A Natura&Co inaugurou hoje (23) um centro de pesquisa e desenvolvimento de produtos na região metropolitana de São Paulo, de olho em acelerar o tempo de resposta da companhia às novas tendências do mercado, afirmaram executivas da quarta maior fabricante de cosméticos do mundo.
O centro, inaugurado em Cajamar (SP), recebeu investimentos de R$ 35 milhões em sua infraestrutura física e deveria ter sido inaugurado em abril, não fosse a chegada da pandemia de Covid-19. O valor do investimento total não foi revelado.
“Queremos reduzir o tempo de resposta das necessidades do mercado e achamos que poderemos diminuir em cerca de 30%”, disse a vice-presidente de marca e inovação da Natura, Andrea Alvares, em videoconferência com jornalistas latino-americanos.
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Segundo ela, atualmente a Natura obtém 60% de seu faturamento com produtos lançados nos últimos 24 meses, algo que a empresa pretende manter nos próximos anos. “[Com o centro] estamos trabalhando no perfil das inovações e aumentando o percentual de disrupções e renovações de marcas”, afirmou a executiva.
O centro tem 2.900 metros quadrados e reúne laboratórios que incluem equipamentos sofisticados como sequenciadores de DNA, biorreatores, cromatógrafos gasosos e líquidos e impressoras 3D de pele, afirmaram as executivas, algo que segundo a companhia evita pesquisas com animais.
Andrea afirmou que a Natura trabalha simultaneamente no desenvolvimento de 1.200 produtos por ano, lançando no mercado uma média de 250. Em 2020, a companhia, que também é dona das marcas Avon, Aesop e The Body Shop, lançou 330 produtos, disse ela.
“Temos expectativa de sermos capazes de responder mais aceleradamente. Não necessariamente na produção de mais produtos… Não imaginamos um crescimento disso, até porque já é altíssimo”, afirmou a executiva se referindo à pesquisa de 1.200 produtos simultâneos por ano. Andrea disse que a Natura tem dedicado anualmente 2,5% de sua receita total em pesquisa e desenvolvimento, algo que deve ser mantido.
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Questionada se a inauguração do centro poderia sinalizar um avanço da Natura sobre o mercado de dermocosméticos, em que grupos farmacêuticos nacionais como a Hypera têm atuado, a diretora global de pesquisa e desenvolvimento da companhia, Roseli Mello, afirmou: “Podemos assegurar que nosso parque tecnológico e os cientistas que temos aqui estão totalmente capacitados para chegarmos em dermocosméticos”.
Sem mencionar se de fato a Natura tem intenção de ingressar neste mercado, Roseli afirmou que os equipamentos do centro de pesquisa da companhia “são exatamente os mesmos usados pelas indústrias farmacêuticas de ponta. É uma questão de escolha estratégica, mais que qualquer outra coisa”. (Com Reuters)
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