A paixão pelos games está levando Márcio dos Santos Correa, de 26 anos, conhecido como Jamela, para falar em um dos maiores festivais de inovação do mundo, o SXSW. Jamela viaja para Austin, no Texas, para representar o DiversiGames no South como palestrante do Ignite Talks do evento.
Jamela começou a atuar profissionalmente em 2017 após o convite para transmitir um jogo universitário mudou o rumo da sua vida. A live do campeonato atingiu mais de 200 espectadores e chamou a atenção do coordenador de e-sports do projeto social AfroGames, que o viu também narrar a final da Liga Universitária Carioca (LUCA). Em 2021, foi convidado a dar aulas de League of Legends no AfroGames e, além de transformar a vida dos jovens através dos jogos e suas aulas, acabou tendo sua vida impactada também – inclusive saiu do Engenho da Rainha, na zona norte do Rio, onde morava.
O profissional começou a narrar campeonatos de games, ampliando seu alcance e reconhecimento e, no ano seguinte, em 2022, foi convidado para narrar a Arena Wild Rift em parceria com a Riot Games, no Rock In Rio, ao vivo. Também passou a atuar como apresentador e roteirista canal Woohoo, focado em games. Em 2023, outro grande passo: participou da Gamescom, a maior feira de games do mundo, que aconteceu em Colônia, na Alemanha. Jamela foi convidado pela Associação Brasileira de Desenvolvedoras de Games (Abragames) para representar a delegação brasileira no evento, que homenageou o Brasil.
Jamela foi convidado a ser embaixador e líder do DiversiGames, iniciativa de inclusão social que promove a cultura gamer a grupos minorizados, e dá aulas de criação de conteúdo, dentro do projeto, para uma turma de alunos formada por crianças e jovens. O projeto tem dois centros de formação no Rio de Janeiro, com o total de 170 vagas para crianças, a partir de 7 anos. O segundo, localizado em Niteroi, com início das atividades em fevereiro, terá a empresa de energia Enel Distribuição Rio como patrocinadora e também o Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Cultura.
A frente do DiversiGames está o diretor-executivo Ricardo Chantilly, cofundador do projeto, ao lado da diretora de operações, Mariana Uchôa. “Já são seis anos de trabalho no segmento gamer, com foco em gerar impacto positivo para moradores de favela. Agora vimos a necessidade de ampliar este acesso ao universo dos jogos eletrônicos para outros grupos minorizados, com a possibilidade de transformar vidas em diversos lugares, e estabelecer novas parcerias com ONGs e empresas que queiram se conectar ao projeto para realizar ações de responsabilidade social”, explica Ricardo Chantilly.
“Nosso propósito é transformar a vida de crianças e jovens pertencentes a grupos minorizados socialmente, tendo como exemplo os 5 embaixadores e líderes do projeto. Ao reunir esses talentos de diferentes territórios do Estado, de orientação sexual diversa, pessoas negras, PCD e, principalmente, pessoas que estão junto conosco pelo desejo de mudar a própria realidade e a realidade dos seus, temos um squad que não apenas reflete a pluralidade do nosso público-alvo, mas também enriquece o debate, promove a inovação e mostra que ESG na DiversiGames não é moda, mas um grande compromisso.”, conta Mariana Uchôa.
Acompanhe a cobertura do SXSW na Forbes Brasil:
-
- Para além da IA: quais os temas não tão óbvios do SXSW?
- De IA a Big Techs: temas do SXSW ainda geram incertezas nos brasileiros
- Paixão pelos games leva jovem da periferia do Rio de Janeiro para o SXSW
- Erros e acertos das previsões de Amy Webb no SXSW
- MIT no SXSW: entenda a relação entre IA e Ozempic
- Amy Webb: “não precisamos de salvadores, mas de um plano para o futuro”
Na vitrine global de inovação, Brasil expõe tecnologia de ponta e a força da favela