Mais um capítulo da acirrada corrida da inteligência artificial. Na sexta-feira (24), a Meta, dona do Facebook e Instagram, anunciou o lançamento de seu novo modelo de linguagem: o Large Language Model Meta AI (LLaMA). Apesar de, inicialmente ser comparado ao LaMDA (Language Model for Dialogue Applications), do Google, ou ao próprio ChatGPT, o LLaMA tem outra finalidade. Ele será usado, inicialmente, somente por pesquisadores e cientistas, ou seja, profissionais altamente especializados.
O objetivo da Meta é oferecer primeiramente o serviço para governos, entidades civis e a academia com fins de pesquisa e aprimoramento. O LLaMA alcança mais de 20 idiomas. Em um post, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, disse que o LLaMA resolverá “problemas matemáticos e pesquisas científicas.” “É um novo modelo de linguagem que vai além da geração de texto, conversas e resumo de material escrito e tarefas mais complicadas.”
Esse passo da Meta acirra ainda mais o movimento mercado de inteligência artificial que vem protagonizando momentos importantes nos últimos meses. Em uma apresentação com comentários de Satya Nadella, CEO da Microsoft e Sam Altman, CEO da OpenAI, no início de fevereiro, os executivos disseram que atuam em colaboração para integrar o ChatGPT, sistema conversacional de texto ao Bing, plataforma de busca da empresa fundada por Bill Gates em um novo modelo de linguagem que eles prometem ser ainda mais poderoso que o ChatGPT.
O Bing atualizado fornecerá uma caixa com respostas de IA ao lado direito dos resultados de pesquisa tradicionais. Os usuários também poderão clicar em uma nova guia “chat” que substituirá a página da Web por uma interface de bate-papo semelhante ao ChatGPT. A gigante da tecnologia demonstrou exemplos de casos de uso como gerar planos de refeições personalizados e um itinerário de recomendações de viagens. Altman disse que o modelo do Bing leva aprendizados importantes do ChatGPT e GPT-3.5 da OpenAI para criar algo “mais rápido e potente”.
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“Estamos começando a reformular a maior categoria de software do planeta: pesquisa”, disse Nadella. Isso é um desafio direto ao Google, que atualmente domina o mercado de buscas. Se a Microsoft jogar bem, as novas integrações de IA “podem resultar em grandes mudanças de participação do Google” para o Bing, que captura apenas 9% do mercado, disseram os analistas de tecnologia da Wedbush Dan Ives e John Katsingris em um relatório.
Além disso, a Microsoft revelou uma nova versão de seu navegador de Internet Edge, que incorpora o Bing no canto superior direito de sua barra de ferramentas. Em uma página da Web de um documento longo, como o relatório de ganhos trimestrais de uma empresa, um usuário pode solicitar ao Bing que resuma as informações ou compare-as com os ganhos de um concorrente. Em um site de mídia social, um consumidor pode até solicitar ao Bing que gere um rascunho de uma postagem.
Os anúncios ocorrem quando o portfólio de produtos de IA da empresa encontrou o sucesso mainstream , encabeçada pela OpenAI. A parceria da Microsoft chegou ao montante de pelo menos US$ 1 bilhão já investidos na OpenAI, e um compromisso de investimento adicional de US$ 10 bilhões que avalia a empresa sediada em São Francisco em US$ 29 bilhões.
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O anúncio da Microsoft também é um desafio direto ao Google, que também em fevereiro lançou um serviço chamado Bard, que parece ser sua resposta ao ChatGPT. Internamente, a empresa promulgou um “código vermelho” e trouxe seus cofundadores Sergey Brin e Larry Page de volta ao grupo. A Forbes deu a notícia de que Brin apresentou recentemente seu primeiro pedido de código em anos. Mas o Google disse que Bard ainda está a semanas de um lançamento mais amplo. Isso dá à Microsoft uma forte vantagem inicial. A empresa disse que estava disponibilizando o novo Bing imediatamente em uma prévia limitada e planeja que sua versão completa “se expanda para milhões de pessoas” nas próximas semanas.
“Acho que essa tecnologia vai remodelar praticamente todas as categorias de software”, disse Nadella no comunicado à imprensa. Ele comparou com pilares anteriores da tecnologia, como pesquisa, dispositivos móveis e nuvem, mas disse que ainda mais do que essas mudanças de paradigma, a IA é o mais próximo que o setor de quando apresentou a internet ao mundo.