Publicitárias, cunhadas e melhores amigas em busca de um ambiente saudável e eficiente de networking e conexão baseada em solucionar questões. Esses elementos inspiraram Sophie Carelli Wajngarten e Bianca Wajngarten a criarem uma rede social que ajude os usuários a se conectarem por meio de soluções. O Which, em funcionamento desde setembro do ano passado, possui duas funções principais: enquetes binárias e ranking top 5 com o objetivo de solucionar das questões mais simples do cotidiano, como a roupa para uma festa, até as mais complexas, como a decisão de uma crise conjugal.
Para manter um ambiente saudável de navegação, Sophie garante que a rede é rígida em relação ao tipo de conteúdo. Não são permitidos, por exemplo, conteúdos fraudulentos, enganosos e ilícitos, como pornografia, informação íntima, incitação à violência, suicídio, drogas e ataques baseados em características sensíveis como raça, etnia, origem, religião, orientação sexual, gênero, identidade de gênero e deficiências. À Forbes Brasil, Sophie Carelli Wajngarten e Bianca Wajngarten falam sobre os desafios de apostar em uma nova plataforma social diante de tanta concorrência e os planos de expansão do Which.
Novas profissões em alta com a Inteligência Artificial:
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Getty Images Engenheiros de machine learning
Algumas profissões surgiram do zero, baseadas em cargos tradicionais em tecnologia que temos hoje. Para que os computadores consigam operar com base em dados e algoritmos, os engenheiros de machine learning (aprendizado de máquina), serão cruciais. Responsáveis pela programação, esses profissionais criam e treinam os modelos computacionais para execução de tarefas específicas.
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picture alliance/Getty Images Designers de prompts para IA
Os designers de prompts para IA são especializados na interação entre humanos e tecnologia. Os prompts são perguntas, instruções e demandas comuns, presentes na comunicação entre o usuário e sistemas como o ChatGPT, por exemplo. O objetivo dessa função é identificar as principais necessidades dos usuários ao interagir com uma inteligência artificial e criar a melhor conversa possível entre máquinas e seres humanos.
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Ser automotivado
Uma das qualidades críticas de um empreendedor de sucesso é ser automotivado. Nesta linha de trabalho, ninguém mais pode responsabilizá-lo por suas tarefas além de você mesmo. Portanto, você deve entender claramente por que deseja se tornar um empreendedor e estar disposto a fazer o trabalho para atingir seus objetivos.
Quem consegue se manter motivado para trabalhar de forma consistente em meio a dúvidas, tentações e críticas alheias, tem mais chances de sucesso nos negócios do que quem só trabalha quando a motivação ou inspiração vem de fontes externas.
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Especialista em ética da IA
Mas as mudanças provocadas pela IA não se restringem ao mercado de trabalho. A discussão sobre regulação, segurança e governança precisa acompanhar o desenvolvimento. Por trás de toda tecnologia, existe uma programação realizada por humanos, com ideais e julgamentos particulares. O profissional de ética em IA será responsável por fazer essa análise, bem como se certificar de que os processos lógicos e programados das máquinas não se sobreponham às questões humanitárias. Advogados vão passar a se especializar em questões jurídicas relacionadas à IA. “Em algum momento, as empresas irão precisar de governança ligada à IA para pensar esses limites”, diz a economista Dora Kaufman, professora da PUC-SP e pesquisadora dos impactos éticos da Inteligência Artificial.
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Curadoria de informações para IA
A curadoria para desenvolvimento da IA também está entre as funções importantes nesse mercado que se abre. É a pessoa que vai pesquisar, analisar e selecionar as informações que a IA terá acesso – inclusive tem implicações sobre discussões sobre ética, inclusão e diversidade nos resultados das buscas. “Esse profissional é responsável pela melhoria contínua das interações dos usuários com as interfaces conversacionais. O trabalho é feito por meio da análise das interações, mapeamento e criação de novos exemplos para o modelo de inteligência artificial, e do acompanhamento dos objetivos de negócio”, diz Bonora.
Engenheiros de machine learning
Algumas profissões surgiram do zero, baseadas em cargos tradicionais em tecnologia que temos hoje. Para que os computadores consigam operar com base em dados e algoritmos, os engenheiros de machine learning (aprendizado de máquina), serão cruciais. Responsáveis pela programação, esses profissionais criam e treinam os modelos computacionais para execução de tarefas específicas.
Forbes Brasil – O Which foi lançado no ano passado, em essência, como e por que ele surgiu?
Sophie – Duas cunhadas, melhores amigas (por incrível que pareça) e publicitárias; que enxergaram uma oportunidade de ampliar a nossa troca no universo digital empreendendo em algo pouco explorado; influência do compartilhamento para desenvolver uma rede que entrega resposta a todo tipo de dúvida. A plataforma nasceu com a intenção de unir pessoas de uma forma em que todos possam se beneficiar: uma rede social colaborativa que te ajuda a tomar decisões e responde suas dúvidas. E isso sem depender de seguidores. Estamos seguindo a tendência do compartilhamento, no nosso caso, de opiniões e indicações, em tempo real.
FB – Qual o nível de tecnologia embarcada na plataforma, como IA e algoritmos, por exemplo?
Sophie – Atualmente, o Which ainda não possui IA por se tratar da versão inicial. No entanto, assim que aumentarmos o número de usuários e lançarmos a versão dois contaremos com conteúdo personalizado, monitoramento de postagens para base de dados, além do recurso do Big Data para classificar os usuários por localização, histórico de navegação e comportamento offline. Dessa forma a IA vai melhorar ainda mais a experiência dos nossos usuários, otimizando o uso do Which para as pessoas e para as empresas. Mas tudo isso vem depois de atingirmos um número maior de usuários.
FB – Quais públicos vocês pretendem alcançar na medida em que o serviço escale?
Sophie – Não acreditamos que o Which é para algum público em específico porque é um serviço, rede social e entretenimento que entrega respostas. Qualquer público pode questionar e/ou pesquisar ou até mesmo opinar em questões alheias. Futuramente o propósito do Which é agregar tantos dados que será um “Google” com respostas de curadoria humana, com filtros e IA para ainda mais precisão nas respostas.
FB – Chama atenção a promessa de que a enquete é respondida mesmo de quem não é influenciador. Vocês preveem que o formato possa atrair influenciadores de outras redes?
Bianca Wajngarten – Ao dizer que você terá respostas mesmo sem ser influenciador, queremos explicar que você pela primeira vez terá uma rede social em que pode postar e será visualizado por pessoas com os mesmos interesses sem depender de seguidores. Acreditamos que será uma grande ferramenta de interação dos influenciadores com seus públicos e com as marcas. Não podemos esquecer que de uma forma simplista podemos também enxergar o Which como uma pesquisa qualitativa gratuita e rápida.
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FB – Quais os pontos fortes, mas também desafios ou eventuais vulnerabilidades que vocês enxergam no modelo do Which?
Bianca – Achamos que um dos pontos fortes do Which é a postagem anônima. Poder perguntar e ter sua resposta sem se expor é um grande diferencial além de ser a única rede social que permite isso. Conforme escrito acima, não depender de seguidores também é um grande diferencial. Todas as pessoas partem de um mesmo degrau ao ingressar no Which. O ranqueamento em real time também é um diferencial e um serviço que (ainda) não existia, agora existe. Nosso benchmark é o Waze e por isso dependemos necessariamente de uma explosão de usuários. Ao apresentar o Which é unânime a aprovação e empolgação das pessoas sobre a plataforma. É uma ferramenta que ao se tornar conhecida pode ser muito poderosa: pela utilidade, pelos dados e pela inovação. Por isso temos muita confiança na ideia e no futuro do Which. Obviamente para uma divulgação satisfatória necessitamos de um vultoso investimento. Nos encontramos no momento em que estamos conversando com possíveis investidores para essa fase. Esse é o desafio atual.
FB – Quanto foi investido para a criação da plataforma e qual o próximo passo no plano de crescimento?
Sophie – Investimos bastante no desenvolvimento do Which, algo em torno de seis dígitos. Escolhemos um designer da Espanha, um programador que desenvolve projetos para grandes marcas e um time bem preocupado com UX. Nesse momento temos como colaborador um social media incrível que nos ajuda a planejar a divulgação para a chegada dos grandes investimentos. Nosso objetivo é chegar a 1 milhão de usuários no próximo ano.