Mais de 5,2 milhões de pessoas assistindo simultaneamente Brasil e Suíça. Esse foi o recorde, até o momento, do YouTube e do streamer Casimiro em transmissões de Copa do Mundo. O feito já é a maior live da história da plataforma ultrapassando a histórica transmissão ao vivo da cantora Marília Mendonça, em 2020 e, inclusive, a estreia do Brasil na Copa contra a Sérvia. O acordo recente com Casimiro, que vem resultando nas transmissões inéditas dos jogos é fruto de um esforço recente do YouTube em ampliar investimento em conteúdo local, o que também envolve o ecossistema de games que cresce expressivamente como gerador de conteúdo e também o futebol. Isso foi possível por que a LiveMode fechou uma parceria com a Fifa para as transmissões on-line e, por sua vez, fechou com Casimiro que também transmite na Twitch.
À Forbes Brasil, Patrícia Muratori, head do YouTube no Brasil, fala sobre as estratégias que antecederam o recorde de acessos de Cassimiro e o esforço da plataforma em ampliar sua base de conteúdo exclusivo. “A transmissão da Copa do Mundo faz parte desse caminho que temos trilhado, do ecossistema que temos fomentado. E não é sobre replicar a transmissão que já acontece na mídia tradicional. Juntamos a potência em um tripé inédito: Casimiro estreando como streamer no YouTube no recém-criado CazéTV, a Copa do Mundo como o maior evento esportivo do planeta e o YouTube, um grande laboratório de criatividade e que possibilita a monetização em escala.”
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Forbes Brasil – O Casimiro transmitindo os Jogos da Copa em um novo canal do YouTube é simbólico em vários aspectos, o que isso representa em termos de conteúdo e ineditismo?
Patrícia Muratori – O futebol no YouTube sempre foi gigante. Tivemos os recordes mundiais de audiência com a final do Flamengo x Fluminense e inúmeros casos de sucesso como criadores e jogadores envolvendo melhores momentos, entrevistas e também reacts. Para se ter uma ideia desse tamanho, foi o futebol o esporte mais assistido em 2021 em todo o YouTube. Quando montamos um time dedicado a esportes aqui no Brasil, acreditávamos que as iniciativas tinham de ser, acima de tudo, consistentes e inovadoras. Um outro universo a se explorar eram as transmissões ao vivo. E aí, começamos com a Copa do Nordeste, em uma proposta de transformar um campeonato regional com apelo nacional em um torneio acessível a todo o País pelo YouTube, fazendo com que fosse ainda mais relevante para torcedores – e também para as marcas.
FB – Quais os outros resultados desse período?
Patrícia – Esse ano, trouxemos o Paulistão para o YouTube. Foram audiências massivas, com mais de 81 milhões de views em todos os jogos – sendo 73 milhões de visualizações ao vivo, num jeito de transmitir que agradou muito o público. Ainda estamos em 2022, mas, posso dizer, o campeonato do ano que vem já começou: estamos com todas as cotas de patrocínio renovadas e fomos além. Esse sucesso é fruto de uma parceria com a LiveMode e nossa grande aspiração era, sem dúvida nenhuma, gerar uma experiência única, muito além dos 90 minutos dos jogos. Criadores, jogadores, comentaristas, uma grande mistura e empatia com o público, gerando maior diferenciação na experiência e mais engajamento. Assim, a transmissão da Copa do Mundo faz parte desse caminho que temos trilhado. E quando se fala de Copa, vale lembrar que a última edição teve mais de 10 bilhões de visualizações no YouTube, expressando a conexão que o torcedor já tem com a gente.
FB – Esse ano o Nobru regressou ao YouTube desta vez por meio de uma parceria, esse também foi um movimento importante para o cenário gamer, sobretudo pelo que ele representa na comunidade. Como que ele vem aportando e qual tem sido o desdobramento dessas parcerias?
Patrícia – Nobru une sempre muita criatividade com negócios. Ele possui uma linguagem muito atrativa para o público jovem, para as marcas e é um criador que explora todas as possibilidades da plataforma, através de uma estratégia multiformato. O potencial de engajamento e a qualidade do conteúdo do Nobru são incríveis, e aliamos isso à diversidade de formatos que o YouTube fornece, como lives, Shorts e conteúdo sob demanda. Mas, acima de tudo, o Nobru tem uma representatividade enorme para nossa comunidade. Por sua história, sua trajetória, seu impacto e por tudo que ele produz. Ele é um dos grandes exemplos de criadores que não possuem apenas canais no YouTube, mas sim, constroem negócios. Além disso, Nobru é uma referência que inspira positivamente outros criadores de conteúdo e também quem deseja se tornar um jogador profissional, refletindo exatamente a estratégia da plataforma em escalar conteúdo relevante para milhões de pessoas todos os dias.
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FB – Outro projeto muito importante envolvendo o mundo dos games foi o Favela Gaming, como se deu a concepção e como ele expande as iniciativas da plataforma?
Patrícia – Favela Gaming nasce de uma provocação do Edu Lyra ainda na pandemia. Foram mais de dois anos planejando o programa para que seja uma iniciativa sustentável e de alto impacto. Eu sempre acredito muito nas parcerias que podemos fazer, pois é dessa forma que conseguimos gerar um efeito muito mais escalável. Assim, Gerando Falcões, Final Level e YouTube se uniram para ajudar na transformação dos jovens das comunidades. Acreditamos na capacidade de ampliar as oportunidades, abrindo novas possibilidades. É um programa que envolve a capacitação através de: Bootcamps sobre os principais assuntos do mercado de games e eSports com emissão de certificados; Favela Cup com campeonatos das principais modalidades de eSportes e um circuito de Free Fire que busca dar a oportunidade de desenvolvimento profissional de talentos da comunidade. E a Favela Gaming Arena – um espaço físico, construído dentro da Favela 3D, onde teremos jovens das comunidades colocando em prática tudo o que aprenderam por meio de equipamentos profissionais para realizar vídeos e lives.
FB – Por fim, 2022 tem sido um ano intenso para o YouTube sob vários aspectos, pode destacar os projetos mais relevantes envolvendo conteúdo e parcerias?
Patricia – 2022 foi especialmente importante para nós. Lançamos a segunda edição do Relatório de Impacto do YouTube no Brasil, desenvolvido com a Oxford Economics, que mostrou que o impacto da plataforma na economia brasileira praticamente dobrou. A economia criativa do YouTube contribuiu com mais de R$ 6 bilhões para o PIB brasileiro e o número equivalente de empregos gerados cresceu de 122 mil para 160 mil. Esse resultado é a materialização de todo um ecossistema que contribui para os mais de 120 milhões de brasileiros que visitam o YouTube todo mês e os milhares de criadores e parceiros de conteúdo que constroem seus negócios através da plataforma. Aqui no Brasil, já são mais de 20 mil canais que superam os 100 mil inscritos e outros 2 mil que já passaram de 1 milhão de inscritos. Além disso, destaco outras iniciativas que envolvem 3 grandes pilares: entretenimento, educação e informação. No entretenimento, o futebol foi, sem dúvida nenhuma, o grande destaque de conteúdo do ano. Na educação, é com muito orgulho que anunciamos uma parceria combinando toda a expertise da UNESCO como curadora do conteúdo do YouTube Edu.