Cuidar da saúde mental sempre foi importante, mas a pandemia de Covid-19 nos revelou o tamanho dessa necessidade. O medo da doença, mudanças bruscas de rotina e a falta de convívio social fizeram com que a demanda por psicólogos registrasse uma alta de 446%, atrás apenas da procura por técnicos de notebooks (+565%), segundo um levantamento de 2020 do GetNinjas, plataforma que conecta clientes a prestadores de serviços em todo o país.
Em paralelo, entre março e dezembro de 2020, o CFP (Conselho Federal de Psicologia) registrou 99.100 pedidos de psicólogos para a realização de atendimento online no país. Antes da crise sanitária, o conselho tinha 30.677 profissionais autorizados para as consultas a distância. “Desde o ano passado, a demanda tem sido grande e o nível de sofrimento dos pacientes, muito alto. No entanto, muitas pessoas não conseguiam fazer terapia porque ficaram desempregadas ou tiveram redução de salário”, conta Rosângela Casseano, psicóloga e terapeuta cognitivo-comportamental.
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A situação a deixou em estado de alerta. Preocupada em atender a todos os públicos, independentemente do status financeiro, e apoiar pessoas de diferentes regiões do país, a especialista decidiu criar a PsicoPass. Lançada oficialmente em abril deste ano, em São Paulo, a empresa opera como uma plataforma de consultas online que conecta pacientes e profissionais experientes, capazes de prestar atendimento social por valores mais acessíveis.
“Não queria que fosse só mais uma ferramenta entre as tantas que começaram a surgir no período. Se fosse levar o negócio para frente, teria que ser algo com muita qualidade, que realmente trouxesse resultados para os pacientes”, pontua. A solução foi selecionar os profissionais a dedo, com uma análise rigorosa dos currículos, diplomas e certificados de especialização. “O atendimento online exige um outro nível de expertise. É uma dinâmica completamente diferente, e o profissional precisa ter ferramentas comunicacionais para lidar com esse novo formato.”
A plataforma trabalha com a metodologia da psicoterapia breve, abordagem que se concentra no principal problema do paciente para aliviar as dores em um período curto de tempo, normalmente indicada para pessoas que necessitam de ajuda, mas não podem, ou não querem, fazer um acompanhamento mais longo. A plataforma conta com 12 psicólogos, de diferentes especialidades, que cobram, normalmente, cerca de R$ 350 por consulta. No entanto, pela plataforma, esses atendimentos são oferecidos a R$ 90, e o paciente pode optar por pacotes de cinco ou 10 sessões. “A ideia é realmente fazer a diferença na vida dos pacientes, que buscam acolhimento e um atendimento emergencial. Se houver a necessidade de fazer mais 10 sessões, não há problema, mas o objetivo é que os resultados apareçam num prazo pré-estabelecido.”
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Antes de começar o tratamento, o paciente pode solicitar uma triagem gratuita de 15 minutos, na qual um profissional da PsicoPass faz uma entrevista para levantar hipóteses de diagnóstico, dar uma prévia do tratamento e tirar eventuais dúvidas sobre o programa. “Depois desse contato inicial, encaminhamos o paciente para o psicólogo mais especializado para cada queixa, melhorando o nível do atendimento”, diz Rosângela. Além das sessões de psicoterapia, a companhia oferece também coaching e orientação vocacional direcionada para jovens e adolescentes em busca de autoconhecimento e motivação para o futuro.
Cinco meses após o lançamento, a PsicoPass já atendeu mais de 150 pessoas em todo o Brasil. “Não temos uma meta de faturamento, porque o objetivo é causar um impacto positivo na vida das pessoas. Mas, em termos de alcance, queremos chegar a 1.000 pessoas até o final deste ano”, diz a especialista. Recentemente, a companhia passou a prestar serviços B2B (business-to-business), atendendo também os colaboradores de empresas parceiras. “Mesmo no mundo corporativo, o caráter social não pode ser perdido. Queremos fazer um trabalho de ajuda comunitária com excelência.”
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