Um ano é pouco para todas as realizações de Jojo Todynho. Essa cantora e apresentadora carioca, vencedora do reality A Fazenda, em 2020, que estreou com seu próprio talk show em 2022, no Multishow, o Jojo Nove e Meia, influencia mais de 30 milhões de pessoas somente no Instagram. Conhecida pelo hit “Que Tiro Foi Esse”, de 2017, Jojo construiu sua carreira baseada em espontaneidade.
De participações especiais em novelas para ser a gestora de sua própria empresa, a Grande Gostosa, marca de cosméticos, beleza e cuidados pessoais da cantora. Jojo também tornou-se queridinha de muitas marcas, já desenvolveu projetos como Banco Pan, Knorr, Avon e Reckitt.
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“Eu vivo um momento em que pra mim é muito mais importante trabalhar e estudar do que ostentar. Para chegar onde cheguei só foi possível com respeito e autenticidade”, destaca a artista que faz questão de ressaltar que, para 2024, seu foco está em sua marca que entrará em novos nichos e também ampliar o trabalho com o marketing.
“Se tem algo que gosto de fazer é trabalhar com as marcas. Elas nos ouvem e estão dispostas a construir em conjunto. Aliás, eu penso, no futuro, em trabalhar ainda mais com marketing e talentos.” Sobre o curso de Direito, que já chegou em seu terceiro período, Jojo reforça que lhe trouxe maturidade, foco e a possibilidade de conhecer novas pessoas. Neste momento, aos 26 anos, a cantora se diz focada em aprender, crescer e buscar cada vez mais maturidade profissional.
Forbes Brasil – Qual o significado de estar na Forbes Under 30?
Jojo Todynho – Chegar a esse reconhecimento significa estar com a régua lá em cima. Mas não em termos de fama, e sim com excelência e qualidade no trabalho. Muitas pessoas têm anos de carreira, mas não entregam um trabalho excelente, e excelência é um mantra para minha vida. Nós, jovens, que levamos a vida com seriedade precisamos, a cada dia, entender que isso aqui não se resume a redes sociais e que é preciso muito esforço e resiliência. Eu fui para o terceiro período da faculdade de Direito. Muita gente disse que eu não passaria do primeiro. As pessoas estão acostumadas a se deixarem desmotivar e desacreditar, eu gosto que me subestimem, por que ai que eu provo o meu valor.
FB – O que a faculdade vem adicionando à forma como você lida com a carreira e com a vida?
Jojo – A faculdade traz amplitude ao meu olhar. Eu passei a ver o mundo de uma forma diferente. Tudo ali é uma experiência importante. A socialização, já que lido com vários perfis de pessoas. A disciplina que exige de mim cada vez mais excelência. E, principalmente, o conhecimento. Eu aprendi que para extrair o melhor de uma faculdade é preciso aproveitar todos os espaços para perguntar, questionar, tirar dúvidas. Eu não fico com dúvida, questiono mesmo e isso me faz crescer como ser humano. Até aqui tem sido uma experiência muito importante de foco e maturidade.
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FB – Pode nos dar uma ideia de quem é a Jojo empreendedora? No que e em quem você investe?
Jojo – Um exemplo, uma amiga quer abrir um salão e não tem verba. Eu vou lá e invisto no salão dela e recebo uma porcentagem em troca. Ninguém sabe, mas eu tenho o dedinho em vários negócios, essa é uma forma de direcionar meu dinheiro. Além disso, tudo que tenho eu aplico porque é necessário pensar no futuro. A garotada, hoje, quer ostentar. Uma casa confortável não precisa custar R$10 milhões, eu posso morar numa ótima casa de meio milhão. Por que vou ter um Porsche só para mostrar para os outros se as ruas estão todas esburacadas? Para que ter um cordão de ouro maciço para mostrar que eu cheguei a algum lugar? Eu boto um ouro básico e está ótimo. Mas isso não significa que vou ter o que quero. Estou completando sete anos de carreira e vou me dar um Rolex de presente. Neste caso, me dei ao direito mesmo.
FB – Por que um Rolex?
Jojo – Troquei uma festa de aniversário para ter algo que quero. Além disso, eu amo relógios. Adoro um Chilli Beans e tudo quanto é tipo de relógio. Eu amo e gosto de andar bonita. Querendo ou não, quando você se veste bem, tem um carro diferente, as pessoas te olham de outra forma. Se eu entro em uma reunião com um Rolex a forma como me veem já muda. Não posso estar em uma reunião com qualquer roupa, eu também preciso entender a linguagem do mundo dos negócios. Além disso, Rolex é um investimento, lá pra frente eu vendo. Mas é muito importante entender que se posicionar é diferente de ostentar. Olha, eu te diria que esse é um exemplo interessante do meu momento. O tempo passa, a maturidade chega e você vê que muitas vezes vale muito mais investir em algo do que fazer uma festa de arromba.
FB – Neste ano de 2023, você lançou a Grande Gostosa, sua marca e empresa, quais os planos para esse projeto?
Jojo – Esse será meu principal projeto para a vida. Tivemos várias experiências legais, vendemos números recordes e ficaram poucas unidades . Para 2024, a minha ideia é que a Grande Gostosa se expanda para outros nichos além dos cosméticos. Essa é uma marca que eu quero que cresça junto comigo e que se amplie.
FB – Você também tornou-se muito demanda para publicidade, como tem sido essa relação com as marcas?
Jojo – O mercado publicitário entrou na minha vida como um raio de luz. Eu me encontrei muito e quando comecei a fazer publicidade vi que meu lugar não era no palco apenas, mas sim fazendo publicidade. Penso seriamente em montar um casting artístico. Eu gosto muito da forma como as marcas conversam, como elas te recomendam quando você faz um bom trabalho. Essa é uma área que eu quero muito expandir na minha carreira.
FB – Recentemente, a mídia, até mesmo por meio de documentários, mostrou o lado estressante da carreira artística, em especial da música, como lidar com toda a pressão mantendo a sanidade?
Jojo – Primeiro de tudo, para um artista ter uma carreira saudável, ele precisa de uma equipe saudável, A minha galera tá comigo há sete anos. Minha stylist, minha maquiadora. E essa relação precisa ser de confiança e não de bajulação. Não gosto de ser bajulada, eu preciso ouvir a verdade. Além disso, eu preciso respeitar os profissionais que contratei. Quando minha equipe fala tão errado, não é assim, eu preciso aprender a baixar a bola. Quando as pessoas têm medo de te falar algo simplesmente porque precisam manter seus empregos, seu ego infla e você se acha o rei da cocada. Tem que ser uma relação de respeito.
FB – No seu caso, em especial, as redes sociais se tornaram um lugar onde você compartilha sua vida para além da música, como lida com os haters?
Jojo – Hoje, principalmente na internet, gostam de colocar as pessoas pretas como prepotentes e arrogantes. Que se posicionam e o que eu falo para todo mundo e que é preciso se colocar no lugar do outro. Na internet, as pessoas julgam e apontam. Falar na internet é mole, quero ver ter a capacidade de me encontrar na rua e falar na minha cara.
FB – Qual o segredo para manter relações de longo prazo em uma indústria tão complexa?
Jojo – Tratar as pessoas como você gostaria de ser tratada. Como vou chegar na tua casa, na tua empresa e não dar bom dia para sua equipe? Eu não sou melhor que ninguém. Pode parecer óbvio o que estou dizendo, mas precisa ser dito. Sabe como eu consegui trabalhos na Rede Globo? Por que as pessoas foram falando da forma como eu as tratava. Eu não admito ver ninguém sendo destratado e isso eu levo para minha equipe. Meu sucesso é fruto da forma como eu trato as pessoas.
Veja, a seguir, os 15 destaques de cada categoria da Forbes Under 30 2023:
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Foto: Victor Affaro INFLUENCIADORES & GAMERS
Jojo Todynho, 26
Cantora, apresentadora e influenciadora
Um ano é pouco para todas as realizações de Jordana Gleise de Jesus Menezes, ou Jojo Todynho. Essa cantora e apresentadora carioca – vencedora do reality A Fazenda, em 2020, e que estreou seu talk show Jojo Nove e Meia em 2022, no Multishow – influencia mais de 30 milhões de pessoas somente no Instagram. Conhecida pelo hit Que Tiro Foi Esse, de 2017, Jojo construiu sua carreira baseada na espontaneidade. De participações especiais em novelas, ela evoluiu para gestora de sua própria empresa, a Grande Gostosa (de cosméticos, beleza e cuidados pessoais). Jojo também se tornou queridinha de muitas outras marcas: já desenvolveu projetos para Banco Pan, Knorr, Avon e Reckitt. “Eu vivo um momento em que é muito mais importante trabalhar e estudar do que ostentar. Chegar aonde cheguei só foi possível com respeito e autenticidade”, destaca a artista. “Se tem algo que gosto de fazer é trabalhar com as marcas. Elas nos ouvem e estão dispostas a construir em conjunto. Aliás, eu penso, no futuro, em trabalhar ainda mais com marketing e talentos.” Sobre o curso de direito, cursando seu terceiro período, Jojo afirma que ele lhe trouxe “maturidade, foco e a possibilidade de conhecer novas pessoas”.
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Foto: Victor Affaro FINANÇAS
Juliana Furtado Hadad, 30
Sócia do Stark Bank
A primeira meta de Juliana Hadad era se formar em administração pública na FGV e se tornar presidente. Não de uma companhia, mas da República. Para azar do Brasil, ela mudou de ideia logo. “Descobri que política não era o que eu queria”, diz. Hadad mudou de curso (para economia) e de país, matriculando-se na New York University (NYU) em 2014. Lá, o perrengue de uma amiga brasileira lhe mostrou uma oportunidade. “Ela precisava me transferir uma pequena quantia, e a dificuldade do processo deixou claro que havia espaço para uma ferramenta que fizesse isso.” Em 2015, com 22 anos, ela foi uma das fundadoras do DinDin, plataforma que processava pagamentos. “Nós fazíamos Pix antes de o Pix existir.” Em 2020, quando os usuários já eram 2 milhões, o telefone tocou. Quem ligava era o Bradesco. E Juliana foi a primeira mulher a vender uma fintech no Brasil. Com os recursos, ela passou a ser investidora-anjo em diversas outras startups. “Investi em vários Under30 da Forbes Brasil”, diz ela. Entre as investidas estão 180º Seguros, Kovi e a mais promissora, o Stark Bank, em que sua participação foi além do investimento. “Rafael [Stark, o fundador] me convidou para participar diretamente da operação”, diz a sócia e chief of staff do banco.
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Foto: Victor Affaro MARKETING & PUBLICIDADE
Salomão, 27, e André Abdala, 25
Fundadores da produtora Abdala Brothers
Red Bull, Porsche, BMW, Embraer, Mercedes-Benz e Honda: essas são algumas das marcas que já passaram pelas lentes dos Abdala Brothers. A produtora, criada pelos irmãos diretores Salomão Abdala e André Abdala, tem um estúdio de 1.500 metros quadrados na região de Jundiaí (SP), onde todos os filmes são escritos, produzidos, dirigidos e editados. A Abdala Brothers é a única produtora brasileira cadastrada na lendária Panavision, em Los Angeles – a mesma que faz todas as lentes e câmeras dos filmes de Quentin Tarantino e Steven Spielberg e da qual eles têm uma lente exclusiva. Nascidos em Teófilo Otoni (MG), a trajetória dos irmãos começou em 2013, quando ganharam uma GoPro em um sorteio. “Ali começamos o nosso sonho de poder contar as nossas histórias. Em 2018, vimos que isso seria possível quando abrimos o nosso CNPJ – e a nota fiscal 001 foi emitida para a maior fabricante de duas rodas do mundo, a Honda”, lembra André. Em abril de 2023, filmaram um comercial para a farmacêutica Cimed em um voo de gravidade zero da Nasa. Mais recentemente, filmaram La Carrera Panamericana, um filme para a Porsche Global estrelado pelo ator Patrick Dempsey, com lançamento em janeiro de 2024. A meta dos irmãos agora é entrar para a indústria de Hollywood dirigindo e escrevendo longas-metragens. -
Foto: Renan Pinheiro MÚSICA & LITERATURA
Matuê, 30
Cantor e compositor
Em 2023, Matheus Brasileiro Aguiar, o Matuê, venceu o prêmio de melhor artista brasileiro no MTV Europe Music Awards e alcançou o status de primeiro rapper brasileiro a atingir 3 bilhões de reproduções no Spotify. Na plataforma, em que tem mais de 7 milhões de ouvintes mensais, o cearense também já emplacou quatro músicas no top 1 – uma delas sendo a maior estreia de um artista brasileiro. Destaque do trap nacional, com 10 milhões de seguidores no Instagram, Matuê tem se apresentado em grandes festivais, como Rock in Rio, Lollapalooza e The Town. Seu projeto do coração, no entanto, é a gravadora 30PRAUM, criada em 2016 em parceria com a empresária Clara Mendes. “Queríamos que ela fosse uma grande potencializadora da cultura no Nordeste, e hoje somos a maior gravadora da cena. Temos mais de 50 funcionários, um festival próprio e agenciamos também os artistas Teto e Wiu”, conta Matuê, que deseja que a gravadora se torne “um estandarte para a nova música brasileira, impactando e deixando uma marca na história que seja uma mudança positiva para o mercado e para a música do país.”
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Foto: Victor Affaro TECNOLOGIA & INOVAÇÃO
Daniel Peres Chor, 30
Fundador e CEO da [web/lock]
Nos 15 anos de carreira de Daniel Peres Chor, é possível enfileirar o número de projetos liderados pelo jovem empreendedor. Chor começou trabalhando na empresa da família, foi jovem aprendiz no BarraShopping e passou por diversas áreas na Multiplan. Foi lá, inclusive, que desenvolveu com sua equipe um superapp, o Multi, o programa de fidelidade MultiVocê e o MINDFul, ferramenta interna de gestão de dados do consumidor. Ao sair da companhia da família e trilhar novos caminhos, criou suas próprias empresas: a Lifely, fundo de venture capital voltado a proteínas e materiais alternativos, e a [web/lock], empresa de software que atua no setor de blockchain. Além disso, também investe e apoia algumas empresas como advisor. Com investidores-anjos como Marcelo Sampaio, da Hashdex, Claudio Gora, da Locaweb, e Mário Augusto Sá, da NG Cash, a [web/lock] já desenvolveu projetos para clientes como Amsterdam Sauer, Eventix, WJJC e Hashdex. “O propósito da [web/lock] é simplificar a blockchain para as empresas. Trabalhamos arduamente para que nossa companhia se torne cada vez mais uma referência de Software as a Service (SaaS) para tokenização. Temos clientes em várias indústrias que, na prática, estão buscando e entendendo como a blockchain pode agregar valor a suas operações.”
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Foto: Victor Affaro AGRO
Marcos Fernando Marçal dos Santos, 28
Diretor de supply chain Latam na Marfrig
“Eu tinha 4 anos quando vi o abate de bois e perguntei para o meu pai por que a gente não abatia um só. Ele disse que era porque temos a missão de alimentar o mundo”, conta Marquinhos Molina, como é conhecido, ao relatar uma de suas lembranças mais antigas sobre a empresa criada pelo pai, Marcos Molina dos Santos, a Marfrig Global Foods. A companhia se tornou uma das maiores do mundo em proteína animal, com receita de R$ 130,6 bilhões em 2022. Marquinhos acompanha o pai desde criança e nunca quis estar em outro lugar que não fosse esse. Estudou administração na Faap, à noite, para estar no escritório das 7 às 17 horas. “A faculdade me deu disciplina”, diz ele, hoje diretor de supply chain para a América Latina. Durante três anos, Marquinhos foi morar em cidades nas quais a Marfrig tem unidades “para viver no chão de fábrica”. Mas foi a sua paixão pela inovação que o fez decidir de vez o caminho trilhado hoje. No início da faculdade, ele criou um inovador aplicativo de compra de gado, o WebGados, que chamou a atenção de investidores (o aplicativo é muito usado no país até hoje). Na Marfrig, Marquinhos vem sendo preparado para a sucessão. “Estou me preparando com cursos, ficando próximo de diretores e presidentes. Quero estar pronto para os negócios da família quando for necessário.”
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Foto: Victor Affaro VAREJO
Sérgio Kendy, 30, Mateus Bragatto, 30, e Mateus Queiroz, 29
Fundadores da The Best Açaí
Desde cedo, Sérgio Kendy era crítico e perfeccionista. Ao acompanhar o pai na instalação de uma loja de açaí, o recém-formado de 25 anos fez várias críticas ao projeto. “Por que você não faz melhor?”, perguntou o pai. Kendy levou a pergunta a sério. Ao lado de dois colegas de faculdade, ele inaugurou uma loja de açaí em Londrina, norte do Paraná. Com pouco dinheiro, cada um investiu R$ 5 mil. Eles faziam tudo, de buscar os insumos em São Paulo até atender os clientes e limpar o estabelecimento. “Não sabíamos a dimensão do que estava por vir, mas, desde sempre, buscamos fazer o nosso melhor em tudo”, compartilha Kendy. A ideia deu certo. Muito. Atualmente, o grupo The Best tem duas empresas. A The Best Açaí, com 270 lojas (19 próprias, 251 franqueadas) e a indústria Amadelli Alimentos, que produz 20 toneladas de açaí e sorvete por dia. O faturamento estimado é de R$ 350 milhões. Para driblar os problemas da entrega, a logística é própria. Os fundadores se surpreendem com o sucesso. “Não entendíamos do mercado e, em seis anos, somos franqueadora, indústria e logística. É surreal”, diz Mateus Bragatto. “Celebramos cada uma de nossas conquistas”, afirma Mateus Queiroz.
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Foto: Camila Guermandi ARTES DRAMÁTICAS
Mayara Magri, 28
Primeira Bailarina do Royal Ballet
Em 2023, Mayara completou 10 anos de carreira no Royal Ballet, em Londres, uma das maiores companhias de dança do mundo, onde começou no cargo mais baixo, no corpo de baile, e chegou à posição mais alta, de Primeira Bailarina. “Eu me encantei com a valorização dessa arte na Inglaterra e com o forte investimento na Europa na produção de artistas completos, o que resulta em inúmeras oportunidades no setor”, conta a jovem nascida na zona norte do Rio de Janeiro, filha de taxista e secretária, que conheceu o balé graças a um projeto social na escola quando ainda era criança. “Mesmo vindo de uma família simples, sem nenhuma formação teatral ou artística, decidi alcançar uma carreira internacional na dança clássica”, diz ela, que já protagonizou montagens como O Quebra-Nozes, O Lago dos Cisnes e Romeu e Julieta ao redor do mundo. Embora acredite que o balé não seja muito valorizado no Brasil, afirma que o país possui todas as ferramentas para aprimorar essa cultura: “Temos diversos teatros, alta qualidade no ensino de dança e artistas apaixonados e incrivelmente capazes de criar uma sede teatral fortíssima. Basta saber direcionar tudo isso de forma coerente”.
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Foto: Marcio Rodrigues CIÊNCIA E EDUCAÇÃO
Júlia Castro, 29
Pesquisadora
Ela conversou com Rolf Martin Zinkernagel, cientista suíço laureado com o Nobel de Medicina de 1996 pela descoberta de como o sistema imunitário reconhece as células infectadas com vírus. Ao discordarem de um tópico, a cientista Júlia Castro, 29, considerada uma das 635 jovens cientistas mais promissoras do mundo, ouviu dele: “Ciência é sobre discordância”. Eles se encontraram neste ano, na Alemanha, após ela vencer um concurso da Academia Brasileira de Ciências (ABC) para participar do Encontro Anual de Ganhadores do Prêmio Nobel. Júlia segue na missão: criar a primeira vacina no mundo contra a doença de Chagas, após um intervalo durante a pandemia, quando desenvolveu, juntamente com a equipe do CT-Vacinas, a SpiN-Tec – o primeiro imunizante 100% brasileiro contra a Covid-19. Nascida em Viçosa (MG), a pesquisadora formou-se em biomedicina e cursou mestrado em bioquímica, ambos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pelo programa Ciência sem Fronteiras, estudou e estagiou em um laboratório nos EUA. Atualmente, faz doutorado em imunologia na Universidade de São Paulo (USP). “Quando criança, perguntei para a minha mãe qual era a profissão de descobrir coisas. E ela respondeu: pesquisadora. Foi ali que decidi o que queria ser.”
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Foto: Victor Affaro EMPREENDEDORISMO SOCIAL E TERCEIRO SETOR
Txai Suruí, 26
Ativista indígena
“Quando a gente nasce indígena, a gente não tem muita escolha se vamos querer lutar ou não”, diz Txai Suruí, filha de dois grandes líderes: o cacique Almir Suruí e a indigenista Neidinha Suruí. Escolhida recentemente pela Time como uma das 100 lideranças da nova geração, Txai é fundadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia, coordena a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, criada por sua mãe, e foi a única brasileira a discursar na COP26, em 2021, na Escócia. “Somos 5% da população mundial e protegemos 80% de todas as florestas do mundo. Essa é uma luta que tem que ser planetária. A gente quer mostrar que árvores e rios têm alma, têm vida, e que nós somos seres natureza. Essa sabedoria indígena tem muito a oferecer à humanidade. É um contraponto a esse desenvolvimento que destrói. Não somos contra o progresso, mas isso não pode custar nossas vidas”, explica, fazendo referência ao garimpo, ao desmatamento e à pecuária ilegal que destroem a vida na floresta. “Nossa luta é no chão, porque só do chão a gente pode conseguir segurar o céu. Por isso, fazemos advocacy em todos os lugares possíveis: na mídia, no congresso, na política”, elenca a colunista na Folha de S.Paulo e produtora executiva do documentário O Território, distribuído pela National Geographic.
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Foto: Victor Affaro ARTES PLÁSTICAS, FOTOGRAFIA & MODA
Livia Nunes Marques, 24
Influenciadora
Grande promessa da onda atual de influenciadoras e criadoras de conteúdo, a mineira reúne mais de 14 milhões de seguidores no TikTok e 800 mil em seu perfil no Instagram (@livia). Reconhecida nas redes por sua irreverência e elegância, principalmente, nas editorias de moda e beleza, a jovem é uma das mais requisitadas no segmento. Nascida em Divinópolis (MG), sua paixão pela moda vem de berço – ainda pequena, frequentava a fábrica de jeans de seu avô. Inspirada no conceito Y2K (peças com a cara dos anos 2000), ela usa makes e figurinos que são referência internacional. “Este ano foi um marco para mim, e fazer parte da lista tem um significado enorme, vem ao encontro do que penso: trabalhar muito com coragem para viver novos desafios e acreditar sempre. O jogo é infinito.”
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Foto: Victor Affaro ESPORTES
Gabriel Bortoleto, 19
Piloto de Fórmula 3
Campeão do FIA F3 (Campeonato de Fórmula 3 da FIA – Federação Internacional de Automobilismo), o paulistano Gabriel Bortoleto Oliveira foi um dos grandes destaques do automobilismo mundial em 2023. “Foi, sem dúvida, o ano mais importante da minha carreira”, resume ele, que liderou o campeonato de ponta a ponta. “Me trouxe muita maturidade e confiança”, acrescenta. Pelos resultados na F3, Gabriel foi convidado a participar do programa de jovens talentos da equipe McLaren de Fórmula 1. Em 2024, ele vai competir no Campeonato de Fórmula 2 da FIA, último degrau antes da F1, pela equipe inglesa Virtuosi Racing. “Espero fazer na F2 uma temporada tão boa quanto na F3. Se os resultados forem bons, 2025 é uma realidade estar na F1”, avalia o piloto, que mora em Milão, na Itália. Gabriel começou no kart aos 6 anos. Em 2019, conquistou a terceira colocação no mundial da categoria, que o levou no ano seguinte à sua primeira temporada nos carros de fórmula, disputando o Campeonato Italiano de F4. Depois, em 2021 e 2022, passou pela Fórmula Regional European Championship by Alpine, antiga F3, antes de ingressar na F2. O tricampeão de F1 Max Verstappen é sua referência no esporte, mas cabe a Ayrton Senna o título de “maior de todos os tempos”.
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Foto: Victor Affaro BUSINESS & INDÚSTRIA
Luiz Guilherme Niemeyer, 29
Fundador da BonusTrack
Quando o último show de Paul McCartney acabou, Luiz Guilherme tinha muito a comemorar, ainda no gramado do Maracanã. Não só o sucesso da turnê do beatle pelo Brasil, promovida por sua empresa, a BonusTrack, como a consolidação de uma vertiginosa trajetória de negócios. Fundada em 2020, a produtora já se destaca como uma das maiores companhias de entretenimento do país, com um público impactado de 2,2 milhões de pessoas e faturamento de R$ 300 milhões em 2023. A BonusTrack é responsável por grandes turnês nacionais e internacionais, festivais, gestão de casas de espetáculos, como o Teatro Prio, além de estar à frente da revitalização do Canecão, um projeto de R$ 180 milhões. Filho do empresário Luiz Oscar Niemeyer, que foi presidente da gravadora BMG, Luiz Guilherme é um apaixonado por música desde criança e descobriu o prazer de empreender e liderar enquanto presidente do grêmio de sua escola. Seu primeiro grande desafio, aos 20 anos, foi transformar um teatro abandonado do Jockey Club no Teatro XP – mais de 250 mil pessoas passaram por ali. Formado em publicidade e propaganda, ele descreve seu diferencial: “Pensar a estrutura de holding, diversificando portfólio de negócios, criando marcas como Mita e Doce Maravilha, levando inovações para a era digital”.
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Foto: Victor Affaro DESIGN
ESTER CARRO, 29
Fundadora do Instituto Fazendinhando
“Estou em choque, quase caindo de tanta emoção!”, exclamou Ester ao ser informada de que havia sido escolhida para esta lista. Nascida no complexo de Paraisópolis, em São Paulo, mãe solo, filha de diarista e pedreiro, ela cursou arquitetura e urbanismo com o sonho de mudar a favela onde cresceu – e foi a primeira da comunidade a concluir um mestrado, além de ter sido aprovada em primeiro lugar no doutorado. Hoje, ela é cofundadora e presidente do Instituto Fazendinhando, de transformação territorial, cultural e socioambiental em favelas, feito pelos moradores e para eles. A iniciativa promove a revitalização de áreas públicas degradadas, a reforma de moradias precárias e a capacitação feminina na construção civil. “Quero participar do desenho, da construção e do desenvolvimento das favelas do Brasil; quero estar na tomada de decisões, pensando em um futuro mais seguro e com mais oportunidades para a sociedade”, diz. Em 2023, ela assinou um ambiente na CASACOR São Paulo que resgatou memórias de sua vida em Paraisópolis, pelo qual ganhou o Prêmio Especial Veja. Venceu também o Prêmio de Responsabilidade Socioambiental da Câmara de Vereadores de São Paulo e foi uma das personagens do livro Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes: 100 Brasileiras Extraordinárias (Editora Planeta).
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Foto: Victor Affaro GASTRONOMIA
Martin Casilli, 30
Chef e empresário
“Quando fui eliminado do Masterchef, disse aos jurados que um dia eles se orgulhariam do grande cozinheiro que eu me tornaria”, relembra Martin Casilli sobre sua participação na primeira edição do reality show culinário, em 2014, quando tinha 21 anos e ainda cursava engenharia – apesar da paixão pela cozinha desde a infância. Uma década depois, o (agora) chef e empresário se diz convicto de estar cumprindo a promessa. Ele abriu três restaurantes próprios, virou sucesso na noite paulistana e hoje fatura R$ 15 milhões. O primeiro, o Sky Hall Terrace Bar, veio em 2017, no bairro paulistano do Itaim Bibi. Em três anos, o filho único virou grupo com o Garden Bar (nos Jardins) e o Rooftop Bar, em Itajaí (SC). Na receita de sucesso, os eventos se destacam. Desde confraternizações de empresas, como Ambev, Apple e Visa, a aniversários de famosos e o Drag Brunch Brasil (brunch com shows de drag queens que virou sucesso além da bolha LGBTQIA+), a aposta no segmento deu muito certo. Hoje, o Sky Hall faz 150 eventos por ano – responsáveis por 40% da receita. Para 2024, Casilli prevê a abertura de mais duas casas em São Paulo e estuda outras cidades, como Brasília e Niterói. “Cada Sky Hall deve ser diferente, adaptado à cultura da região onde ele está.”
INFLUENCIADORES & GAMERS
Jojo Todynho, 26
Cantora, apresentadora e influenciadora
Um ano é pouco para todas as realizações de Jordana Gleise de Jesus Menezes, ou Jojo Todynho. Essa cantora e apresentadora carioca – vencedora do reality A Fazenda, em 2020, e que estreou seu talk show Jojo Nove e Meia em 2022, no Multishow – influencia mais de 30 milhões de pessoas somente no Instagram. Conhecida pelo hit Que Tiro Foi Esse, de 2017, Jojo construiu sua carreira baseada na espontaneidade. De participações especiais em novelas, ela evoluiu para gestora de sua própria empresa, a Grande Gostosa (de cosméticos, beleza e cuidados pessoais). Jojo também se tornou queridinha de muitas outras marcas: já desenvolveu projetos para Banco Pan, Knorr, Avon e Reckitt. “Eu vivo um momento em que é muito mais importante trabalhar e estudar do que ostentar. Chegar aonde cheguei só foi possível com respeito e autenticidade”, destaca a artista. “Se tem algo que gosto de fazer é trabalhar com as marcas. Elas nos ouvem e estão dispostas a construir em conjunto. Aliás, eu penso, no futuro, em trabalhar ainda mais com marketing e talentos.” Sobre o curso de direito, cursando seu terceiro período, Jojo afirma que ele lhe trouxe “maturidade, foco e a possibilidade de conhecer novas pessoas”.
Veja os destaques dos anos anteriores
Lista Forbes Under 30 2022: veja todos os homenageados
Lista Forbes Under 30 2021: veja todos os homenageados
Under 30 2020: 90 destaques brasileiros abaixo dos 30 anos
Under 30 2019: Os 90 destaques brasileiros
Under 30 2018: 90 destaques brasileiros abaixo dos 30 anos
Under 30 2017: 91 destaques brasileiros abaixo dos 30 anos
Under 30 2016: 30 jovens mais promissores do Brasil abaixo dos 30 anos
Under 30 2015: 30 destaques brasileiros abaixo dos 30 anos
Under 30 2014: 30 destaques brasileiros abaixo dos 30 anos
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