A Ford Motor mais que dobrou a quantia que planeja investir em veículos elétricos (EVs) e autônomos, para US$ 29 bilhões, apesar de ter sofrido prejuízo líquido de US$ 2,8 bilhões no quarto trimestre.
A segunda maior montadora norte-americana, que anunciou em janeiro que vai parar de produzir no Brasil neste ano, também afirmou que a escassez global de chips pode levar a uma queda de 10% a 20% na produção do primeiro trimestre, resultando em um impacto potencial no lucro operacional de US$ 1 bilhão a US$ 2,5 bilhões.
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Os resultados e a expectativa de desempenho para este ano, divulgados na noite da véspera (4) ficaram acima das expectativas de Wall Street e impulsionavam as ações da montadora hoje (5) para uma alta de 2,7% às 12h50 (horário de Brasília).
“Se os EVs continuarem ganhando mercado rapidamente, especialmente com clientes comerciais, queremos deixar claro que não cederemos terreno para ninguém”, disse o vice-presidente financeiro da Ford, John Lawler, a jornalistas.
A Ford disse que dobrou a aposta em veículos elétricos conectados e que vai investir US$ 22 bilhões em eletrificação até 2025, quase o dobro do que havia estimado anteriormente.
A companhia também vai investir 7 bilhões de dólares no desenvolvimento de tecnologia de direção autônoma ao longo até 2025 – sendo US$ 5 bilhões de 2021 em diante.
“Estamos acelerando todos os nossos planos”, disse o presidente-executivo da Ford, Jim Farley. A montadora tem trabalhado para aumentar a capacidade de bateria e a adição de mais veículos elétricos no portfólio.
A rival norte-americana General Motors disse que prevê investimento de US$ 27 bilhões em veículos elétricos e autônomos até 2023, um total que não inclui os híbridos. A GM planeja oferecer 30 EVs globalmente até 2025 e tem como meta superar as vendas anuais de 1 milhão de EVs nos Estados Unidos e na China até 2025.
Para 2020, a Ford registrou prejuízo líquido de US$ 1,3 bilhão. A empresa havia afirmado que esperava um lucro anual entre US$ 600 milhões e US$ 1,1 bilhão.
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A Ford teve prejuízo no quarto trimestre de US$ 2,8 bilhões, ou US$ 0,70 por ação, em comparação com perda de US$ 1,7 bilhão, ou US$ 0,42 por ação, um ano antes. O trimestre incluiu vários encargos divulgados anteriormente relacionados a um recall, a reavaliação de pensões e o encerramento das operações de produção da empresa no Brasil.
Excluindo as despesas, o lucro operacional da Ford foi de US$ 0,34 por ação, superando facilmente o prejuízo de US$ 0,07 esperado por analistas, segundo dados da Refinitiv.
A Ford estimou que o lucro operacional vai crescer de US$ 8 bilhões para US$ 9 bilhões em 2021, em comparação com US$ 2,8 bilhões no ano passado. O analista do Credit Suisse, Dan Levy, disse em nota que a previsão está acima das expectativas de Wall Street, de US$ 6,9 bilhões.
Em 2020, atingida pela pandemia, a receita total da Ford caiu para US$ 127 bilhões, contra US$ 156 bilhões em 2019.
A Ford encerrou o trimestre com quase US$ 31 bilhões em caixa e US$ 47 bilhões em liquidez, em comparação com quase US$ 30 bilhões e mais de US$ 45 bilhões, respectivamente, no trimestre anterior.
A margem operacional no quarto trimestre foi de 4,8%, em comparação com uma meta de 8% para o ano inteiro. (Com Reuters)
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