Os investidores Eduardo Mufarej, Armínio Fraga e Daniel Gold e a empresa norte-americana Roivant Sciences, estão aportando mais de R$10 milhões na gen-t. A biotech une genética e tecnologia. Um dos objetivos da startup é montar a maior infraestrutura privada de dados sobre a saúde do povo brasileiro por meio do sequenciamento do genoma de 200 mil pessoas de diversas regiões do país.
O embrião da gen-t do Brasil foi fundado em 2021 pela Dra. Lygia da Veiga Pereira. “O projeto nasce a partir da ciência de que 80% do que conhecemos sobre genomas humanos vêm de populações brancas da Europa e dos Estados Unidos. A medicina genômica de hoje ainda carece de diversidade. E se tem uma característica com a qual o Brasil pode contribuir é a diversidade”, afirma a cientista, que é CEO da iniciativa.
“Vamos inserir a nossa população em medicina de precisão. A partir dos dados que vamos gerar, podemos desenvolver diagnósticos genéticos de pessoas não europeias, para gente não branca. Além disso, esses dados aceleram o desenvolvimento de novos medicamentos. É um motor de inovação para a indústria farmacêutica e de biotecnologia no Brasil e no mundo”, comenta.
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Lygia conta ainda com o envolvimento dos geneticistas Tábita Hünemeier, doutora em genética de populações com ênfase no estudo de populações nativas e miscigenadas da América e Professora da USP; e Alexandre Pereira, médico cardiologista, PhD, pesquisador e associado em genética na Faculdade de Medicina de Harvard.
As coletas já foram iniciadas no estado de São Paulo e a expectativa é chegar a 20 mil participantes até fevereiro de 2023 e a 200 mil em cinco anos. Em parceria inaugural com o dr.consulta, as empresas estão recrutando participantes na cidade de São Paulo e pretendem expandir para o Brasil. A ampliação para mais localidades do Brasil está sendo estruturada com mais empresas de saúde participantes do projeto.