A transformação digital tem sido um caminho para que as empresas brasileiras sobrevivam e consigam gerar receita durante a pandemia de Covid-19. Uma pesquisa realizada pela Samba Digital, unidade de negócios digitais da Sambatech, ao qual a Forbes teve acesso com exclusividade, revelou que 76,2% das companhias do país estão desenvolvendo ou já implementaram uma estratégia de digitalização em suas operações. AWS, Cionet, DigitalHouse, MIT Technology Review, Take Blip, Trybe e unico também colaboraram com o estudo.
O levantamento também mostrou que 1,9% das empresas não possuem nenhum plano de digitalização do negócio. Enquanto isso, 12,4% das companhias ficaram no meio termo, com intenções de desenvolver uma estratégia, mas não têm um planejamento. O restante (9,5%) já desenvolveu um roteiro de transformação digital, mas não o colocou em prática ainda. Para chegar a esses dados, a Samba Digital ouviu mais de 100 líderes de tecnologia de pequenos, médios e grandes negócios.
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Para o fundador e CEO da Sambatech, Gustavo Caetano, o fato de 98,1% das empresas ouvidas pela pesquisa se preocuparem ou pensarem na transformação digital mostra uma mudança de paradigma. “Até 2019, digitalizar o negócio era um luxo. Agora, é uma necessidade para o negócio crescer”, afirma. “Isso ocorreu não por conta da pandemia, mas também porque consumidores e empresas experimentaram soluções que nunca tinha visto antes.”
A necessidade de transformação digital também serviu para que as companhias reservassem parte da sua receita para investir em tecnologia em 2021. De acordo com o estudo, 62,5% das empresas têm planos de usar entre 10% e 30% do faturamento em processos de digitalização do negócio. Já para 16,3%, a porcentagem dos ganhos a serem utilizados ficará entre 30% e 50%. Apenas 9,6% não pretendem empenhar recursos nesse tipo de iniciativa.
Caetano diz estar surpreso com o número de empresas que se dizem dispostas a investir na digitalização ao longo deste ano. “É um número extremamente alto de companhias utilizando recursos para reinventar seus negócios”, afirma. “Interessante ver como há um movimento de investimento pesado e rápido, até porque não adianta esperar 10 anos para digitalizar os processos.” Para ele, a pesquisa também evidencia que a transformação digital não é um processo exclusivo das grandes corporações, que detêm muito poder econômico, mas das pequenas e médias também.
Das companhias que pretendem implementar a transformação digital, algumas áreas se destacam. É o caso do setor de análise de dados, que é a preferência de 62% das empresas que querem escalar a tecnologia internamente. Soluções para jornada do cliente (54%), computação em nuvem (46%), arquitetura de sistemas (40%) e inteligência artificial (38%) fecham o top 5 das principais áreas a serem digitalizadas.
Apesar da disponibilidade de aplicativos, softwares e plataformas no mercado, o executivo chama atenção para a dificuldade de encontrar profissionais qualificados e treinados para integrar essas soluções nas companhias. “A gente vive um ‘apagão’ da mão de obra de tecnologia porque o Brasil não forma a quantidade necessária de pessoas para suprir a demanda das empresas”, diz. “Falo isso em relação a todas as profissões digitais, como desenvolvedores, cientistas de dados, gerentes de produtos e profissionais de UX [experiência do usuário, em português].”
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