evento continua sendo uma oportunidade para que as startups apresentem suas ideias para todos os participantes – de investidores a grandes empresas. Tudo, claro, com toda a segurança do isolamento social, de maneira 100% online e gratuita. O Liga Open Innovation Summit começa amanhã (22) e tem seu encerramento marcado para quinta-feira (24). Nesses três dias, Massa destaca que o objetivo é “entregar a visão do que está acontecendo na prática no mercado atual”, que continuou inovando mesmo durante a crise do coronavírus.
“Queremos ajudar o setor de inovação do Brasil a enxergar com mais clareza o que pode e o que já está sendo feito a partir de startups”, diz. Sendo assim, a organização de atrações se divide em três grandes momentos. O primeiro contempla os cases de startups. “Vamos apresentar 60 casos efetivos ao longo dos últimos oito meses. E, junto com essas startups, também vão estar os executivos e responsáveis de inovação das empresas relacionadas.” Assim, o cofundador da aceleradora acredita que as duas partes terão espaço para falar de suas atuações e dificuldades.
Já a segunda trilha é de insights e tendências de mercado. “A Liga Ventures tem um braço de tendência de mercado chamado Liga Insight. Então também decidimos trazer para o evento painéis que discutissem a aplicação dessas tendências aqui no Brasil. Vamos falar sobre uso de dados, investimentos em startups, transações financeiras digitais, o mundo pós-pandemia e a integração do ecossistema de inovação para gerar valor para as empresas, por exemplo.”
Finalmente – mas não menos importante – o último bloco tem como foco as melhores práticas para inspiração. Para isso, serão realizados palestras e debates com nomes como Ralf Wenzel, MP do Softbank – que vai assumir as operações da OYO Latam em breve -, Alex Osterwalder, criador do Business Model Canvas, e Saras Sarasvathy, especialista em empreendedorismo pela Darden School of Business da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos. “Além da programação regular, também teremos uma feira virtual com mais de 50 startups e salas virtuais para conversar com estes empreendedores.”
Nesses três dias de painéis diversos e colaborativos, Massa espera conseguir mostrar para o mercado que a inovação aberta existe e pode ser colocada em prática com sucesso, principalmente em tempos de crise, ao contrário do que muitos pensam. A colaboração é a palavra chave para tudo isso. “Queremos abrir as fronteiras de pesquisa e desenvolvimento das empresas para o mercado de startups. Inovação aberta não é só uma manchete”, finaliza.
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