A agência espacial do Japão disse nesta sexta-feira que estava aguardando a comunicação de uma nave japonesa que chegou à Lua como parte da tentativa do país de se tornar o quinto do mundo a conseguir um pouso lunar bem-sucedido e revitalizar um programa espacial que sofreu problemas recentes.
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A Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa, na sigla em inglês) disse que a sonda Smart Lander for Investigating Moon (Slim) pousou na superfície da Lua por volta das 12h20 (horário de Brasília), mas que ainda estava confirmando a comunicação com a sonda.
Apelidado de “atirador lunar”, o Slim tentou pousar a 100 metros de seu alvo, em comparação com a precisão convencional de vários quilômetros de distância.
A Jaxa afirma que esta tecnologia de aterrissagem se tornará uma ferramenta poderosa na exploração futura dos pólos lunares montanhosos, vistos como uma fonte potencial de oxigênio, combustível e água — fatores necessários para sustentar a vida humana. Levará até um mês para verificar se a Slim atingiu as metas de alta precisão, disse a Jaxa.
O Japão procura desempenhar um papel cada vez maior no espaço, em parceria com o aliado Estados Unidos, para combater a China. O Japão também abriga várias startups espaciais do setor privado, e a Jaxa pretende enviar um astronauta à Lua como parte do programa Artemis, da Nasa, nos próximos anos.
Mas a agência espacial japonesa enfrentou recentemente vários reveses no desenvolvimento de foguetes, incluindo o fracasso no lançamento em março de seu novo foguete H3, que deveria igualar a competitividade em termos de custos com fornecedores privados de foguetes, como a SpaceX.
A falha causou atrasos generalizados nas missões espaciais do Japão, incluindo a Slim e uma exploração lunar conjunta com a Índia, que em agosto fez uma aterrissagem histórica no polo sul da Lua com sua sonda Chandrayaan-3.
A Jaxa já pousou duas vezes em pequenos asteróides, mas ao contrário de um pouso em asteróide, a gravidade da Lua significa que a sonda não pode subir para outra tentativa, disseram seus cientistas. Missões lunares da startup japonesa ispace, da agência espacial russa e da empresa norte-americana Astrobotic falharam no ano passado.
Apenas quatro nações — a antiga União Soviética, os Estados Unidos, a China e a Índia — conseguiram uma aterrissagem suave na superfície da Lua até hoje, sem nenhuma empresa privada.