A Adventures quer ajudar marcas digitais a alavancarem os seus negócios, combinando tecnologia, branding e performance. Fundada em dezembro de 2020 por Rapha Avellar, Ricardo Dias e Gerard de Roure, a startup tem entre seus clientes Stone, Disney, Tinder, TikTok, Ambev e Arezzo. Para eles, oferece campanhas autorais, consultoria, marketing e criação de conteúdo. Para impulsionar seu crescimento, a empresa está criando um portfólio de marcas próprias graças às aquisições da produtora Homem de Lata, que já atendeu Globo, GNT, Petrobras, Coca-Cola, Danone e SBT; da agência de marketing esportivo Go4it Agency, que representa o jogador de futebol do Paris Saint-Germain Thiago Silva, e da consultoria Fellipa Consulting.
Em entrevista à Forbes, o cofundador da Adventures, Rapha Avellar, falou sobre o futuro dos negócios digitais, potencial dos NFTs e estratégias para o crescimento da companhia.
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FORBES: Impulsionada pela pandemia, a publicidade encontrou na internet uma forma de se aproximar dos clientes. Considerando agora um cenário de retomada e negócios híbridos, quais as principais tendências para esse mercado?
Rapha Avellar: No último ano, as pessoas incluíram a internet e as plataformas digitais de outra forma em suas vidas. Antes, iam até o supermercado. Hoje, fazem pedidos online. Dirigiam até o médico. Agora, usam a telemedicina. Digitalizamos vários aspectos da vida, de forma que até mesmo os consumidores mais céticos com a internet foram obrigados a incluí-la em suas vidas. Uma vez que você adota a internet, não consegue mais tirar, porque o ser humano é apaixonado por facilidade e comodidade. Não acredito que a gente volte aos patamares antigos. Não haverá um retrocesso da vida online. Pelo contrário, ela estará mais presente, mesmo com a retomada presencial e os negócios híbridos.
F: Como essa transformação vai impactar as vendas e os negócios?
RA: O mercado de e-commerce na América Latina vai crescer a taxas exorbitantes. É uma oportunidade de US$ 70 bilhões (cerca de R$ 350 bilhões). Embora tenha uma taxa de penetração de 8%, enquanto nos Estados Unidos e China é de cerca de 30%, a presença do comércio eletrônico vai amadurecer, crescendo cerca de 30% ao ano. O investimento em anúncios digitais fortalece os negócios na internet, porque o Brasil é o país que mais consome mídia social no mundo. Hoje, temos cerca de 43% de investimentos acontecendo na internet, mas quase 80% da atenção das pessoas está no digital, o que indica um potencial muito grande. As empresas vão investir cada vez mais nos anúncios online para atrair e reter consumidores.
Além disso, veremos um aumento da participação das celebridades e dos influenciadores nesse mercado. Os Estados Unidos já começaram a ver essa possibilidade. Conor McGregor foi o atleta mais bem pago do mundo no ano passado, embora tenha lutado apenas uma vez, por causa da sua participação em negócios e comércio. Kylie Jenner já investe em cosméticos e maquiagem, Ryan Reynolds em jeans. O Brasil é o mais influenciado pelas celebridades em todo o mundo. Mais de 40% das decisões de compra de produtos e serviços acontecem com o incentivo das pessoas famosas. Estamos vivendo um momento único no mercado, seja pelas condições para levar a marca para a internet, pela adoção e crescimento do e-commerce ou das campanhas de celebridades no digital.
F: Conforme o mercado muda, as empresas precisam se adaptar às novas condições. O que a Adventures vai fazer para atender às tendências?
RA: Somos uma plataforma composta por três camadas. A primeira delas é das marcas que servimos, como TikTok, Disney, Tinder, Domino’s, John Deere e Stone. Na próxima semana, vamos lançar uma marca proprietária, do setor de saúde e bem-estar. Também temos um braço de serviços que oferece tecnologia blockchain, NFTs (Tokens Não-Fungíveis), inteligência artificial e e-commerce. Depois, reunimos todas as partes do negócio com a análise de dados, identificando pontos fracos e fortes, performance e as possibilidades de crescimento. Ao invés de oferecermos apenas uma das vertentes, trabalhamos com todas, o que nos ajuda a acelerar as marcas parcerias e continuar crescendo, especialmente com a mudança tecnológica que estamos vivendo. Em relação às marcas próprias, a meta é investir em health and wellness e beleza, além de uma série de aquisições nessas categorias nos próximos oito meses. Muito da nossa estratégia para crescer está nas marcas próprias. A ideia é ter marcas criando conteúdos que realmente entretêm o público e se conectam com as comunidades, não apenas interrompem as pessoas com suas propagandas. Essa é uma característica que vamos explorar, tanto nas empresas terceiras que atendemos quanto as nossas marcas próprias. Além disso, vamos fazer uma nova rodada de captação nos próximos oito meses. Estamos de olho em fundos globais A Adventures já saiu das fronteiras do Brasil e atua em toda a América Latina, e tem uma ambição global. O próximo passo para a captação é encontrar os fundos mais alinhados com os nossos valores e que realmente tragam estratégias para o crescimento.
F: Qual o potencial de usar tecnologias como blockchain e NFTs para impulsionar os negócios?
RA: O NFT é uma tecnologia baseada no blockchain que permite que as pessoas montem estratégias de negócio para monetizar a propriedade intelectual ou, nesse caso, uma marca. Eles podem ser um tênis Air Jordan (criado pela Nike em parceria com o astro do basquete Michael Jordan), um chinelo da Havaianas ou uma obra de arte. Se a empresa tem um produto que promove uma lembrança positiva no consumidor, que faça com que ele queira adquirir esse objeto virtualmente, deveria investir na tecnologia. É uma forma de monetizar a sua marca, aumentar a afinidade das pessoas, fortalecer a comunidade e engajar os fãs. Até recentemente, os investimentos se limitavam ao venture capital, private equity e investimento anjo. Os NFTs surgem como uma nova classe de investimentos, no qual as pessoas podem comprar itens digitais raros e colecionáveis. O atrativo da tecnologia tem a ver com a própria essência do ser humano, que sempre se expressaram por meio de posses, seja um boné, uma blusa ou um carro. São itens que passam uma mensagem, dizem algo sobre a pessoa e expressam uma parte da sua personalidade. Com o NFT, é a mesma coisa. Da mesma forma que nos expressamos por meio de itens físicos, vamos cada vez mais fazer isso com ativos digitais, no mundo online.
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